O uso de “mata mato”,
ou seja, de veneno tipo herbicida para matar a vegetação em áreas urbanas como
vias públicas, terrenos baldios, quintais, etc, não é permitido pela Agencia
Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Este órgão federal em Nota Técnica,
de 15/01/2010, afirma que “[...] a prática da capina química [uso de mata mato]
em área urbana não está autorizada pela ANVISA ou por qualquer outro órgão, não
havendo nenhum produto agrotóxico registrado para tal finalidade”.
O que deve ser
empregada é capina manual,
rotineiramente, para remover o mato, visando manter a limpeza e higiene
pública. Nos últimos anos, entretanto, passou-se a
empregar produtos químicos, como os herbicidas (capina química), muitas vezes,
sem obedecer às orientações e restrições dos fabricantes.
O envenenamento de
plantas e microorganismos, além da contaminação do solo, e dependendo da
localização do terreno, até de lençóis de água subterrânea estão entre os danos
que podem ser causados quando a capina química, com agrotóxicos, é colocada em
prática. Além disso, este método de capina pode expor os trabalhadores que
executam o serviço, a população e animais
a intoxicações.
Por esses motivos vários
estados brasileiros já proíbem esse tipo de prática, potencialmente perigosa, nas áreas urbanas.
O uso dos herbicidas é
mais “fácil” do que fazer a manutenção
na base da enxada ou ganchinhos. Basta
uma aplicação periódica para que nada mais nasça ali. O veneno é tão potente
que os funcionários têm de trabalhar usando roupas especiais, luvas, máscaras e
botas. A recomendação exige também o
isolamento da área por, no mínimo, 24 horas.
Mas na maioria das
vezes estas aplicações ocorrem de madrugada e de manhã
vemos crianças, cães e gatos, brincando na frente de suas casas sem saberem
o risco que correm!
Se ninguém reclamar ou denunciar, continuam fazendo.
É preciso denunciar, fazer algo na direção de exterminar esse mal das cidades
de uma vez por todas!
Não sei se por ingenuidade ou apatia a população tende a acreditar
que se fosse tão ruim assim, a prefeitura não usaria ou a indústria nem
fabricaria.
E aí? Que tal impedir
que isto aconteça em nossa cidade? Depende apenas de nós. Há
mecanismos para denunciar, e isso é nosso dever!
Portanto, fica a
sugestão para que nossos vereadores e nosso prefeito, que ainda não
regulamentaram esse assunto: Pensem na segurança dos trabalhadores, na qualidade de
vida dos moradores e na sustentabilidade ambiental. Não é porque outras cidades fazem é que vamos repetir o erro delas.
O herbicida Roundup é perigoso, inclusive em doses
mínimas, segundo estudo Da AFP De Caen, na França
Um estudo realizado por
um especialista em biologia molecular, afirma que o herbicida Roundup, o mais
utilizado no mundo, é perigoso para a saúde humana, inclusive em doses mínimas.
"Trabalhamos com
células de recém-nascidos com quantidades do produto 100.000 vezes inferiores
com as quais qualquer jardineiro comum está em contato. O Roundup programa a
morte das células em poucas horas", declarou à cientista francês Gilles-Eric
Séralini.
Da alergia ao câncer,
quando maior a fragilidade da pessoa,
maior é o risco, acrescentou.
A agência americana de
proteção ao meio ambiente (US Environmental Protection Agency, EPA) detalhou os
efeitos nocivos para a saúde que pode provocar a exposição a importantes doses
de Roundup: "congestão pulmonar e aceleração do ritmo respiratório",
entre outros.
Para aumentar a
eficácia do herbicida e facilitar sua penetração nos tecidos vegetais, a
maioria das suas formulações comerciais possui uma substância química
surfatante (um composto químico que reduz a tensão superficial do líquido). A
formulação Roundup, que é a mais utilizada, é composta de surfatante
polioxietileno-amina, ácidos orgânicos de glifosato relacionados, sal de
isopropilamina e água. Em função dessa composição, o Roundup possui uma
toxicidade aguda maior que o glifosato puro, testado em laboratório pelas
principais agências regulatórias do produto nos EUA. O surfatante presente no
Roundup está contaminado com 1-4 dioxano, um agente causador de câncer em
animais e potencialmente causador de danos ao fígado e aos rins de seres
humanos. Em decorrência da decomposição do glifosato registra-se uma substância
potencialmente cancerígena conhecida, o formaldehido. E a combinação do
glifosato com nitratos no solo ou em combinação com a saliva, origina o
N-nitroso glifosato, cuja composição também é potencialmente cancerígena e para
a qual não há um nível de exposição seguro. Um estudo realizado na Suécia concluiu
que há uma associação do contato com glifosato e o linfoma non-Hodgkin, outra
forma de câncer, e os pesquisadores alertam para o caso, considerando o
exponencial aumento no consumo do herbicida a nível mundial.
Os riscos desta
expansão do consumo de herbicida, que pode afetar não somente os agricultores,
mas também toda a população, uma vez que a sua presença no meio ambiente, na
água e nos produtos derivados da soja, que venham a conter resíduos de
glifosato, aumenta proporcionalmente os seus efeitos. Os estudos de toxicidade
realizados demonstraram os seguintes efeitos: toxicidade subaguda (lesões em
glândulas salivares), toxicidade crônica (inflamação gástrica), danos genéticos
(em células sangüíneas humanas), transtornos reprodutivos (diminuição de
espermatozóides em ratos e aumento da freqüência de anomalias espermáticas em
coelhos), e carcinogênese (aumento da freqüência de tumores hepáticos em ratos
e de câncer tireóide em ratas).
O efeito do glifosato
no organismo humano é cumulativo e a intensidade da intoxicação depende do
tempo de contato com o produto.