6 ANOS LEVANDO AS NOTÍCIAS DA TERRINHA QUERIDA
AQUI, FÁTIMA NORONHA TRAZ NOTÍCIAS DE SUA PEQUENA BRAZÓPOLIS, CIDADE DO SUL DE MINAS GERAIS.
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E-MAIL DE CONTATO: fatinoronha@gmail.com
30 de setembro de 2010
"O único homem que nunca comete erros é aquele que nunca faz coisa alguma. Não tenha medo de errar, pois você aprenderá a não cometer duas vezes o mesmo erro." (Franklin D. Roosevelt)
FATOS HISTÓRICOS EM 30 DE SETEMBRO
1846 - A anestesia é aplicada, pela primeira vez no mundo, para a extração de um dente molar, por seu descobridor Thomas Morton.
1906 - Um governo provisório norte-americano presidido pelo general Taft é formado em Cuba, dando fim à República Cubana.
1915 - Em Nova York, ocorre a primeira transmissão de rádio.
1921 - A França levanta as sanções econômicas contra a Alemanha.
1924 - Nasce Truman Capote, escritor norte-americano.
1929 - Um avião da companhia alemã Opel AG que utiliza um motor de foguete levanta vôo, pela primeira vez, pilotado por Fritz Von Opel.
1937 - O general Eurico Gaspar Dutra e o presidente Getúlio Vargas divulgam o Plano Cohen. O documento forjado citava uma conspiração comunista para tomar o poder.
1942 - A Argentina rompe suas relações diplomáticas com a Alemanha.
1944 - II Guerra Mundial: 700 civis são executados em Marzabotto (Itália) pelas forças de ocupação alemã.
1947 - Os principais partidos comunistas da Europa concordam na criação de um Comitê Internacional de Informação (Kominform) para fixar a estratégia comunista.
1950 - O general norte-americano Douglas MacArthur pede a capitulação da Coréia do Norte.
1957 - O ator James Dean, de 24 anos, morre em um acidente de automóvel.
1974 - O general chileno Carlos Prats e sua esposa morrem em Buenos Aires (Argentina), onde viviam exilados por sua oposição ao regime de Pinochet.
1976 - A Petrobras e a British Petroleum assinam um contrato de risco para a exploração de petróleo na bacia de Santos, no Brasil.
1984 - Termina a construção da segunda ferrovia transiberiana de 3.102 quilômetros, após dez anos de trabalhos.
1988 - O judoca Aurélio Miguel ganha a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Seul, na Coréia do Sul.
1990 - URSS e Israel fazem um acordo para restabelecer as relações diplomáticas entre os dois países, cortadas em 1967 devido à Guerra dos Seis Dias.
1991 - O Haiti sofre um Golpe Militar comandado pelo general Raúl Cedrás, tirando do poder o presidente Jean Bertrand Aristide.
1992 - O MPLA ganha as eleições na presença de observadores internacionais, que as reconhecem como legítimas. José Eduardo dos Santos é confirmado como presidente, com 49,5% dos votos. Jonas Savimbi, líder da Unita, não aceita o resultado e reinicia a guerra civil. Os combates devastam o país, com a destruição de estradas e da produção agrícola, gerando uma legião de mutilados pelas minas.
1996 - O Talibã, que controlava 90% do território do Afeganistão, proíbe as mulheres de freqüentar a escola e exige que os homens deixem a barba crescer, como manda o Alcorão, o livro sagrado do islamismo.
1999 - O escritor alemão Gunter Grass ganha o Prêmio Nobel de Literatura.
2000 - O filme mexicano A perdição dos homens é o vencedor do Festival de Cinema de São Sebastião.
1906 - Um governo provisório norte-americano presidido pelo general Taft é formado em Cuba, dando fim à República Cubana.
1915 - Em Nova York, ocorre a primeira transmissão de rádio.
1921 - A França levanta as sanções econômicas contra a Alemanha.
1924 - Nasce Truman Capote, escritor norte-americano.
1929 - Um avião da companhia alemã Opel AG que utiliza um motor de foguete levanta vôo, pela primeira vez, pilotado por Fritz Von Opel.
1937 - O general Eurico Gaspar Dutra e o presidente Getúlio Vargas divulgam o Plano Cohen. O documento forjado citava uma conspiração comunista para tomar o poder.
1942 - A Argentina rompe suas relações diplomáticas com a Alemanha.
1944 - II Guerra Mundial: 700 civis são executados em Marzabotto (Itália) pelas forças de ocupação alemã.
1947 - Os principais partidos comunistas da Europa concordam na criação de um Comitê Internacional de Informação (Kominform) para fixar a estratégia comunista.
1950 - O general norte-americano Douglas MacArthur pede a capitulação da Coréia do Norte.
1957 - O ator James Dean, de 24 anos, morre em um acidente de automóvel.
1974 - O general chileno Carlos Prats e sua esposa morrem em Buenos Aires (Argentina), onde viviam exilados por sua oposição ao regime de Pinochet.
1976 - A Petrobras e a British Petroleum assinam um contrato de risco para a exploração de petróleo na bacia de Santos, no Brasil.
1984 - Termina a construção da segunda ferrovia transiberiana de 3.102 quilômetros, após dez anos de trabalhos.
1988 - O judoca Aurélio Miguel ganha a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Seul, na Coréia do Sul.
1990 - URSS e Israel fazem um acordo para restabelecer as relações diplomáticas entre os dois países, cortadas em 1967 devido à Guerra dos Seis Dias.
1991 - O Haiti sofre um Golpe Militar comandado pelo general Raúl Cedrás, tirando do poder o presidente Jean Bertrand Aristide.
1992 - O MPLA ganha as eleições na presença de observadores internacionais, que as reconhecem como legítimas. José Eduardo dos Santos é confirmado como presidente, com 49,5% dos votos. Jonas Savimbi, líder da Unita, não aceita o resultado e reinicia a guerra civil. Os combates devastam o país, com a destruição de estradas e da produção agrícola, gerando uma legião de mutilados pelas minas.
1996 - O Talibã, que controlava 90% do território do Afeganistão, proíbe as mulheres de freqüentar a escola e exige que os homens deixem a barba crescer, como manda o Alcorão, o livro sagrado do islamismo.
1999 - O escritor alemão Gunter Grass ganha o Prêmio Nobel de Literatura.
2000 - O filme mexicano A perdição dos homens é o vencedor do Festival de Cinema de São Sebastião.
29 de setembro de 2010
HOMENAGEM AO MEU PAI - Fátima Noronha
HOJE SERIA ANIVERSÁRIO DO MEU QUERIDO ADOLFO GIRASSOL, UM DOS MELHORES HOMENS QUE JÁ CONHECI.
" MEU AMOR POR VOCÊ NUNCA MUDOU E NUNCA MUDARÁ...SAUDADES DE VOCÊ, MEU PAI!"
SERIA TÃO BOM...
Seria bom se hoje, eu pudesse lhe dizer o quanto eu gosto de você...
Seria bom se eu pudesse lhe dizer o quanto você é especial...
Seria bom que o amor que sinto por você, pudesse se traduzir em carinhos, beijos e abraços...
Seria bom se eu pudesse lhe contar o quanto você me faz falta...
Seria tão bom...
Pai...
Dói tanto a sua partida...
Custo ainda a acreditar,
Que por mais que eu lhe espere
Você nunca vai chegar...
Pai...
Por que você se foi?
Por que não nos disse adeus?
Foi embora assim, sem motivo, sem razão...
Eu poderia, ao menos, ter lhe dado um beijo,
Pedido a sua benção, lhe beijado a mão...
Eu agora aqui
Sentada à sua frente,
Olhando seu corpo sem vida...
Você aí parado, sério!
Você não é assim...
Sai daí Pai!
Aí não é o seu lugar...
Cadê a sua alegria?
A sua gargalhada?
E nem o seu chapéu está usando?
Sai daí Pai!
Vamos conversar...
Conta uma história de sua infância,
Conta como foi a pescaria...
Conta o que quiser ...
Diz alguma coisa...
Não diz nada...
Mas sai daí!!!
ADOLFO MAURÍCIO DIAS - SETEMBRO DE 1916 + SETEMBRO DE 2000
" MEU AMOR POR VOCÊ NUNCA MUDOU E NUNCA MUDARÁ...SAUDADES DE VOCÊ, MEU PAI!"
SERIA TÃO BOM...
Seria bom se hoje, eu pudesse lhe dizer o quanto eu gosto de você...
Seria bom se eu pudesse lhe dizer o quanto você é especial...
Seria bom que o amor que sinto por você, pudesse se traduzir em carinhos, beijos e abraços...
Seria bom se eu pudesse lhe contar o quanto você me faz falta...
Seria tão bom...
Pai...
Dói tanto a sua partida...
Custo ainda a acreditar,
Que por mais que eu lhe espere
Você nunca vai chegar...
Pai...
Por que você se foi?
Por que não nos disse adeus?
Foi embora assim, sem motivo, sem razão...
Eu poderia, ao menos, ter lhe dado um beijo,
Pedido a sua benção, lhe beijado a mão...
Eu agora aqui
Sentada à sua frente,
Olhando seu corpo sem vida...
Você aí parado, sério!
Você não é assim...
Sai daí Pai!
Aí não é o seu lugar...
Cadê a sua alegria?
A sua gargalhada?
E nem o seu chapéu está usando?
Sai daí Pai!
Vamos conversar...
Conta uma história de sua infância,
Conta como foi a pescaria...
Conta o que quiser ...
Diz alguma coisa...
Não diz nada...
Mas sai daí!!!
ADOLFO MAURÍCIO DIAS - SETEMBRO DE 1916 + SETEMBRO DE 2000
Coisas que um bom mineiro não pode deixar de fazer : Observar as estrelas -
COMETA HALLEY
- Observar as estrelas no Observatório Nacional de Astrofísica no Pico dos Dias em Brazópolis.
Você sabe onde fica o maior telescópio do Brasil? Em Brasópolis, no Sul de Minas Gerais.
O telescópio está instalado no Observatório do Laboratório Nacional de Astrofísica no Pico dos Dias, a 1864 metros de altitude e a 900 metros acima do nível do médio da região e é de grande importância para os astrônomos brasileiros. O nome do tal maior telescópio é Perkin Elmers e faz pouco tempo que ele pode ser visto pela população.
O local fica entre os municípios de Brazópolis e Piranguçu dentro de uma reserva florestal.
O Observatório do Pico dos Dias é gerenciado pelo Laboratório Nacional de Astrofísica e é aberto a visitações. As visitas devem ser agendadas anteriormente e para chegar lá você pode alugar um transporte na cidade.
http://ninitelles.blogspot.com/
VISTA NO ALTO DO PICO DOS DIAS
- Observar as estrelas no Observatório Nacional de Astrofísica no Pico dos Dias em Brazópolis.
Você sabe onde fica o maior telescópio do Brasil? Em Brasópolis, no Sul de Minas Gerais.
O telescópio está instalado no Observatório do Laboratório Nacional de Astrofísica no Pico dos Dias, a 1864 metros de altitude e a 900 metros acima do nível do médio da região e é de grande importância para os astrônomos brasileiros. O nome do tal maior telescópio é Perkin Elmers e faz pouco tempo que ele pode ser visto pela população.
O local fica entre os municípios de Brazópolis e Piranguçu dentro de uma reserva florestal.
O Observatório do Pico dos Dias é gerenciado pelo Laboratório Nacional de Astrofísica e é aberto a visitações. As visitas devem ser agendadas anteriormente e para chegar lá você pode alugar um transporte na cidade.
http://ninitelles.blogspot.com/
VISTA NO ALTO DO PICO DOS DIAS
OFICINA - Segredo das Mandalas com a Artíta Plastica Lilita Noronha
A artista, Lilita Noronha, cuja formação engloba também Terapias Alternativas, junta nessa oficina suas habilidades para proporcionar aos participantes uma experiência inédita: Concomitante ao aprendizado de criação de uma mandala, o participante será conduzido a uma viagem interior que resulta em um novo olhar sobre sua própria identidade.
Essa dupla expectativa, proposta da oficina Segredo nas Mandalas, motiva os participantes.
Lilita por sua vez conduz os processos com serena autoridade. Emprega técnicas de relaxamento, meditação, interiorização e questionários, tudo ainda permeado de estórias da sabedoria sufi, da sabedoria cômica do Mullah Nasruddin.
Para a confeccção das mandalas utiliza folhas de fibras de bananeira, papéis vegetais com uma gama diferenciada de texturas, confeccionadas pelo seu atelier Flor de Bananeira, tintas naturais e painéis ecologicamente corretos.
No final da oficina Lilita interpreta individualmente cada mandala através do processo de criação, das cores empregadas, dos elementos utilizados e sua disposição na tela, ocasião em que vem à tona os dons e facetas ainda não revelados da personalidade de cada um, proporcionando assim um enriquecimento espiritual.
Lilita fornece todo o material a ser utilizado.
A duração prevista é de dois dias intensivos, sendo a prioridade para um final de semana.
" Essa oficina eu dou todos os meses, aqui em Brazópolis. Nas outras cidades de acordo com o programa dos Espaços Holísticos. Em Indaiatuba SP, será dias 23 e 24 de outubro.
Como moro aqui e o espaço está bom, estou aceitando grupos pequenos para finais de semana. O preço é de 120,00 incluindo todo o material. os interessados podem entrar em contato pelo e-mail flordebananeira @hotmail.com ou pelos celulares : Vivo 9995-5832 e Tim 9159 2688 ou nua 24 de maio 189. Se quizerem saber do que se trata , é olhar o blog
http://flordebananeira .blogspot.com, diz Lilita"
FOTO: RUBINHO SIMÕES RECEBENDO DIPLONA DAS MÃOS DO PREFEITO JOSÉ FERNANDES
ROMARIA PRÓ-PAZ – Brazópolis 21 de agosto de 1932
O Revmo Cônego Quinzinho, enlevado por um sentimento generoso e humanitário, em benefício de todos os brasileiros que, no campo de batalha, nesta lúgubre hora arriscam a vida, resolveu convocar todos os seus paroquianos para, no dia 15, dia de Assunção de Nossa Senhora, saírem da Igreja matriz às 10 horas, em romaria à Igreja Apparecida, excelsea padroeira do Brasil, pela paz, pela concordância de todos os filhos desta Pátria que todos amam e estrecem com dedicação e patriotismo.
Efetivamente àquela hora, saiu da Matriz a romaria, nela tomando parte todas as Irmandades e Devoções da Paróquia, sem distintivos e sem estandartes, para que a mesma estivesse um cunho popular, vindo devotos dos longínquos bairros da Paróquia tomar parte no solene prestígio, que eram encabeçados pela Cruz alçada de Jesus Cristo.http://www.blogger.com/img/blank.gif
28 de setembro de 2010
FATOS HISTÓRICOS OCORRIDOS EM 27 DE SETEMBRO
1992-BRASIL-Impeachment de Collor
Em 28 de setembro de 1992, a Câmara dos Deputados aprova por 441 votos a favor, a abertura de processo de impeachment contra Fernando Collor de Mello (foto). Em 2 de outubro é afastado e Itamar Franco assume interinamente. Era o fim do primeiro mandato presidencial aprovado pela constituição de 1988.
1542 - Descoberta a Califórnia, pelo mar, com navios mandados por Juan Rodriguez Cabrillo. Atualmente o local é o porto de San Diego.
1825 - Entra em funcionamento a primeira locomotiva.
1837 - Patenteada por Morse o telefone elétrico.
1864 - Marx funda em Londres a primeira Associação Internacional dos Trabalhadores.
1871 - Promulgada a "Lei do Ventre Livre", precursora da abolição da escravatura.
1895 - Morre Louis Pasteur, químico e biólogo francês.
1906 - Os Estados Unidos ocupam Cuba. As intervenções duram até a Revolução Cubana, liderada por Fidel Castro, em 1959.
1922 - Benito Mussolini torna-se o primeiro-ministro da Itália depois de realizar a Marcha sobre Roma, com centenas de milícias fascistas.
1956 - Luis Somoza ocupa a presidência da Nicarágua, devido a morte de seu pai, que foi vítima de um atentado ocorrido oito dias antes no país.
1958 - Aprovado na França o projeto de Constituição elaborado pela base do general De Gaulle.
1969 - Willy Brandt é eleito o primeiro chanceler federal social-democrata da Alemanha do pós-guerra.
1971 - Chega a Roma o cardeal Mindszenty, após 23 anos de refúgio na Embaixada dos Estados Unidos em Budapeste.
1972 - O Japão e a China restabelecem relações diplomáticas depois de décadas de afastamento.
1976 - Mohammad Ali derrota o boxeador Ken Norte, nos Estados Unidos, e mantém o título mundial dos pesos pesados.
1978 - Morre João Paulo I, Albino Luciani, papa italiano.
1984 - Bombardeio afegão sobre Tori Mangal, no Paquistão. Mais de 80 pessoas morreram e 50 ficaram feridas.
1991 - O presidente do Zaire, Mobutu Sese Seko e as forças de oposição, formam um governo de unidade nacional, após 25 anos de governo autoritário.
1991 - Morre Miles Davis, músico norte-americano.
1992 - A Câmara dos Deputados aprova por 441 votos a favor, 38 abstenções e 23 contra, a abertura do processo de impeachment de Fernando Collor de Mello, Presidente da República.
1992 - Morrem 167 passageiros na explosão de um Airbus-300 em Katmandú.
1994 - Morrem 852 pessoas e 137 são resgatadas com vida, do naufrágio do navio Estônia, no mar Báltico.
1995 - O primeiro-ministro israelense, Isaac Rabin e o presidente da ANP, Yaser Arafat, assinam na Casa Branca, na presença do presidente Bill Clinton, o acordo que amplia a autonomia da Cisjordânia.
2000 - Recebe um "não" o plebiscito realizado na Dinamarca, para que o país também adote o Euro como moeda oficial.
Em 28 de setembro de 1992, a Câmara dos Deputados aprova por 441 votos a favor, a abertura de processo de impeachment contra Fernando Collor de Mello (foto). Em 2 de outubro é afastado e Itamar Franco assume interinamente. Era o fim do primeiro mandato presidencial aprovado pela constituição de 1988.
1542 - Descoberta a Califórnia, pelo mar, com navios mandados por Juan Rodriguez Cabrillo. Atualmente o local é o porto de San Diego.
1825 - Entra em funcionamento a primeira locomotiva.
1837 - Patenteada por Morse o telefone elétrico.
1864 - Marx funda em Londres a primeira Associação Internacional dos Trabalhadores.
1871 - Promulgada a "Lei do Ventre Livre", precursora da abolição da escravatura.
1895 - Morre Louis Pasteur, químico e biólogo francês.
1906 - Os Estados Unidos ocupam Cuba. As intervenções duram até a Revolução Cubana, liderada por Fidel Castro, em 1959.
1922 - Benito Mussolini torna-se o primeiro-ministro da Itália depois de realizar a Marcha sobre Roma, com centenas de milícias fascistas.
1956 - Luis Somoza ocupa a presidência da Nicarágua, devido a morte de seu pai, que foi vítima de um atentado ocorrido oito dias antes no país.
1958 - Aprovado na França o projeto de Constituição elaborado pela base do general De Gaulle.
1969 - Willy Brandt é eleito o primeiro chanceler federal social-democrata da Alemanha do pós-guerra.
1971 - Chega a Roma o cardeal Mindszenty, após 23 anos de refúgio na Embaixada dos Estados Unidos em Budapeste.
1972 - O Japão e a China restabelecem relações diplomáticas depois de décadas de afastamento.
1976 - Mohammad Ali derrota o boxeador Ken Norte, nos Estados Unidos, e mantém o título mundial dos pesos pesados.
1978 - Morre João Paulo I, Albino Luciani, papa italiano.
1984 - Bombardeio afegão sobre Tori Mangal, no Paquistão. Mais de 80 pessoas morreram e 50 ficaram feridas.
1991 - O presidente do Zaire, Mobutu Sese Seko e as forças de oposição, formam um governo de unidade nacional, após 25 anos de governo autoritário.
1991 - Morre Miles Davis, músico norte-americano.
1992 - A Câmara dos Deputados aprova por 441 votos a favor, 38 abstenções e 23 contra, a abertura do processo de impeachment de Fernando Collor de Mello, Presidente da República.
1992 - Morrem 167 passageiros na explosão de um Airbus-300 em Katmandú.
1994 - Morrem 852 pessoas e 137 são resgatadas com vida, do naufrágio do navio Estônia, no mar Báltico.
1995 - O primeiro-ministro israelense, Isaac Rabin e o presidente da ANP, Yaser Arafat, assinam na Casa Branca, na presença do presidente Bill Clinton, o acordo que amplia a autonomia da Cisjordânia.
2000 - Recebe um "não" o plebiscito realizado na Dinamarca, para que o país também adote o Euro como moeda oficial.
CENTENÁRIO DE PEDRO GOMES - "Brazópolis" - 09/07/1950
Redator: Octacílio Machado
PEDRO GOMES
O Centenário de seu Nascimento, no dia de São Pedro
1850 – 1950
Pedro Gomes nasceu a 29 de junho de 1850, na fazenda do Novo Bom Sucesso, onde residia seu pai, o Capitão Manoel José Pereira Gomes, menor de dois anos depois da elevação da freguesia do novo povoado de S. Caetano da Vargem Grande, que se transformou posteriormente na atual cidade de Brazópolis.
Fez parte de uma família composta de 14 irmãos: 9 varões e 5 mulheres.
Todos eles e elas se casaram e constituíram família numerosa, exceto José Pereira Gomes, que só teve uma filha, e D. Julia Amalia Gomes de Oliveira, esposa de Ignácio Gonçalves de Oliveira, que não teve filhos.
O Cap. Manoel Gomes, seu pai, grande amigo da instrução, não tendo recursos suficientes para mandar ensinar seus numerosos filhos e não havendo mesmo escolas aqui por perto, resolveu ele mesmo abrir uma escola em sua Fazenda, tornando-se o mestre escola de seus filhos e de seus agregados e vizinhos. Homem de uma formação moral impecável e de raro espírito público, deu aos seus descendentes, ao lado da instrução elementar, uma sólida educação moral, completada por um largo espírito cívico, feito de tolerância, de amor ao próximo, às causas justas e ao bem geral.
Sua esposa, D. Flausina Maria de S. José (filha do Alferes Antonio Dias Pereira) foi a sua dedicada e inteligente colaboradora dessa tarefa, ocupando-se principalmente da formação religiosa dos filhos.
À noite, ensinava-os a orar, as verdades fundamentais da religião cristã e lia-lhes um trecho da Bíblia Sagrada, principalmente do Novo Testamento, que explicada depois à criançada, sem excetuar as filhas dos escravos, que ela tratava com a mesma bondade usada para com os próprios filhos.
Foi nesse ambiente que Pedro Gomes nasceu e se fez homem.
Inteligente e com grande pendor para a matemática e para a mecânica (como aliás quase todos os seus irmãos) completou depois sua educação na Escola da Vida prática e alargou os seus conhecimentos por esforço próprio, chegando a escrever com facilidade e acerto.
Por intuição natural e alguns estudos feitos sozinhos e por necessidade, aprendeu escrituração mercantil, tornando-se hábil guarda livros.
Era também freqüentemente procurado por seus numerosos amigos e conhecidos para resolver casos e problemas difíceis, de todo o gênero, e para calcular áreas territoriais, nos negócios de compra e venda e nas empreitadas de lavouras.
Casou-se aos 24 anos de idade com a senhorinha Ana Ignácia de Oliveira, sua prima em quarto grau canônico, filha do Alferes Ingácio João de Oliveira e d. Maria Severina da Silva, fazendeiros, descendentes ambos de antigas famílias de grandes proprietários de terras, pertencentes ao grupo dos primeiros desbravadores e civilizadores destes rincões amados.
Paulo de Tarso e Pedro Gomes Neto - Bisneto e neto de Pedro Gomes
O ABOLICIONISTA
Embora se tivesse contentado, nos últimos anos de sua existência, com uma atuação modesta na vida local, desempenhou, entretanto, no alvorecer da terra natal, destacado papel na sua história, como estrênuo combatente pela libertação dos escravos e pela proclamação da República, campanhas em que se empenhou de corpo e alma, com sacrifício de seus interesses particulares; e, convertidos em realidade seus ideais, retirou-se da vida privada, alheiando-se de então em diante da atividade política.
Descendente, desde numerosas gerações, de fazendeiros e senhores de escravos, inclusive seus avós, pais, sogro, irmãos e tios, que ainda os possuíam, sua índole humanitária e justiceira, desprezando os interesses de família, entrou de revoltar-se contra a nefanda instituição, apelidando os negociantes de cativos, então abundantes, de “mercadores de carne humana”. Não se limitou, ademais, a protestos platônicos: fundou com seus cunhados Manoel José Velloso, Benedito Rocha e João Pereira dos Santos, o “Partido Abolicionista”, que sustentara uma luta tenaz e vitoriosa não só para que fosse extinto por lei o cativeiro, como ainda pela direta libertação dos escravos. De acordo com os abolicionistas de Itajubá, os desta localidade promoveram uma bem urdida conspiração para abrigar os senhores de todo o município, que então compreendia Vargem Grande, a concordarem com a alforria geral, independentemente de qualquer dispositivo legal, que ninguém esperava obter do governo do Império, pois havia a suposição de que, qualquer lei para tal escopo votada pelo Congresso, teria o veto do Imperador, visto que os fazendeiros e outros proprietários dos infelizes negros eram a mais sólida coluna do trono. E Pedro Gomes, por delegação e com o inteiro apoio dos seus poucos companheiros, desenvolveu uma ação tremenda e revolucionária, e ao mesmo tempo hábil, com a serena coragem e desassombro que lhe eram peculiares, até a vitória final.
Convocavam os escravos para reuniões pacíficas em dias determinados, que sempre recaiam em domingos, ou dias santos, recomendando-lhes que comparecessem desarmados, para tirar ao ajuntamento o caráter de sedição, e nessas reuniões era reclamada a liberdade para os infelizes. Servia de agente de ligação o destemido mulato Emílio Rodrigues, a quem eram fornecidos cavalos, e que durante a noite percorria as fazendas, convocando os cativos para assembléias redentoras, em que iriam clamar contra a iniquidade da escravidão e implorar a liberdade.
Essas reuniões correram todas pacificamente, graças à influência de Pedro Gomes, que compreendia a inutilidade da violência, confiando mais na eficácia da persuasão e no final triunfo do direito natural de todo homem. A última reunião, a 21 de Março de 1888, com a presença também dos senhores, previamente convidados, estava destinada a dar o tiro de misericórdia na iníqua instituição, não só em nossa Vargem Grande, como em todo o município de Itajubá, conforme haviam concertado os líderes abolicionistas de todos os distritos.
Como era de prever, essa memorável assembléia, única no gênero, não foi serena; a multidão de escravos acotovelando-se em massa no Largo da Matriz, a bradar por liberdade; e os senhores reunidos em conselho numa sala onde se reúnem hoje os Confrades Vicentinos na conjuntura de perderem o seu capital e o braço servil, a ouvir-lhes os clamores por um lado, e por outro, premidos pelas injunções dos chefes abolicionistas, criaram uma atmosfera tensa e eletrizada, em que as emoções incontidas faziam tremer as vozes e se escoavam em gestos violentos; um dos senhores chegou mesmo a arremessar a si o paletó, disposto a brigar; bastaria mais uma imprudência para desencadear um conflito. Mas a serenidade, a calma, a coragem e a tática de Pedro Gomes, conjuraram a emergência. Fez ver aos numerosos senhores que nada adiantaria um atentado contra o pequeno grupo de abolicionistas, porquanto a multidão de escravos dali próximos não deixaria de acorrer em socorro dos seus libertadores; que a abolição era idéia já amadurecida em todo o País e se converteria em realidade dentro de breve tempo; e que era mais honroso para os proprietários libertarem os cativos de vontade própria, do que serem forçados por lei. Caíram em si os recalcitrantes; baixaram os braços ameaçadores e, cabisbaixos assinaram o termo já de antemão lavrado, em que davam liberdade a todos os escravos.
Extinguiu-se assim a escravidão em Brazópolis, como em todo o município de Itajubá, a 21 de março de 1888, quase dois meses antes da lei de 13 de maio.
A campanha abolicionista custou a Pedro Gomes pesados sacrifícios, tanto de seus interesses, como da sua tranqüilidade e relações afetivas.
Ecoavam pelo País vários casos de assassinos de abolicionistas, o que trazia-lhe alarmada a família. Impunha aos seus parentes mais próximos avultados prejuízos na perda do braço escravo. Um tio materno chegou a chorar amargamente, lamentando que o seu “próprio sangue” lhe houvesse causado tal desgosto. Mas a maioria dos parentes apoiava-o e comungava com ele na idéia da alforria, que achava justa, embora perdesse a propriedade escrava; e a parte que se opunha à medida não lhe guardou ressentimento depois da libertação, pois o ardoroso libertador sempre gozara a estima de todos.
O subdelegado de polícia de então, o capitão José Maria Pereira de Carvalho, era às vezes solicitado pelos escravagistas a tomar providências contra a campanha em favor da abolição da escravatura, que os cegos interesses ameaçados taxavam de sediciosa ; e alguns entre eles chegaram a insinuar a prisão de Pedro Gomes, como o mais ativo cabeça ao que o bondoso e sagaz velho respondia humoristicamente, sorrindo: “Vá você prendê-lo”.
O REPUBLICANO E APÓSTOLO DO ENSINO PUPULAR GRATUITO
Paralelamente à luta contra a escravidão, sustentava Pedro Gomes, com o mesmo pugilo de companheiros, a propaganda republicana. Julgavam eles que as duas causas não se podiam separar, em virtude da convicção geral de que ao trono imperial não convinha a alforria dos escravos, por lhe tirar o apoio dos proprietários dos mesmos. Além disso, achavam os republicanos que o processo centralizador era causa de atraso do País e responsável pelo analfabetismo então reinante; a autonomia administrativa para as províncias e municípios era um dos pontos básicos da propaganda republicana. A república federativa traria um grande surto de progresso em todos os setores da vida nacional e favoreceria a difusão das escolas para o ensino gratuito a todos os brasileiros.
A 25 de dezembro de 1887 era fundado o “Clube Republicano” em casa de residência de Pedro Gomes, que seria sempre o seu 1o secretário e alma da ação política posterior; presidido por Manoel José Veloso e integrada por Antônio da Silva Borges, 2o secretário, José Pereira Gomes, João Pereira dos Santos, José Pereira Braga e Antônio Baptista Braga, ao todo 7 membros do 1o diretório, que, segundo a ata então lavrada, poderia admitir como membro do Partido qualquer pessoa que julgar nos casos de o ser, de dezessete anos para cima, mediante a declaração assinada de que aderia “ao Partido Republicano desta freguesia”.
O crescimento foi lento. A 2 de julho de 1888 o diretório recebeu a 1a adesão, de João José Barroso; a 30 de setembro a de Joaquim Arantes de Carvalho; por declaração verbal sem data, publicada no jornal “A verdade”, de Itajubá, a de José Maria Pereira da Rosa; a 23 de dezembro do mesmo ano, de Manoel José Gomes Pereira a 27, de Firmino Augusto Rebello aos 30 de dezembro de 888, de Manoel José Velloso Junior; a 10 de janeiro de 1889, de Estalislau Camilo dos Santos; a 14 de fevereiro, de João Francisco de Carvalho e José Prudêncio da Silva; a 24 do mesmo mês, de Manoel Pereira Machado, conforme declaração publicada em “A Verdade de Itajubá”; a 28 de março de 1889, de Manoel Pereira Machado Junior, a 30 do mesmo mês, do Capitão Francisco Rodrigues Pereira Vianna, José Eleuterio Salgado, Joaquim Bernardes de Faria e Souza e Joaquim Carlos da Silveira; ao todo 23 eleitores. (Na enumeração acima figuram Manoel Pereira Machado Junior, respectivamente bisavô e avô do nosso atual (em 1950) prefeito Heitor Machado, que descende de dois autênticos republicanos históricos).
A 29 de março de 1889 um acontecimento dava nosso alento ao Partido Republicano: fazia naquele dia uma conferência de propaganda o líder republicano, Dr. Alexandre Stockler Pinto de Menezes, a qual trouxe mais 37 adesões de eleitores masculinos e de 7 senhoras (que não tinham entretanto o direito de voto); ele vendo o quadro do Partido a 60 eleitores e 7 senhoras.
A 26 de abriu aderiu mais o farmacêutico Antonio Martins de Menezes Junior, encerrando-se a lista até a proclamação da República, a 15 de novembro de 1889, com 59 eleitores, eliminados 2, que se retiraram do Partido.
O partido republicano concorreu à eleição de 8 de abril de 1889, sufragando para deputado provincial, na vaga do Dr. Silvestre Ferraz, o nome do Dr. Christiano Pereira Brasil.
Para as eleições dos senadores a 28 de maio do mesmo ano, foram apresentados os nomes do Dr. Francisco Honório Ferreira Brandão, Dr. Joaquim Felício dos Santos e Pe. Joaquim Camilo de Brito.
Proclamada a República, reuniu-se o diretório republicano a 20 de novembro, e constituindo-se em “conselho administrativo provisório desta freguesia” resolver “reconhecer como legítimo e legal o atual governo republicano provisório, proclamado pelo exército, armada e povo, no Rio de Janeiro” e nomeou delegado de polícia provisório, ao seu presidente Manoel José Veloso.
A 24 de novembro adere à República do “Partido Liberal” e à 1º de dezembro o “Partido Conservador” extinguindo-se assim as duas tradicionais agremiações políticas da Monarquia.
Até 25 de maio de 1892 continuou Pedro Gomes como secretário do Partido Republicano, deixando daí em diante a atividade política, para dedicar-se à sua família, a cargos administrativos e de beneficência.
A família do extinto republicano histórico ainda guarda como preciosa relíquia a bandeira do Club Republicano, que se desfraldava durante a propaganda, encimada pelo barrete frigio, e com a seguinte inscrição: “Club Republicano de Vargem Grande – Libertas, quae será tamen”
Pedro Gomes gastou dois terços de sua vida a trabalhar pela terra e pela coletividade, em atividades que não lhe traziam nenhum provento, antes prejudicavam seus interesses e só lhe traziam canseiras e muitas e, muitas vezes, dissabores e perigos.
O DEFENSOR DA ORDEM PÚBLICA
Tornou-se famoso na época, em 1884, o seu ato de coragem, prendendo com uma pequena escolta de cinte paisanos mal armados, uma numerosa malta de ciganos abarrocados no bairro do Campo Belo, onde afugentavam famílias de fazendeiros que fugiam, deixando as casas abertas. Era juiz de paz, e a obrigação da diligência cabia aos 3 subdelegados de polícia locais, mas nenhum deles quis arriscar-se ao perigo, pois a ciganada estava armada até os dentes. Pedro Gomes, vendo ameaçada a ordem pública, pôs-se à frente de 20 homens, cujo armamento constava apenas de facas e 4 ou 5 armas de fogo, acrescidos de mais uns 10 homens pelo caminho. A pequena expedição marchou à noite, para surpreender os ciganos antes da alvorada. Foi dividida em 2 grupos seguindo um deles por um desvio, sob a direção do oficial de justiça Leopoldo Nunes de Almeida e o outro com apenas 12 homens, acompanhando Pedro Gomes, pela estrada geral.
A ordem era chegar ao acampamento dos ciganos, primeiro o grupo dirigido pelo juiz de paz e depois, a um sinal combinado, o grupo dirigido pelo oficial de justiça. Chegada a primeira força, insuficiente para sitiar as 5 ou 6 barracas, cerca apenas a maior, a do chefe dos ciganos, e dá o sinal combinado para a convergência do 2º contingente; mas este não aparece; o sinal servira apenas para despertar os ciganos das outras barracas, que acorrem em auxílio de seu chefe. Ouve-se o tinir de armas por todos os lados. Vendo o perigo que o ameaçava com os seus 12 companheiros, em grande inferioridade numérica e de armamento, Pedro Gomes, aproveitando a semi escuridão, para simular superioridade, brada bem alto nos seus: “Não abram fogo! Não atirem sem ordem!”. O efeito foi imediato; os ciganos acobardaram-se e, intimidados, começaram a entregar as armas. Mas, calando a plena luz do dia percebeu o numeroso bando que caía prisioneiro de apenas uma dúzia de homens, e iniciou-se entre os presos uma cochichada e indecisa conspiração de resistência, que se prolongou até às 9 horas da manhã, quando chegava o outro grupo da escolta, às ordens do oficial de justiça, com 3 horas de atraso, depois de convencer-se de já não havia perigo; e logo após, corriam moradores das cercanias, recrutados pelos inspetores de quarteirões. Só então os ciganos submeteram-se completamente e foram conduzidos, escoltados já agora por uma guarda de cerca de cem homens, para esta então freguesia, onde foram entregues ao 3o suplente de subdelegado de polícia e iniciado o inquérito policial. Mas não cabiam na pequena cadeia local, nem havia naquele tempo polícia militar que os guardasse; a autoridade policial e o escrivão mandaram-nos embora e durante muitos anos Vargem Grande ficou livre das incursões dos ciganos, que evitavam esta localidade como lugar perigoso.
Mais tarde, como subdelegado de polícia, não contando com policiais militarizados que o Estado não oferecia às freguesias, só dispunha de dois ou três “paisanos engajados” (com se denominavam), fardados e armados para o ofício.
Ainda assim, Pedro Gomes mantinha rigorosa ordem e segurança do distrito. Muitas vezes efetuava prisões sozinho, graças à sua força moral e ao respeito que inspirava. Certa ocasião, o cabo comandante dos engajados embriagou-se e saiu à rua a disparar tiros para todo lado.
Pedro Gomes foi ao encontro do mesmo, prendeu-o e deixou-o vários dias na cadeia.
Da outra vez avisaram-no de que o morfético João Piranga, caboclo turbulento quando alcoolizado, promovia distúrbios, desafiando a todo mundo, certo de que ninguém lhe poria a mão.
O subdelegado laçou-o com um comprido arame farpado e depois que o viu humilhado e calmo, soltou-o, mandando-o de volta para o seu bairro. De outra feita, percorrendo a povoação, encontrou embriagado, a galopar desenfreado pela rua, um homem, então muito popular, mestiço espadaúdo e leiloeiro espirituoso das festas religiosas, mas descontrolado e perigoso quando bebia demasiado. Repreendido, desatendeu a autoridade e frechou o cavalo contra o subdelegado; este desviou-se, colheu as rédeas da montaria, desmontou o cavaleiro e mandou pô-lo fora da povoação pelos dois policiais que chegavam no momento.
Muitos outros episódios semelhantes poderiam ser relatados aqui; mas omitimo-los para não alongar demasiado estas linhas.
O PODER DA FORÇA MORAL
Não suponha, porém, quem nos ler, que Pedro Gomes tenha sido um ferrabraz, um matamouros: nada disso; trata-se de um homem que foi sempre bondoso, calmo e inimigo da violência; nunca atacou nem feriu a ninguém; não possuía arma de nenhuma espécie e não as trazia ainda quando tinha de afrontar situações perigosas.
Sua arma única e invariável era forjada pela força moral e respeito que inspirava. Jamais se exaltou. Conservava a serenidade e o sangue-frio nas emergências mais desconcertantes.
Aconselhava a todos que andassem desarmados, porque uma arma, dizia, é uma tentação, às vezes irresistível, para cometer um delito. De mais, acrescentava, somente os medrosos precisam de armas: os corajosos, não.
A uma pessoa que por outra fora ameaçada de um destorço pessoal e que, por sua vez, protestava matar o adversário, deu original conselho:
“É preferível morrer numa briga, embora se tenha razão, do que matar; quem mata conservará a mancha de assassino por todo o resto da vida”.
*****
Na segunda década deste século, viera clinicar nesta, então, Vila Braz, um jovem médico impulsivo e grosseiro, que entrou logo a atritar-se com diversas pessoas, inclusive Pedro Gomes.
O Dr. Alvaro de Barros, eminente médico que aqui residira, comentou a propósito: - Dr. Fulano não permanecerá muito tempo em Vila Braz, pois questionou com os dois homens mais pacíficos da terra: Pedro Gomes e Augusto Carvalho.
O TRABALHADOR INFADIGADO E DEDICADO A OBRAS PÚBLICAS
Intangível trabalhador, os seus negócios particulares não esgotavam toda a sua atividade: sobravam-lhe energias para dedicar ao interesse público todo o tempo que lhe sobrava.
Ocupou em anos consecutivos todos os cargos administrativos da Santa Casa de Misericórdia, desde secretário até provedor. No “Club Wenceslau Braz” foi, por vários períodos, tesoureiro, vice-presidente e presidente. Representou Vargem Grande na Câmara Municipal de Itajubá quando freguesia desse município.
Nomeado preposto do Agente Executivo, quando foi criado o município de São Caetano da Vargem Grande e eleita a primeira Câmara Municipal em 1901, tornou-se precioso auxiliar do chefe executivo na orientação e administração das obras públicas, sem prejuízo das suas funções de contador, tesoureiro e arrecadador das rendas da Câmara Municipal.
Nomeado depois coletor, ao ser criada a coletoria estadual no novo município, apesar de sobrecarregado pelos trabalhos de suas funções que exercia sozinho, sem escrivão, não deixou nunca de prestar a sua cooperação de boa vontade, sempre que era solicitada a sua ajuda na solução dos problemas de interesse público.
O ACABAMENTO DA ANTIGA IGREJA MATRIZ
Um dos serviços mais assinalados que prestou à terra natal foi terminar a construção da igreja matriz, iniciada em 1848, e que se arrastara remorada pela falta de interesse das comissões eleitas para superintender as respectivas obras, até que o povo, em memorável reunião, decidiu abolir o sistema de comissões numerosas e nomear o Capitão Manoel José Pereira Gomes para se encarregar sozinho dos trabalhos, os quais tomaram vigoroso impulso. Falecido aquele benemérito, em 1879, tomaram seu lugar seus filhos Francisco Braz, que augariava recursos e Pedro Gomes, que administrava a construção e levaria a bom termo seis anos depois. As duas belas e longas escadarias em espiral que vão às torres foram desenhadas e a sua construção dirigida por Pedro Gomes.
Superintendeu mais a difícil tarefa de alçar os dois enormes sinos até a uma das torres onde ainda estão: para tanto fez-se necessário amarrá-los a grossos cabos de navio vindos do Rio e puxá-los ao alto da torre por meio de forte guindaste, por que era impossível transportá-los pela escada.
CORAÇÃO ABERTO
Muito trabalhou sem conseguir enriquecer, apesar das heranças que recebeu. Era um mão aberta coração onde ecoavam as necessidades alheias.
Estabelecido com loja movimentada, os lucros eram consumidos pela numerosa freguesia, que comia e bebia fartamente às custas dele. Em sua casa a mesa conservava-se servida durante o dia quase todo. Foi obrigado a trocar de profissão.
Entre seus muitos amigos e compadres figuravam em maior número os de recursos escassos, que em suas aperturas lhe pediam socorro; e ele não lhes negava a derradeira moeda que acaso lhe restasse no bolso, embora lhe fizesse falta para as despesas indispensáveis.
Freqüentemente, atendia a rogas de pessoas necessitadas, que lhe solicitavam o custeio enterros, casamentos e batizados, e o salvamento da casinha onerada de impostos atrasados, e em risco de penhora.
DESAMBICIOSO E DESPRENDIDO
Em certa época, como coletor estadual, fez jus a uma promoção a outra coletoria de classe superior, que seria a de Pouso Alegre.
Não obstante necessitar das vantagens do acesso, por carecer de fortuna e pezar sobre seus ombros o encargo de numerosa família, desistiu do seu direito, para atender a um pedido do chefe político de Pouso Alegre, Cel. Otavio Meyer, que se empenhava pela colocação de um seu protegido.
PROTEÇÃO A UM ADVERSÁRIO EM PERIGO
Geria em Piranguinho, uma casa de comercio de que era sócio, de 1892 a 1894, quando a estrada de ferro Sapucai trafegava somente até aquela estação, ponta dos trilhos. Não havia hotel na localidade nascente. Em sua casa tomavam refeição e dormiam gratuitamente, todos os dias, mais de uma dezena de pessoas que embarcavam naquela estação. Eram hospedes que nada pagavam, muitos eram amigos, outros freguezes, e grande numero gente desconhecida, nem amigos nem freguezes. Certo dia desembarcou um senhor de meia idade de aspecto grave e ares aristocráticos. Pedia agasalho. A casa de Pedro Gomes lhe foi franqueada. Era Andrade Figueira, ex-ministro do Império, figura de grande relevo entre os monarquistas reacionários que se aliaram ao Almirante Custodio José de Melo, chefe da revolta de 6 de Setembro contra o governo de Floriano Peixoto. Vinha corrido da policia do Marechal Presidente, procurar asilo em Minas. Na sua fuga veio parar na ponta dos trilhos de Sapucai e em casa de um chefe republicano, ardente partidário de Floriano Peixoto. Quando Andrade Figueira soube disso, surpreendeu-se e viu-se em perigo. Procurou seu hospedeiro e falou-lhe em particular. Pedro Gomes o tranqüiliza.
Em sua casa nada lhe aconteceria. Seria respeitado como hospede que era.
E tratava-se de um inimigo figadal do regimem que seu hospedeiro defendia.
Viera buscar asilo e por isso eram sagradas sua pessoa, sua vida, sua liberdade.
TRIBUTO ÁS FRAQUEZAS HUMANAS
Como todo homem, teve também sua fraqueza, aliás única; gostava de um joquinho, á semelhança de todo mundo naquele tempo de vida monótona sem nenhuma outra diversão, quando homens e mulheres, quase sem exceção, se reuniam ora numa casa de família, ora noutra, para matar o tempo. Mas não arriscava grandes quantias, só aceitando paradas de pequeno valor. Ainda assim, incapaz de uma trapaça, era considerado um pato, presa imbele dos jogadores profissionaes que achavam jeito de se infiltrar em todas as rodas
O IDEALISTA E O FILOSOFO
Desde menino, inteligente e vivo, foi criado numa atmosfera de simpatia, querido e mimado de toda família. E essa educação deixou fundo traço no seu caráter: acreditava na bondade humana; para ele, todos os homens eram irmãos, ricos ou pobres, pretos ou brancos, correligionários ou adversários. Por isso mesmo, revoltava-se contra e combatia tenazmente todo egoísmo e toda injustiça.
E assim transcorreu sua vida, numa linha reta invariável, traçada do berço ao túmulo.
Idealista incorrigível, conservou acesa a chamada do ideal até seus últimos dias, acreditando no progresso e no aperfeiçoamento da humanidade, e num futuro risonho para o mundo.
Para tanto lutou sem cessar. Por sua parte, trabalhou sempre, procurando desempenhar a tarefa que lhe cabia na vida, fosse qual fosse. Trabalhou infatigavelmente, até seus últimos dias. Com setenta e seis anos, só deixou seu escritório depois que o abandonaram e as últimas forças e se recolheu a cama para morrer poucos dias depois.
Sem ter conhecido a história da vida de Socrates, com ela teve Pedro Gomes muitos pontos de semelhança.
E uma diferença. Socrates pregava contra a democracia, propagando a superioridade do governo aristocrático, representado pelo partido oligarquico, e porisso foi condenado a beber a cicuta; Pedro Gomes era visceralmente democrata; opinava que o direito de voto deveria ser estendido até aos analfabetos, e porisso foi condenado ao ostracismo, porque, proclamada a republica, os governos continuaram nas mãos das classes ricas, das mesmas oligarquias preconizadas pelo filosofo grego. Qual dos dois estaria certo? A civilização grega baqueou depois que a Grécia caiu sob o domínio da monarquia de Alexandre; a civilização brasileira, estacionária sob a monarquia, entrou em perigosa crise de apodrecimento sob a ditadura, e agora marcha para um destino imprevisível, rondada pelo caos...; salva-la-á a democracia? Se assim for, Pedro Gomes estremecerá de contentamento no seu túmulo.
Agora as semelhanças: um e outro criam num Deus único. Um e outro viveram vida desinteressadas, altruísticas, privadas de riquezas.
Socrates arriscou a vida num combate, para salvar Alcebiades; Pedro Gomes jogou a sua numerosas vezes em defesa da ordem publica e dos oprimidos. Socrates ao beber a cicuta, consolava seus discípulos e até ao próprio carrasco, que todos choravam, e descrevia as fases progressivas do veneno como se estivesse observando de fora um fenômeno da natureza; Pedro Gomes, sentindo, em plena lucidez de espirito, a aproximação da sua hora final, ao voltar-lhe a consciência após o primeiro colapso, disse calmamente, como se o tremendo momento em nada se relacionasse com sua própria pessoa: “Este é o primeiro colapso”.
OS SEUS ASCENDENTES
Pedro Gomes teve a seguinte ascendência:
Paes: Capitão Manoel José Pereira Gomes e d. Flausina Maria de S. José.
Avos paternos: Antônio José Gomes, (portuguez) e Maria Flausina de Jesus, natural de Pouso Alto; maternos: Alferes Antônio Dias Pereira e Rita Mendes da Silva.
Bisavós: Paterno-paternos: portuguezes, desconhecidos; paterno-maternos: Vicente Rodrigues e Maria Flausina; materno-paternos: José Dias Pereira e (desconhecida); os demais desconhecidos.
Trisavós: só há notícia dos seguintes: paterno – materno – paternos: Vicente Rodrigues de Oliveira e Teresa Moraes Rodrigues; paterno – materno – maternos: Francisco Rodrigues, portuguez e Michaela Flausina de Moraes, hespanhola; materno – paterno – paternos : Antônio Dias Braga, portuguez e Helena Pereira Goulart, brasileira.
Foi casado com D. Ana Ignácia de Oliveira, filha do Alferes Ignacio João de Oliveira e de D. Maria Severina da Silva, neta pelo lado paterno de Claudio Gonçalves de Oliveira Lopes e D. Estela Borges; e da parte materna, de Manoel Pereira Goulart Júnior e de D. Helena Rodrigues; bisneta por linha paterno – materna de Ignacio Borges, um dos mais antigos povoadores de Brazapólis e Itajubá; e por linha materna descendia do velho Lourenço da Costa, que nos primórdios de Itajuba sustentou renhida luta com os paulistas pela posso do território de aquém Mantiqueira.
Entre seus ancestraes afastados contam-se os Dias Bragas e Pereira Goularts de Baependy, que foram também ascendentes de seu marido, do qual era parenta em 4º grau canônico. Era sobrinha neta de Maria da Fé, que deu o nome a atual Cidade de Maria da Fé.
OS SEUS DESCENDENTES
Pedro Gomes deixou numerosa descendência, atualmente constante dos seguintes, enumerados os filhos em letras versaes, os netos em grifo e os bisnetos em tipo comum:
SEBASTIÃO GOMES, casado com Lydia Pereira Gomes, E SEUS FILHOS –
Pedro Gomes Neto, casado com Amélia Faria Gomes – filhos: Guilherme, Fábio, Marcos e Paulo de Tarso.
João de Barros Gomes
Eulalia Pereira Gomes
Maria Lydia Gomes
Anita de Barros Gomes
Déa Pereira Gomes
Cora Gomes Wood, casada com Hugo Wood – Thomaz Eber e Luiz Fernando
Raul Pereira Gomes
Sebastião Gomes Filho
Haroldo Pereira Gomes
Emma Pereira Gomes
JOSE ALFREDO GOMES, casado com Evangelina Renó Gomes. Dr. Mario Reno Gomes, casado com Clarice Rosa Gomes – Rosa Maria e Luiz Celso.
Dr. Lucio Reno Gomes
Maria Helena Gomes Lisboa, casada com Antônio Magalhães Lisboa - Lina Maria, Luiza Maria, Helena Maria e Antônio José.
Ana Julia Reno Gomes
Cecilia Vitoria Reno Gomes
MARIA JOSE GOMES
PEDRO NESTOR GOMES, falecido, casado com Maria Benedita Nogueira Gomes – Renato Gomes,
Glauco Nogueira Gomes
Maria Aparecida Nogueira gomes
Marcio Nogueira Gomes
Pedro Ivo Gomes,
Claudio Manoel Gomes, (irmão Leonardo Gabriel),
Maria Olivia Nogueira Gomes.
EMILIA GOMES
IGNACIO LEAO GOMES, casado com Benedita Pimenta Gomes.
José Maria Gomes
Sela Maria Gomes
Rubens do Amaral Gomes
Luiz Reynaldo Gomes
MANOEL IVO GOMES, casado com Maria Aparecida Carvalho Gomes.
Marilia , Stela, Ofélia, Paulo, Marcos, Therezinha, Manoel Cristovam, José Maria.
ADEODATO GOMES
UMA OMISSÃO A CORRIGIR
O acadêmico Wenceslau Braz Pereira Gomes, seu sobrinho, mais tarde elevado á Presidência da Republica acompanhava com vivo interesse a ação de seus tios, como republicano de coração que era, não figurando entretanto seu nome nas atas do partido, antes da proclamação da Republica, em atenção a seu pai, chefe do Partido Conservador. Na primeira reunião havia logo após a proclamação, esteve presente, ajudou seu tio a redigir a importante ata em que todos os partidos se congraçavam para o bem do Brazil, e foi um de seus signatários.
NOTA CURIOSA
- A predileção de São Pedro na família -
Pedro Gomes nasceu no dia de S. Pedro; sua mãe Flauzina Maria, seu irmão mais velho Francisco Braz Pereira Gomes e seu filho Ignacio Leão Gomes nasceram na véspera de S. Pedro; sua filha Maria (a 1ª falecida), sua irmã Maria Tereza, seus netos Pedro Gomes Neto (filho de Sebastião Gomes) e Irmão Marista Leonardo Gabriel (filho de Pedro Nestor Gomes), sua sobrinha Amanda Pereira Gomes e seus sobrinho bisneto Dr. Pedro Vergueiro, nasceram no dia de S. Pedro. E sua filha Cecilia faleceu já moça feita, no dia de São Pedro
PEDRO GOMES
O Centenário de seu Nascimento, no dia de São Pedro
1850 – 1950
Pedro Gomes nasceu a 29 de junho de 1850, na fazenda do Novo Bom Sucesso, onde residia seu pai, o Capitão Manoel José Pereira Gomes, menor de dois anos depois da elevação da freguesia do novo povoado de S. Caetano da Vargem Grande, que se transformou posteriormente na atual cidade de Brazópolis.
Fez parte de uma família composta de 14 irmãos: 9 varões e 5 mulheres.
Todos eles e elas se casaram e constituíram família numerosa, exceto José Pereira Gomes, que só teve uma filha, e D. Julia Amalia Gomes de Oliveira, esposa de Ignácio Gonçalves de Oliveira, que não teve filhos.
O Cap. Manoel Gomes, seu pai, grande amigo da instrução, não tendo recursos suficientes para mandar ensinar seus numerosos filhos e não havendo mesmo escolas aqui por perto, resolveu ele mesmo abrir uma escola em sua Fazenda, tornando-se o mestre escola de seus filhos e de seus agregados e vizinhos. Homem de uma formação moral impecável e de raro espírito público, deu aos seus descendentes, ao lado da instrução elementar, uma sólida educação moral, completada por um largo espírito cívico, feito de tolerância, de amor ao próximo, às causas justas e ao bem geral.
Sua esposa, D. Flausina Maria de S. José (filha do Alferes Antonio Dias Pereira) foi a sua dedicada e inteligente colaboradora dessa tarefa, ocupando-se principalmente da formação religiosa dos filhos.
À noite, ensinava-os a orar, as verdades fundamentais da religião cristã e lia-lhes um trecho da Bíblia Sagrada, principalmente do Novo Testamento, que explicada depois à criançada, sem excetuar as filhas dos escravos, que ela tratava com a mesma bondade usada para com os próprios filhos.
Foi nesse ambiente que Pedro Gomes nasceu e se fez homem.
Inteligente e com grande pendor para a matemática e para a mecânica (como aliás quase todos os seus irmãos) completou depois sua educação na Escola da Vida prática e alargou os seus conhecimentos por esforço próprio, chegando a escrever com facilidade e acerto.
Por intuição natural e alguns estudos feitos sozinhos e por necessidade, aprendeu escrituração mercantil, tornando-se hábil guarda livros.
Era também freqüentemente procurado por seus numerosos amigos e conhecidos para resolver casos e problemas difíceis, de todo o gênero, e para calcular áreas territoriais, nos negócios de compra e venda e nas empreitadas de lavouras.
Casou-se aos 24 anos de idade com a senhorinha Ana Ignácia de Oliveira, sua prima em quarto grau canônico, filha do Alferes Ingácio João de Oliveira e d. Maria Severina da Silva, fazendeiros, descendentes ambos de antigas famílias de grandes proprietários de terras, pertencentes ao grupo dos primeiros desbravadores e civilizadores destes rincões amados.
Paulo de Tarso e Pedro Gomes Neto - Bisneto e neto de Pedro Gomes
O ABOLICIONISTA
Embora se tivesse contentado, nos últimos anos de sua existência, com uma atuação modesta na vida local, desempenhou, entretanto, no alvorecer da terra natal, destacado papel na sua história, como estrênuo combatente pela libertação dos escravos e pela proclamação da República, campanhas em que se empenhou de corpo e alma, com sacrifício de seus interesses particulares; e, convertidos em realidade seus ideais, retirou-se da vida privada, alheiando-se de então em diante da atividade política.
Descendente, desde numerosas gerações, de fazendeiros e senhores de escravos, inclusive seus avós, pais, sogro, irmãos e tios, que ainda os possuíam, sua índole humanitária e justiceira, desprezando os interesses de família, entrou de revoltar-se contra a nefanda instituição, apelidando os negociantes de cativos, então abundantes, de “mercadores de carne humana”. Não se limitou, ademais, a protestos platônicos: fundou com seus cunhados Manoel José Velloso, Benedito Rocha e João Pereira dos Santos, o “Partido Abolicionista”, que sustentara uma luta tenaz e vitoriosa não só para que fosse extinto por lei o cativeiro, como ainda pela direta libertação dos escravos. De acordo com os abolicionistas de Itajubá, os desta localidade promoveram uma bem urdida conspiração para abrigar os senhores de todo o município, que então compreendia Vargem Grande, a concordarem com a alforria geral, independentemente de qualquer dispositivo legal, que ninguém esperava obter do governo do Império, pois havia a suposição de que, qualquer lei para tal escopo votada pelo Congresso, teria o veto do Imperador, visto que os fazendeiros e outros proprietários dos infelizes negros eram a mais sólida coluna do trono. E Pedro Gomes, por delegação e com o inteiro apoio dos seus poucos companheiros, desenvolveu uma ação tremenda e revolucionária, e ao mesmo tempo hábil, com a serena coragem e desassombro que lhe eram peculiares, até a vitória final.
Convocavam os escravos para reuniões pacíficas em dias determinados, que sempre recaiam em domingos, ou dias santos, recomendando-lhes que comparecessem desarmados, para tirar ao ajuntamento o caráter de sedição, e nessas reuniões era reclamada a liberdade para os infelizes. Servia de agente de ligação o destemido mulato Emílio Rodrigues, a quem eram fornecidos cavalos, e que durante a noite percorria as fazendas, convocando os cativos para assembléias redentoras, em que iriam clamar contra a iniquidade da escravidão e implorar a liberdade.
Essas reuniões correram todas pacificamente, graças à influência de Pedro Gomes, que compreendia a inutilidade da violência, confiando mais na eficácia da persuasão e no final triunfo do direito natural de todo homem. A última reunião, a 21 de Março de 1888, com a presença também dos senhores, previamente convidados, estava destinada a dar o tiro de misericórdia na iníqua instituição, não só em nossa Vargem Grande, como em todo o município de Itajubá, conforme haviam concertado os líderes abolicionistas de todos os distritos.
Como era de prever, essa memorável assembléia, única no gênero, não foi serena; a multidão de escravos acotovelando-se em massa no Largo da Matriz, a bradar por liberdade; e os senhores reunidos em conselho numa sala onde se reúnem hoje os Confrades Vicentinos na conjuntura de perderem o seu capital e o braço servil, a ouvir-lhes os clamores por um lado, e por outro, premidos pelas injunções dos chefes abolicionistas, criaram uma atmosfera tensa e eletrizada, em que as emoções incontidas faziam tremer as vozes e se escoavam em gestos violentos; um dos senhores chegou mesmo a arremessar a si o paletó, disposto a brigar; bastaria mais uma imprudência para desencadear um conflito. Mas a serenidade, a calma, a coragem e a tática de Pedro Gomes, conjuraram a emergência. Fez ver aos numerosos senhores que nada adiantaria um atentado contra o pequeno grupo de abolicionistas, porquanto a multidão de escravos dali próximos não deixaria de acorrer em socorro dos seus libertadores; que a abolição era idéia já amadurecida em todo o País e se converteria em realidade dentro de breve tempo; e que era mais honroso para os proprietários libertarem os cativos de vontade própria, do que serem forçados por lei. Caíram em si os recalcitrantes; baixaram os braços ameaçadores e, cabisbaixos assinaram o termo já de antemão lavrado, em que davam liberdade a todos os escravos.
Extinguiu-se assim a escravidão em Brazópolis, como em todo o município de Itajubá, a 21 de março de 1888, quase dois meses antes da lei de 13 de maio.
A campanha abolicionista custou a Pedro Gomes pesados sacrifícios, tanto de seus interesses, como da sua tranqüilidade e relações afetivas.
Ecoavam pelo País vários casos de assassinos de abolicionistas, o que trazia-lhe alarmada a família. Impunha aos seus parentes mais próximos avultados prejuízos na perda do braço escravo. Um tio materno chegou a chorar amargamente, lamentando que o seu “próprio sangue” lhe houvesse causado tal desgosto. Mas a maioria dos parentes apoiava-o e comungava com ele na idéia da alforria, que achava justa, embora perdesse a propriedade escrava; e a parte que se opunha à medida não lhe guardou ressentimento depois da libertação, pois o ardoroso libertador sempre gozara a estima de todos.
O subdelegado de polícia de então, o capitão José Maria Pereira de Carvalho, era às vezes solicitado pelos escravagistas a tomar providências contra a campanha em favor da abolição da escravatura, que os cegos interesses ameaçados taxavam de sediciosa ; e alguns entre eles chegaram a insinuar a prisão de Pedro Gomes, como o mais ativo cabeça ao que o bondoso e sagaz velho respondia humoristicamente, sorrindo: “Vá você prendê-lo”.
O REPUBLICANO E APÓSTOLO DO ENSINO PUPULAR GRATUITO
Paralelamente à luta contra a escravidão, sustentava Pedro Gomes, com o mesmo pugilo de companheiros, a propaganda republicana. Julgavam eles que as duas causas não se podiam separar, em virtude da convicção geral de que ao trono imperial não convinha a alforria dos escravos, por lhe tirar o apoio dos proprietários dos mesmos. Além disso, achavam os republicanos que o processo centralizador era causa de atraso do País e responsável pelo analfabetismo então reinante; a autonomia administrativa para as províncias e municípios era um dos pontos básicos da propaganda republicana. A república federativa traria um grande surto de progresso em todos os setores da vida nacional e favoreceria a difusão das escolas para o ensino gratuito a todos os brasileiros.
A 25 de dezembro de 1887 era fundado o “Clube Republicano” em casa de residência de Pedro Gomes, que seria sempre o seu 1o secretário e alma da ação política posterior; presidido por Manoel José Veloso e integrada por Antônio da Silva Borges, 2o secretário, José Pereira Gomes, João Pereira dos Santos, José Pereira Braga e Antônio Baptista Braga, ao todo 7 membros do 1o diretório, que, segundo a ata então lavrada, poderia admitir como membro do Partido qualquer pessoa que julgar nos casos de o ser, de dezessete anos para cima, mediante a declaração assinada de que aderia “ao Partido Republicano desta freguesia”.
O crescimento foi lento. A 2 de julho de 1888 o diretório recebeu a 1a adesão, de João José Barroso; a 30 de setembro a de Joaquim Arantes de Carvalho; por declaração verbal sem data, publicada no jornal “A verdade”, de Itajubá, a de José Maria Pereira da Rosa; a 23 de dezembro do mesmo ano, de Manoel José Gomes Pereira a 27, de Firmino Augusto Rebello aos 30 de dezembro de 888, de Manoel José Velloso Junior; a 10 de janeiro de 1889, de Estalislau Camilo dos Santos; a 14 de fevereiro, de João Francisco de Carvalho e José Prudêncio da Silva; a 24 do mesmo mês, de Manoel Pereira Machado, conforme declaração publicada em “A Verdade de Itajubá”; a 28 de março de 1889, de Manoel Pereira Machado Junior, a 30 do mesmo mês, do Capitão Francisco Rodrigues Pereira Vianna, José Eleuterio Salgado, Joaquim Bernardes de Faria e Souza e Joaquim Carlos da Silveira; ao todo 23 eleitores. (Na enumeração acima figuram Manoel Pereira Machado Junior, respectivamente bisavô e avô do nosso atual (em 1950) prefeito Heitor Machado, que descende de dois autênticos republicanos históricos).
A 29 de março de 1889 um acontecimento dava nosso alento ao Partido Republicano: fazia naquele dia uma conferência de propaganda o líder republicano, Dr. Alexandre Stockler Pinto de Menezes, a qual trouxe mais 37 adesões de eleitores masculinos e de 7 senhoras (que não tinham entretanto o direito de voto); ele vendo o quadro do Partido a 60 eleitores e 7 senhoras.
A 26 de abriu aderiu mais o farmacêutico Antonio Martins de Menezes Junior, encerrando-se a lista até a proclamação da República, a 15 de novembro de 1889, com 59 eleitores, eliminados 2, que se retiraram do Partido.
O partido republicano concorreu à eleição de 8 de abril de 1889, sufragando para deputado provincial, na vaga do Dr. Silvestre Ferraz, o nome do Dr. Christiano Pereira Brasil.
Para as eleições dos senadores a 28 de maio do mesmo ano, foram apresentados os nomes do Dr. Francisco Honório Ferreira Brandão, Dr. Joaquim Felício dos Santos e Pe. Joaquim Camilo de Brito.
Proclamada a República, reuniu-se o diretório republicano a 20 de novembro, e constituindo-se em “conselho administrativo provisório desta freguesia” resolver “reconhecer como legítimo e legal o atual governo republicano provisório, proclamado pelo exército, armada e povo, no Rio de Janeiro” e nomeou delegado de polícia provisório, ao seu presidente Manoel José Veloso.
A 24 de novembro adere à República do “Partido Liberal” e à 1º de dezembro o “Partido Conservador” extinguindo-se assim as duas tradicionais agremiações políticas da Monarquia.
Até 25 de maio de 1892 continuou Pedro Gomes como secretário do Partido Republicano, deixando daí em diante a atividade política, para dedicar-se à sua família, a cargos administrativos e de beneficência.
A família do extinto republicano histórico ainda guarda como preciosa relíquia a bandeira do Club Republicano, que se desfraldava durante a propaganda, encimada pelo barrete frigio, e com a seguinte inscrição: “Club Republicano de Vargem Grande – Libertas, quae será tamen”
Pedro Gomes gastou dois terços de sua vida a trabalhar pela terra e pela coletividade, em atividades que não lhe traziam nenhum provento, antes prejudicavam seus interesses e só lhe traziam canseiras e muitas e, muitas vezes, dissabores e perigos.
O DEFENSOR DA ORDEM PÚBLICA
Tornou-se famoso na época, em 1884, o seu ato de coragem, prendendo com uma pequena escolta de cinte paisanos mal armados, uma numerosa malta de ciganos abarrocados no bairro do Campo Belo, onde afugentavam famílias de fazendeiros que fugiam, deixando as casas abertas. Era juiz de paz, e a obrigação da diligência cabia aos 3 subdelegados de polícia locais, mas nenhum deles quis arriscar-se ao perigo, pois a ciganada estava armada até os dentes. Pedro Gomes, vendo ameaçada a ordem pública, pôs-se à frente de 20 homens, cujo armamento constava apenas de facas e 4 ou 5 armas de fogo, acrescidos de mais uns 10 homens pelo caminho. A pequena expedição marchou à noite, para surpreender os ciganos antes da alvorada. Foi dividida em 2 grupos seguindo um deles por um desvio, sob a direção do oficial de justiça Leopoldo Nunes de Almeida e o outro com apenas 12 homens, acompanhando Pedro Gomes, pela estrada geral.
A ordem era chegar ao acampamento dos ciganos, primeiro o grupo dirigido pelo juiz de paz e depois, a um sinal combinado, o grupo dirigido pelo oficial de justiça. Chegada a primeira força, insuficiente para sitiar as 5 ou 6 barracas, cerca apenas a maior, a do chefe dos ciganos, e dá o sinal combinado para a convergência do 2º contingente; mas este não aparece; o sinal servira apenas para despertar os ciganos das outras barracas, que acorrem em auxílio de seu chefe. Ouve-se o tinir de armas por todos os lados. Vendo o perigo que o ameaçava com os seus 12 companheiros, em grande inferioridade numérica e de armamento, Pedro Gomes, aproveitando a semi escuridão, para simular superioridade, brada bem alto nos seus: “Não abram fogo! Não atirem sem ordem!”. O efeito foi imediato; os ciganos acobardaram-se e, intimidados, começaram a entregar as armas. Mas, calando a plena luz do dia percebeu o numeroso bando que caía prisioneiro de apenas uma dúzia de homens, e iniciou-se entre os presos uma cochichada e indecisa conspiração de resistência, que se prolongou até às 9 horas da manhã, quando chegava o outro grupo da escolta, às ordens do oficial de justiça, com 3 horas de atraso, depois de convencer-se de já não havia perigo; e logo após, corriam moradores das cercanias, recrutados pelos inspetores de quarteirões. Só então os ciganos submeteram-se completamente e foram conduzidos, escoltados já agora por uma guarda de cerca de cem homens, para esta então freguesia, onde foram entregues ao 3o suplente de subdelegado de polícia e iniciado o inquérito policial. Mas não cabiam na pequena cadeia local, nem havia naquele tempo polícia militar que os guardasse; a autoridade policial e o escrivão mandaram-nos embora e durante muitos anos Vargem Grande ficou livre das incursões dos ciganos, que evitavam esta localidade como lugar perigoso.
Mais tarde, como subdelegado de polícia, não contando com policiais militarizados que o Estado não oferecia às freguesias, só dispunha de dois ou três “paisanos engajados” (com se denominavam), fardados e armados para o ofício.
Ainda assim, Pedro Gomes mantinha rigorosa ordem e segurança do distrito. Muitas vezes efetuava prisões sozinho, graças à sua força moral e ao respeito que inspirava. Certa ocasião, o cabo comandante dos engajados embriagou-se e saiu à rua a disparar tiros para todo lado.
Pedro Gomes foi ao encontro do mesmo, prendeu-o e deixou-o vários dias na cadeia.
Da outra vez avisaram-no de que o morfético João Piranga, caboclo turbulento quando alcoolizado, promovia distúrbios, desafiando a todo mundo, certo de que ninguém lhe poria a mão.
O subdelegado laçou-o com um comprido arame farpado e depois que o viu humilhado e calmo, soltou-o, mandando-o de volta para o seu bairro. De outra feita, percorrendo a povoação, encontrou embriagado, a galopar desenfreado pela rua, um homem, então muito popular, mestiço espadaúdo e leiloeiro espirituoso das festas religiosas, mas descontrolado e perigoso quando bebia demasiado. Repreendido, desatendeu a autoridade e frechou o cavalo contra o subdelegado; este desviou-se, colheu as rédeas da montaria, desmontou o cavaleiro e mandou pô-lo fora da povoação pelos dois policiais que chegavam no momento.
Muitos outros episódios semelhantes poderiam ser relatados aqui; mas omitimo-los para não alongar demasiado estas linhas.
O PODER DA FORÇA MORAL
Não suponha, porém, quem nos ler, que Pedro Gomes tenha sido um ferrabraz, um matamouros: nada disso; trata-se de um homem que foi sempre bondoso, calmo e inimigo da violência; nunca atacou nem feriu a ninguém; não possuía arma de nenhuma espécie e não as trazia ainda quando tinha de afrontar situações perigosas.
Sua arma única e invariável era forjada pela força moral e respeito que inspirava. Jamais se exaltou. Conservava a serenidade e o sangue-frio nas emergências mais desconcertantes.
Aconselhava a todos que andassem desarmados, porque uma arma, dizia, é uma tentação, às vezes irresistível, para cometer um delito. De mais, acrescentava, somente os medrosos precisam de armas: os corajosos, não.
A uma pessoa que por outra fora ameaçada de um destorço pessoal e que, por sua vez, protestava matar o adversário, deu original conselho:
“É preferível morrer numa briga, embora se tenha razão, do que matar; quem mata conservará a mancha de assassino por todo o resto da vida”.
*****
Na segunda década deste século, viera clinicar nesta, então, Vila Braz, um jovem médico impulsivo e grosseiro, que entrou logo a atritar-se com diversas pessoas, inclusive Pedro Gomes.
O Dr. Alvaro de Barros, eminente médico que aqui residira, comentou a propósito: - Dr. Fulano não permanecerá muito tempo em Vila Braz, pois questionou com os dois homens mais pacíficos da terra: Pedro Gomes e Augusto Carvalho.
O TRABALHADOR INFADIGADO E DEDICADO A OBRAS PÚBLICAS
Intangível trabalhador, os seus negócios particulares não esgotavam toda a sua atividade: sobravam-lhe energias para dedicar ao interesse público todo o tempo que lhe sobrava.
Ocupou em anos consecutivos todos os cargos administrativos da Santa Casa de Misericórdia, desde secretário até provedor. No “Club Wenceslau Braz” foi, por vários períodos, tesoureiro, vice-presidente e presidente. Representou Vargem Grande na Câmara Municipal de Itajubá quando freguesia desse município.
Nomeado preposto do Agente Executivo, quando foi criado o município de São Caetano da Vargem Grande e eleita a primeira Câmara Municipal em 1901, tornou-se precioso auxiliar do chefe executivo na orientação e administração das obras públicas, sem prejuízo das suas funções de contador, tesoureiro e arrecadador das rendas da Câmara Municipal.
Nomeado depois coletor, ao ser criada a coletoria estadual no novo município, apesar de sobrecarregado pelos trabalhos de suas funções que exercia sozinho, sem escrivão, não deixou nunca de prestar a sua cooperação de boa vontade, sempre que era solicitada a sua ajuda na solução dos problemas de interesse público.
O ACABAMENTO DA ANTIGA IGREJA MATRIZ
Um dos serviços mais assinalados que prestou à terra natal foi terminar a construção da igreja matriz, iniciada em 1848, e que se arrastara remorada pela falta de interesse das comissões eleitas para superintender as respectivas obras, até que o povo, em memorável reunião, decidiu abolir o sistema de comissões numerosas e nomear o Capitão Manoel José Pereira Gomes para se encarregar sozinho dos trabalhos, os quais tomaram vigoroso impulso. Falecido aquele benemérito, em 1879, tomaram seu lugar seus filhos Francisco Braz, que augariava recursos e Pedro Gomes, que administrava a construção e levaria a bom termo seis anos depois. As duas belas e longas escadarias em espiral que vão às torres foram desenhadas e a sua construção dirigida por Pedro Gomes.
Superintendeu mais a difícil tarefa de alçar os dois enormes sinos até a uma das torres onde ainda estão: para tanto fez-se necessário amarrá-los a grossos cabos de navio vindos do Rio e puxá-los ao alto da torre por meio de forte guindaste, por que era impossível transportá-los pela escada.
CORAÇÃO ABERTO
Muito trabalhou sem conseguir enriquecer, apesar das heranças que recebeu. Era um mão aberta coração onde ecoavam as necessidades alheias.
Estabelecido com loja movimentada, os lucros eram consumidos pela numerosa freguesia, que comia e bebia fartamente às custas dele. Em sua casa a mesa conservava-se servida durante o dia quase todo. Foi obrigado a trocar de profissão.
Entre seus muitos amigos e compadres figuravam em maior número os de recursos escassos, que em suas aperturas lhe pediam socorro; e ele não lhes negava a derradeira moeda que acaso lhe restasse no bolso, embora lhe fizesse falta para as despesas indispensáveis.
Freqüentemente, atendia a rogas de pessoas necessitadas, que lhe solicitavam o custeio enterros, casamentos e batizados, e o salvamento da casinha onerada de impostos atrasados, e em risco de penhora.
DESAMBICIOSO E DESPRENDIDO
Em certa época, como coletor estadual, fez jus a uma promoção a outra coletoria de classe superior, que seria a de Pouso Alegre.
Não obstante necessitar das vantagens do acesso, por carecer de fortuna e pezar sobre seus ombros o encargo de numerosa família, desistiu do seu direito, para atender a um pedido do chefe político de Pouso Alegre, Cel. Otavio Meyer, que se empenhava pela colocação de um seu protegido.
PROTEÇÃO A UM ADVERSÁRIO EM PERIGO
Geria em Piranguinho, uma casa de comercio de que era sócio, de 1892 a 1894, quando a estrada de ferro Sapucai trafegava somente até aquela estação, ponta dos trilhos. Não havia hotel na localidade nascente. Em sua casa tomavam refeição e dormiam gratuitamente, todos os dias, mais de uma dezena de pessoas que embarcavam naquela estação. Eram hospedes que nada pagavam, muitos eram amigos, outros freguezes, e grande numero gente desconhecida, nem amigos nem freguezes. Certo dia desembarcou um senhor de meia idade de aspecto grave e ares aristocráticos. Pedia agasalho. A casa de Pedro Gomes lhe foi franqueada. Era Andrade Figueira, ex-ministro do Império, figura de grande relevo entre os monarquistas reacionários que se aliaram ao Almirante Custodio José de Melo, chefe da revolta de 6 de Setembro contra o governo de Floriano Peixoto. Vinha corrido da policia do Marechal Presidente, procurar asilo em Minas. Na sua fuga veio parar na ponta dos trilhos de Sapucai e em casa de um chefe republicano, ardente partidário de Floriano Peixoto. Quando Andrade Figueira soube disso, surpreendeu-se e viu-se em perigo. Procurou seu hospedeiro e falou-lhe em particular. Pedro Gomes o tranqüiliza.
Em sua casa nada lhe aconteceria. Seria respeitado como hospede que era.
E tratava-se de um inimigo figadal do regimem que seu hospedeiro defendia.
Viera buscar asilo e por isso eram sagradas sua pessoa, sua vida, sua liberdade.
TRIBUTO ÁS FRAQUEZAS HUMANAS
Como todo homem, teve também sua fraqueza, aliás única; gostava de um joquinho, á semelhança de todo mundo naquele tempo de vida monótona sem nenhuma outra diversão, quando homens e mulheres, quase sem exceção, se reuniam ora numa casa de família, ora noutra, para matar o tempo. Mas não arriscava grandes quantias, só aceitando paradas de pequeno valor. Ainda assim, incapaz de uma trapaça, era considerado um pato, presa imbele dos jogadores profissionaes que achavam jeito de se infiltrar em todas as rodas
O IDEALISTA E O FILOSOFO
Desde menino, inteligente e vivo, foi criado numa atmosfera de simpatia, querido e mimado de toda família. E essa educação deixou fundo traço no seu caráter: acreditava na bondade humana; para ele, todos os homens eram irmãos, ricos ou pobres, pretos ou brancos, correligionários ou adversários. Por isso mesmo, revoltava-se contra e combatia tenazmente todo egoísmo e toda injustiça.
E assim transcorreu sua vida, numa linha reta invariável, traçada do berço ao túmulo.
Idealista incorrigível, conservou acesa a chamada do ideal até seus últimos dias, acreditando no progresso e no aperfeiçoamento da humanidade, e num futuro risonho para o mundo.
Para tanto lutou sem cessar. Por sua parte, trabalhou sempre, procurando desempenhar a tarefa que lhe cabia na vida, fosse qual fosse. Trabalhou infatigavelmente, até seus últimos dias. Com setenta e seis anos, só deixou seu escritório depois que o abandonaram e as últimas forças e se recolheu a cama para morrer poucos dias depois.
Sem ter conhecido a história da vida de Socrates, com ela teve Pedro Gomes muitos pontos de semelhança.
E uma diferença. Socrates pregava contra a democracia, propagando a superioridade do governo aristocrático, representado pelo partido oligarquico, e porisso foi condenado a beber a cicuta; Pedro Gomes era visceralmente democrata; opinava que o direito de voto deveria ser estendido até aos analfabetos, e porisso foi condenado ao ostracismo, porque, proclamada a republica, os governos continuaram nas mãos das classes ricas, das mesmas oligarquias preconizadas pelo filosofo grego. Qual dos dois estaria certo? A civilização grega baqueou depois que a Grécia caiu sob o domínio da monarquia de Alexandre; a civilização brasileira, estacionária sob a monarquia, entrou em perigosa crise de apodrecimento sob a ditadura, e agora marcha para um destino imprevisível, rondada pelo caos...; salva-la-á a democracia? Se assim for, Pedro Gomes estremecerá de contentamento no seu túmulo.
Agora as semelhanças: um e outro criam num Deus único. Um e outro viveram vida desinteressadas, altruísticas, privadas de riquezas.
Socrates arriscou a vida num combate, para salvar Alcebiades; Pedro Gomes jogou a sua numerosas vezes em defesa da ordem publica e dos oprimidos. Socrates ao beber a cicuta, consolava seus discípulos e até ao próprio carrasco, que todos choravam, e descrevia as fases progressivas do veneno como se estivesse observando de fora um fenômeno da natureza; Pedro Gomes, sentindo, em plena lucidez de espirito, a aproximação da sua hora final, ao voltar-lhe a consciência após o primeiro colapso, disse calmamente, como se o tremendo momento em nada se relacionasse com sua própria pessoa: “Este é o primeiro colapso”.
OS SEUS ASCENDENTES
Pedro Gomes teve a seguinte ascendência:
Paes: Capitão Manoel José Pereira Gomes e d. Flausina Maria de S. José.
Avos paternos: Antônio José Gomes, (portuguez) e Maria Flausina de Jesus, natural de Pouso Alto; maternos: Alferes Antônio Dias Pereira e Rita Mendes da Silva.
Bisavós: Paterno-paternos: portuguezes, desconhecidos; paterno-maternos: Vicente Rodrigues e Maria Flausina; materno-paternos: José Dias Pereira e (desconhecida); os demais desconhecidos.
Trisavós: só há notícia dos seguintes: paterno – materno – paternos: Vicente Rodrigues de Oliveira e Teresa Moraes Rodrigues; paterno – materno – maternos: Francisco Rodrigues, portuguez e Michaela Flausina de Moraes, hespanhola; materno – paterno – paternos : Antônio Dias Braga, portuguez e Helena Pereira Goulart, brasileira.
Foi casado com D. Ana Ignácia de Oliveira, filha do Alferes Ignacio João de Oliveira e de D. Maria Severina da Silva, neta pelo lado paterno de Claudio Gonçalves de Oliveira Lopes e D. Estela Borges; e da parte materna, de Manoel Pereira Goulart Júnior e de D. Helena Rodrigues; bisneta por linha paterno – materna de Ignacio Borges, um dos mais antigos povoadores de Brazapólis e Itajubá; e por linha materna descendia do velho Lourenço da Costa, que nos primórdios de Itajuba sustentou renhida luta com os paulistas pela posso do território de aquém Mantiqueira.
Entre seus ancestraes afastados contam-se os Dias Bragas e Pereira Goularts de Baependy, que foram também ascendentes de seu marido, do qual era parenta em 4º grau canônico. Era sobrinha neta de Maria da Fé, que deu o nome a atual Cidade de Maria da Fé.
OS SEUS DESCENDENTES
Pedro Gomes deixou numerosa descendência, atualmente constante dos seguintes, enumerados os filhos em letras versaes, os netos em grifo e os bisnetos em tipo comum:
SEBASTIÃO GOMES, casado com Lydia Pereira Gomes, E SEUS FILHOS –
Pedro Gomes Neto, casado com Amélia Faria Gomes – filhos: Guilherme, Fábio, Marcos e Paulo de Tarso.
João de Barros Gomes
Eulalia Pereira Gomes
Maria Lydia Gomes
Anita de Barros Gomes
Déa Pereira Gomes
Cora Gomes Wood, casada com Hugo Wood – Thomaz Eber e Luiz Fernando
Raul Pereira Gomes
Sebastião Gomes Filho
Haroldo Pereira Gomes
Emma Pereira Gomes
JOSE ALFREDO GOMES, casado com Evangelina Renó Gomes. Dr. Mario Reno Gomes, casado com Clarice Rosa Gomes – Rosa Maria e Luiz Celso.
Dr. Lucio Reno Gomes
Maria Helena Gomes Lisboa, casada com Antônio Magalhães Lisboa - Lina Maria, Luiza Maria, Helena Maria e Antônio José.
Ana Julia Reno Gomes
Cecilia Vitoria Reno Gomes
MARIA JOSE GOMES
PEDRO NESTOR GOMES, falecido, casado com Maria Benedita Nogueira Gomes – Renato Gomes,
Glauco Nogueira Gomes
Maria Aparecida Nogueira gomes
Marcio Nogueira Gomes
Pedro Ivo Gomes,
Claudio Manoel Gomes, (irmão Leonardo Gabriel),
Maria Olivia Nogueira Gomes.
EMILIA GOMES
IGNACIO LEAO GOMES, casado com Benedita Pimenta Gomes.
José Maria Gomes
Sela Maria Gomes
Rubens do Amaral Gomes
Luiz Reynaldo Gomes
MANOEL IVO GOMES, casado com Maria Aparecida Carvalho Gomes.
Marilia , Stela, Ofélia, Paulo, Marcos, Therezinha, Manoel Cristovam, José Maria.
ADEODATO GOMES
UMA OMISSÃO A CORRIGIR
O acadêmico Wenceslau Braz Pereira Gomes, seu sobrinho, mais tarde elevado á Presidência da Republica acompanhava com vivo interesse a ação de seus tios, como republicano de coração que era, não figurando entretanto seu nome nas atas do partido, antes da proclamação da Republica, em atenção a seu pai, chefe do Partido Conservador. Na primeira reunião havia logo após a proclamação, esteve presente, ajudou seu tio a redigir a importante ata em que todos os partidos se congraçavam para o bem do Brazil, e foi um de seus signatários.
NOTA CURIOSA
- A predileção de São Pedro na família -
Pedro Gomes nasceu no dia de S. Pedro; sua mãe Flauzina Maria, seu irmão mais velho Francisco Braz Pereira Gomes e seu filho Ignacio Leão Gomes nasceram na véspera de S. Pedro; sua filha Maria (a 1ª falecida), sua irmã Maria Tereza, seus netos Pedro Gomes Neto (filho de Sebastião Gomes) e Irmão Marista Leonardo Gabriel (filho de Pedro Nestor Gomes), sua sobrinha Amanda Pereira Gomes e seus sobrinho bisneto Dr. Pedro Vergueiro, nasceram no dia de S. Pedro. E sua filha Cecilia faleceu já moça feita, no dia de São Pedro
ORIGEM DA EXPRESSÃO: Maria-vai-com-as-outras
Pessoa sem opinião. Segundo o Guia dos Curiosos, de Marcelo Duarte, Maria I, avó de Pedro I, louca, foi proibida de governar (1792). Só saía com damas de companhia. O povo: “Lá vai dona Maria com as outras.” Câmara Cascudo, em Locuções Tradicionais do Brasil, diz: no rosário, a seqüência de 150 ave-marias é separada por 15 pais-nossos, a uma “Maria” outras seguem.
O CENTÉSIMO ANO-NOVO - Claret de Lima
Esta é a centésima vez que ela assiste ao nascimento do ano. E o peso da centúria não fê-la velha e encarquilhada.
Caminha alevantada, subindo e descendo à Ana Chaves para assistir à missa das nove. Pára, conversa, cumprimenta, sorri.
Não traz nos cabelos a poeira do século, branqueando-os, nem carrega nos passos o arrastamento de pernas: cansaço das lidas.
A voz é mansa, os olhos doces e o rosto sem rugas guarda uma formosura antiga.
Atravessou duas grandes guerras, viu a queda de democratas e de ditadores, venceu epidemias e assistiu ao passeio do Cometa de Halley.
Embalou gerações, cantou canções de amor sobre berços, sepultou seus mortos queridos e semeou paz e ternura entre os homens.
Ela é a matriarca do burgo de São Caetano da Vargem Grande: as serras e as montanhas que abraçam a cidade de ladeiras bravas, sabem disto; aquele coqueiro idoso – falecido – que havia nos fundos do largo da Matriz, testemunhava isto.
Ela é a mãe dos homens.
Todos lhe somos meninos: respeitamo-la e lhe devemos obediência.
Feliz centésimo Ano-Novo, Mamãe TiTi.
Receba um beijo e abençoe este menino distante.
27 de setembro de 2010
O SEGREDO (1) – Renato Lôbo
- Isso vai ser pior do que cuspir na cara do papa!
Foi o que expressou em sua estupefação o delegado quando apresentou a prova do crime. Persignou-se aquela devota assembléia convocada para a reunião extraordinária das cinco da tarde, no saguão da delegacia.
- Isso vai se tornar um problema. Um baita problema! Virgem Santa! Um problemão! – completou, a autoridade.
Franziu, nessa hora, o cenho o também presente vigário, padre Von Seca, pela menção do santo nome da Virgem naquelas rapsódias de monta mundana. O delegado fez que não viu, coçou o queixo, esfregou o olho, fungou o nariz, mordeu o bigode: todos os cacoetes convocados numa só ocasião. De qualquer forma, não disse mais nada. Ficou só assuntando, só assuntando.
- Puxa a capivara, delegado – solicitaram.
- Impossível! Não sabemos quem foi!
- Mas então...
- Então, senhores, convém que deixemos o assunto para amanhã. Encerra-se o expediente. E é melhor pensar de cabeça fria.
Badalaram-se as seis e meia no relógio da Matriz. O expediente caminhara pro fim. Naquela hora, nada podia ficar resolvido e, realmente, nada ficou. Data vênia, no mês de junho, a noite cai depressa e à noite todos os gatos são pardos. Melhor ir pra casa, tirar o sapato e descansar.
- Agradeço vivamente a presença de todos, e dou por encerrada a parada!
E foram-se.
Em casa de cada um, houve debates controversos, esquentados, filosóficos, apocalípticos.
- O delegado fica soltando a marcha, escapando a engrenagem, jogando água fora da bacia!
E noutra casa:
- Não deveria ter deixado para amanhã, não deveria!
E noutra:
- Coisas de gente fraca!
Em casa do delegado, a Creusa, mulher dele, aficionada por cinema, quis logo saber por que não havia sido convocada para atuar naquele filme, como atriz principal, ou alguém à altura de escrever o roteiro da produção.
- Nessas coisas de por pra dentro – disse ele – melhor cautela. Cautela, canja de galinha e água benta nunca fizeram mal!
Mas a mulher do delegado queria mais era ver o circo pegando fogo. Quando preciso, até emprestava a gasolina. Gastadeira! Só vendo! Quando ele a acusava de estar gastando mais do que devia, ela respondia: “To gastando só a minha metade!”
O objeto em questão, centro de toda polêmica, criador de tanta quizila, havia permanecido trancado na delegacia, dormente ao fundo de uma maleta trancada com segredo de estado, depositada na gaveta dentro de um armário, cuja chave só o bolso do delegado conhecia.
O vigário não havia concordado em nada com o procedimento. Se bem que ele sempre quase nunca concordava. Sério, óculos de grau, fechado em copas, chegando em casa, sequer manifestou desejo de abrir a tampa do piano onde se refazia do estresse do dia. “A noite seria longa!” – pensou. E tentou dormir. Muitos tentaram naquela noite. Mas poucos alcançaram a graça!
Desses, boa parte havia se reunido na loja do Alfredinho.
- Senhores, o comércio da cidade corre sério risco, o momento é grave e requer providências – alertou, grave, o anfitrião.
- O delegado pediu cautela – lembrou, sóbrio, o Afonsinho.
- Mas nós não nos podemos dobrar a interesses mesquinhos – concluiu, sábio, o Jarbas.
Trancado a sete chaves, no interior duma maleta, num armário e numa gaveta encontrava-se o futuro ou a ruína de toda coletividade.
- E o delegado, criado fora da terra, não compreende os melindres e os meandros da pendenga – rosnou um pescoçudo rapaz dos Dias.
- Os senhores aceitam um pastel, uma coxinha...? Afinal, o que é do homem, cachorro não come! – ofereceu, filosófico e gentil, o Oscar.
Agradeceram, conjeturaram, levantaram prós e contras, e arribaram para casa, a dormir. Afinal, já era tarde.
Quem mais não dormiu naquela noite foi exatamente o delegado. Estava além do suportável a carga daquele segredo. Não podia garantir nenhuma capacidade de mantê-lo incólume, nem com a força policial do regimento à sua disposição: o cabo e o soldado. E mais! Não ter visto, não conhecer de antemão um assustador segredo que só ele guardava, era um aborrecimento. Muita gente daria a vida para estar no seu lugar.
- E se eu apenas desse uma olhada, uma olhada só, ah, não ia fazer mal – mas afastou a idéia, e foi dormir. Só que não conseguiu. Seria uma noite bem longa! Bem longa!
GABRIEL COMPLETA DOIS ANINHOS
Hoje, 27 de setembro, Gabriel completa dois aninhos de vida. A comemoração aconteceu ontem em São Paulo com a presença dos pais Suzana e Ademir,familiares, amiguinhos e da irmãzinha Maria Vitória.
Parabéns Gabriel!
Pedimos a Deus que cubra de luz a estrada da sua vida, e que ela seja longa e muito feliz!
Parabéns Gabriel!
Pedimos a Deus que cubra de luz a estrada da sua vida, e que ela seja longa e muito feliz!
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