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26 de julho de 2013

Minha vó Cotinha – Fátima Noronha



De Cotinha era chamada, mas na pia batismal foi Maria José.
Maria ou Cotinha ela era minha vó.
Minha vó que usava meia fina com chinelos,
Que ao andar entoava uma canção,
Quase uma canção de ninar.
Soprava as chamas de seu fogão de lenha,
Onde orgulhosa fazia seu manjar,
Brevidades e suspiros que eram nossa alegria.
Cuidava do seu Peri, cãozinho de estimação,
Lavava louça na bacia, cantarolando uma canção.
Minha vó era uma artista com a agulha de crochê.
Sempre contando histórias, dando-nos bons conselhos.
“A bênção vó” não faltava, ao chegar ou ir embora.
Na hora do terço: Silêncio! Nada de querer rir.
Após o terço, uma oração
À Santa Rita de Cássia, sua maior devoção.
Era um momento encantado, vê-la se pentear,
Aqueles cabelos longos, brancos e bem cuidados,
Que num instante enrolava num coque bem comportado.
Seu quintal era nosso mundo, nosso mundo encantado.
Nas jabuticabeiras trepávamos, sob seus olhos atentos,
Sempre preocupados de alguém se machucar.
E foi na casa da vó que tive uma infância feliz...
Hoje morro de saudades, de seu olhar, sua voz,
Seu carinho singular...

Mas Deus levou-a embora
Sem ao menos se desculpar,
Até que Ele poderia, deixa-la mais um pouquinho,
Para com a gente brincar.
Hoje os anjos é que são felizes,
Ouvindo suas histórias e o seu cantarolar.
Comendo as brevidades, suspiros e seu manjar.

Vó Cotinha, que saudade...
Chega a doer o coração.
Coração que fica triste
A cada recordação,
Mas como você me ensinou,
Ele se acalma num instante,
Ao fazer uma oração! 

HOJE É DIA DOS AVÓS!
PARABÉNS A TODAS AS VOVÓS E VOVÔS DO MUNDO!
SEM VOCÊS NOSSA INFÂNCIA NÃO SERIA TÃO FELIZ!

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