De Cotinha era chamada, mas na pia
batismal foi Maria José.
Maria ou Cotinha ela era minha vó.
Minha vó que usava meia fina com
chinelos,
Que ao andar entoava uma canção,
Quase uma canção de ninar.
Soprava as chamas de seu fogão de
lenha,
Onde orgulhosa fazia seu manjar,
Brevidades e suspiros que eram nossa
alegria.
Cuidava do seu Peri, cãozinho de
estimação,
Lavava louça na bacia, cantarolando uma
canção.
Minha vó era uma artista com a
agulha de crochê.
Sempre contando histórias, dando-nos
bons conselhos.
“A bênção vó” não faltava, ao chegar
ou ir embora.
Na hora do terço: Silêncio! Nada de
querer rir.
Após o terço, uma oração
À Santa Rita de Cássia, sua maior
devoção.
Era um momento encantado, vê-la se
pentear,
Aqueles cabelos longos, brancos e
bem cuidados,
Que num instante enrolava num coque
bem comportado.
Seu quintal era nosso mundo, nosso
mundo encantado.
Nas jabuticabeiras trepávamos, sob
seus olhos atentos,
Sempre preocupados de alguém se
machucar.
E foi na casa da vó que tive uma
infância feliz...
Hoje morro de saudades, de seu
olhar, sua voz,
Seu carinho singular...
Mas Deus levou-a embora
Sem ao menos se desculpar,
Até que Ele poderia, deixa-la mais
um pouquinho,
Para com a gente brincar.
Hoje os anjos é que são felizes,
Ouvindo suas histórias e o seu cantarolar.
Comendo as brevidades, suspiros e
seu manjar.
Vó Cotinha, que saudade...
Chega a doer o coração.
Coração que fica triste
A cada recordação,
Mas como você me ensinou,
Ele se acalma num instante,
Ao fazer uma oração!
HOJE É DIA DOS AVÓS!
PARABÉNS A TODAS AS VOVÓS E VOVÔS DO MUNDO!
SEM VOCÊS NOSSA INFÂNCIA NÃO SERIA TÃO FELIZ!
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