Documento só é emitido após pagamento do IPVA, Seguro Obrigatório e da Taxa de Licenciamento
A partir da próxima segunda-feira (1º) passa a ser exigida a apresentação do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos (CRLV) 2011 para os proprietários de veículos emplacados em Minas Gerais. O documento só é emitido pelo Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran) após o pagamento do IPVA, do Seguro Obrigatório e da Taxa de Licenciamento.
A cobrança será feitas em três datas diferentes de acordo com o final da placa do veículo.
Confira as datas:
Placas 01, 02 E 03: Cobrança será feita a partir de 1º de agosto
Placas 04, 05 E 06: Cobrança será feita a partir de 1º de setembro
Placas 07, 08, 09 E 00: Cobrança será feita a partir de 1º de outubro
EPTV.COM
6 ANOS LEVANDO AS NOTÍCIAS DA TERRINHA QUERIDA
AQUI, FÁTIMA NORONHA TRAZ NOTÍCIAS DE SUA PEQUENA BRAZÓPOLIS, CIDADE DO SUL DE MINAS GERAIS.
AQUI, FÁTIMA NORONHA TRAZ NOTÍCIAS DE SUA PEQUENA BRAZÓPOLIS, CIDADE DO SUL DE MINAS GERAIS.
E-MAIL DE CONTATO: fatinoronha@gmail.com
30 de julho de 2011
28 de julho de 2011
Professor José de Lurdes Vizotto, ministra capacitação "Educanecos" em Itajubá.
Funcionários de centros educacionais e de creches conveniadas irão receber capacitação 'Educanecos'!
Entre os dias 25 e 30 deste mês, os funcionários dos dez CMEIs (Centro Municipal de Educação Infantil) e das três creches conveniadas (Casa da Criança, Lar de Meimei e Creche Os Pequeninos), irão participar da Oficina Pedagógica “Educanecos”, ministrada pelo professor José de Lurdes Vizzoto.
Durante a capacitação, os presentes irão aprender a fazer bonecos com material reciclado, com a finalidade de trabalhar futuramente com os alunos em sala de aula, realizando atividades extra-curriculares no aprendizado da grade escolar.
O evento será realizado no CEREPI (Centro de Referência do Professor de Itajubá), localizado à avenida João Antônio Pereira, 444, no bairro Varginha.
Entre os dias 25 e 30 deste mês, os funcionários dos dez CMEIs (Centro Municipal de Educação Infantil) e das três creches conveniadas (Casa da Criança, Lar de Meimei e Creche Os Pequeninos), irão participar da Oficina Pedagógica “Educanecos”, ministrada pelo professor José de Lurdes Vizzoto.
Durante a capacitação, os presentes irão aprender a fazer bonecos com material reciclado, com a finalidade de trabalhar futuramente com os alunos em sala de aula, realizando atividades extra-curriculares no aprendizado da grade escolar.
O evento será realizado no CEREPI (Centro de Referência do Professor de Itajubá), localizado à avenida João Antônio Pereira, 444, no bairro Varginha.
26 de julho de 2011
CÂMARA APROVA CONTRATAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS PARA OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA E COMPRA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS.
No dia 20 de julho, em reunião extraordinária, os vereadores aprovaram, por unanimidade, os projetos de lei 015/2011 e 016/2011. Os projetos autorizam o Executivo a contratar operações de crédito no total de 3 Milhões de Reais. São recursos do Programa Novo SOMMA do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG. São dois empréstimos de 1,5 Milhões cada um.
O projeto 015/2011 prevê a aplicação de 1,5 Milhões na execução de obras de infra-estrutura, com o pagamento de juros de 4% ao ano + a TJLP (atualmente de 6% a a) + Tarifa de Aprovação do Crédito de 0,5% do valor financiado, com pagamento em até 180 meses, sendo 36 meses de carência e 144 meses para o pagamento.
O Projeto 016/2011 prevê a contratação de outros 1,5 Milhões para a aquisição de máquinas e equipamentos para modernização da administração. Esse empréstimo tem juros de 7% ao ano + TJLP (atualmente de 6% a a) + Tarifa de Aprovação do Crédito de 0,5% do valor financiado, com pagamento em até 60 meses, sendo 6 meses de carência e 54 meses para pagar.
No parecer da Comissão de Finanças eu, vereador José Carlos, ponderei sobre a importância de o Município buscar recursos para atender as demandas da população. Mas é preciso avaliar a capacidade financeira da Prefeitura de cumprir as parcelas a serem assumidas para o pagamento desses empréstimos. A autorização para buscar os financiamentos é apenas o primeiro passo, a prefeitura ainda tem que enviar os projetos de engenharia e das máquinas a serem compradas para aprovação do BDMG. A análise da viabilidade do empréstimo será feita pela Secretaria do Tesouro Nacional – STN, após o envio pelo município de toda a documentação referente a situação financeira da prefeitura.
Caso o empréstimo realmente seja efetivado e os recursos liberados para a prefeitura, é muito importante que todos os vereadores e a população acompanhem a aplicação desses recursos pois, se vamos fazer assumir um compromisso financeiro que vai comprometer nossa receita por um longo período de tempo, 5 a 15 anos, temos que aplicar os recursos de forma que valha esse esforço..
A bancada do PT votou a favor dos dois projetos entendendo que, se temos a oportunidade de melhorar nossas máquinas e equipamentos e também de executar obras importantes para a população, não podemos deixar de aproveitar, mas o Executivo deve trabalhar com objetivo e responsabilidade, aplicando os recursos no atendimento do interesse da coletividade, fazendo o melhor para o município.
Fonte: http://www.vereadorjosecarlosdias.blogspot.com/
O projeto 015/2011 prevê a aplicação de 1,5 Milhões na execução de obras de infra-estrutura, com o pagamento de juros de 4% ao ano + a TJLP (atualmente de 6% a a) + Tarifa de Aprovação do Crédito de 0,5% do valor financiado, com pagamento em até 180 meses, sendo 36 meses de carência e 144 meses para o pagamento.
O Projeto 016/2011 prevê a contratação de outros 1,5 Milhões para a aquisição de máquinas e equipamentos para modernização da administração. Esse empréstimo tem juros de 7% ao ano + TJLP (atualmente de 6% a a) + Tarifa de Aprovação do Crédito de 0,5% do valor financiado, com pagamento em até 60 meses, sendo 6 meses de carência e 54 meses para pagar.
No parecer da Comissão de Finanças eu, vereador José Carlos, ponderei sobre a importância de o Município buscar recursos para atender as demandas da população. Mas é preciso avaliar a capacidade financeira da Prefeitura de cumprir as parcelas a serem assumidas para o pagamento desses empréstimos. A autorização para buscar os financiamentos é apenas o primeiro passo, a prefeitura ainda tem que enviar os projetos de engenharia e das máquinas a serem compradas para aprovação do BDMG. A análise da viabilidade do empréstimo será feita pela Secretaria do Tesouro Nacional – STN, após o envio pelo município de toda a documentação referente a situação financeira da prefeitura.
Caso o empréstimo realmente seja efetivado e os recursos liberados para a prefeitura, é muito importante que todos os vereadores e a população acompanhem a aplicação desses recursos pois, se vamos fazer assumir um compromisso financeiro que vai comprometer nossa receita por um longo período de tempo, 5 a 15 anos, temos que aplicar os recursos de forma que valha esse esforço..
A bancada do PT votou a favor dos dois projetos entendendo que, se temos a oportunidade de melhorar nossas máquinas e equipamentos e também de executar obras importantes para a população, não podemos deixar de aproveitar, mas o Executivo deve trabalhar com objetivo e responsabilidade, aplicando os recursos no atendimento do interesse da coletividade, fazendo o melhor para o município.
Fonte: http://www.vereadorjosecarlosdias.blogspot.com/
GUSTAVO NORONHA TENTA LEVAR BONECOS GIGANTES DE BRAZÓPOLIS PARA A FRANÇA EM 2013
Gustavo Noronha está em Charleville, na França.
Esta cidade, fundada em 1606, é hoje considerada a capital mundial de teatro de bonecos.
Lá acontece, de dois em dois anos, o Festival Mundial de Teatro de Bonecos (16 a 26 de setembro), o maior que existe em quantidade de grupos participantes (150). Este evento acontece desde 1961.
Existe lá também a sede da UNIMA (União internacional das associações de teatro de Marionetes).
Esta bela cidade também abriga o IIM- Instituto Internacional da Marionete*, que foi fundado em 1981.
Dentro das atividades do IIM existe a Escola Superior Nacional das Artes da Marionete, uma biblioteca e uma videoteca exclusiva para teatro de bonecos, salas de ensaio e uma oficina de construção de bonecos.
O segundo estágio, que Gustavo também fará, se chama "Punch and Judy", e aborda o tradicional boneco de luvas inglês ( 16 de julho a 3 de agosto).
Esta cidade, fundada em 1606, é hoje considerada a capital mundial de teatro de bonecos.
Lá acontece, de dois em dois anos, o Festival Mundial de Teatro de Bonecos (16 a 26 de setembro), o maior que existe em quantidade de grupos participantes (150). Este evento acontece desde 1961.
Existe lá também a sede da UNIMA (União internacional das associações de teatro de Marionetes).
Esta bela cidade também abriga o IIM- Instituto Internacional da Marionete*, que foi fundado em 1981.
Dentro das atividades do IIM existe a Escola Superior Nacional das Artes da Marionete, uma biblioteca e uma videoteca exclusiva para teatro de bonecos, salas de ensaio e uma oficina de construção de bonecos.
O IMM oferece no verão europeu estágios para profissionais da área. Neste ano ele ofertou dois estágios. O primeiro se chama "Jogo de mascaras, jogo de marionetes" tendo como professor o chileno Jaime Lorca (6 a 28 de julho). Neste estagio estão adaptando para bonecos o texto "Otelo" de Shakespeare, e a apresentação do resultado final será em dia 28 de julho.
O segundo estágio, que Gustavo também fará, se chama "Punch and Judy", e aborda o tradicional boneco de luvas inglês ( 16 de julho a 3 de agosto).
“Após estes estágios, permanecerei na cidade para assistir aos espetáculos do Festival Mundial e nas semanas entre os estágios e o festival farei aulas de francês. Além disso, estou aqui para fazer bons contatos para ver se conseguimos colocar o desfile dos Bonecos Gigantes de Brazópolis no Festival de 2013”, conclui Gustavo Noronha.
Obs: *Marionete é boneco em francês.
25 de julho de 2011
CURSO DE INFORMÁTICA GRÁTIS.
Secretaria de Assistência Social comunica que nessa quarta-feira, 27/07, estarão abertas inscrições para o Curso de Informática Básica "GRATUITO".
As inscrições serão feitas na Escola Municipal Maria Carneiro Braz (Grupinho) a partir das 19h00.
Levar carteira de identidade.
As inscrições serão feitas na Escola Municipal Maria Carneiro Braz (Grupinho) a partir das 19h00.
Levar carteira de identidade.
MEU GRUPÃO, MINHA SAUDADE – Denise Veloso Torres
Falar de você meu grupão tão querido tão amado
Me traz de volta a ternura de tempos passados
Onde você era para mim meu castelo encantado
E a professorinha era a bela fada madrinha
Que misturando as letrinhas como num passe de mágica,
Formava uma frase inteirinha que eu lia maravilhada.
Falar de você, meu grupão, me enternece o coração.
E como não me emocionar? Você foi meu segundo lar,
Onde professoras queridas nos adotavam como filhas para nos ensinar
Elas se orgulhavam de nós e dela nos orgulhávamos
Se eu pudesse, meu grupão querido, para você voltar
Ou se eu fosse o homem elástico para nos meus braços te apertar,
Se a terra do nunca existisse e eu pudesse lá entrar
Se uma boa fada, com sua varinha mágica, pudesse me tocar,
Eu pediria que me deixasse ser criança e poder novamente estudar,
Seria eu prometo, uma aluna amorosa e exemplar.
Mas o mundo do “faz de conta” é só pra gente sonhar.
Crescemos e envelhecemos e a saudade traiçoeira está sempre a me cobrar,
Porque não amamos com carinho nossos pais e professoras, nossa escola, nosso lar, pensem crianças!
Dá tempo de amar e melhorar.
Então, crianças, façam o ser melhor para que amanhã, não precisem chorar
Porque a vida nos cobra, procurem fazer tudo certo,para não ter que pagar.
Poema do Livro “Um Sonho a Mais”
Me traz de volta a ternura de tempos passados
Onde você era para mim meu castelo encantado
E a professorinha era a bela fada madrinha
Que misturando as letrinhas como num passe de mágica,
Formava uma frase inteirinha que eu lia maravilhada.
Falar de você, meu grupão, me enternece o coração.
E como não me emocionar? Você foi meu segundo lar,
Onde professoras queridas nos adotavam como filhas para nos ensinar
Elas se orgulhavam de nós e dela nos orgulhávamos
Se eu pudesse, meu grupão querido, para você voltar
Ou se eu fosse o homem elástico para nos meus braços te apertar,
Se a terra do nunca existisse e eu pudesse lá entrar
Se uma boa fada, com sua varinha mágica, pudesse me tocar,
Eu pediria que me deixasse ser criança e poder novamente estudar,
Seria eu prometo, uma aluna amorosa e exemplar.
Mas o mundo do “faz de conta” é só pra gente sonhar.
Crescemos e envelhecemos e a saudade traiçoeira está sempre a me cobrar,
Porque não amamos com carinho nossos pais e professoras, nossa escola, nosso lar, pensem crianças!
Dá tempo de amar e melhorar.
Então, crianças, façam o ser melhor para que amanhã, não precisem chorar
Porque a vida nos cobra, procurem fazer tudo certo,para não ter que pagar.
Poema do Livro “Um Sonho a Mais”
Casaram-se Eyla e Briner
Neste sábado, dia 23 de julho, na Igreja Matriz de São Caetano de Brazópolis, sob as bençãos de Pe. Leandro, casaram-se Eyla e Briner.
Ela é filha de Aparecida Maria da Silva e José Benedito Teixeira.
Ele, filho de Maria Inês de Oliveira e Alberto Borges de Oliveira.
Após a cerimônia religiosa foi oferecido um jantar no Pesqueiro Piraguara.
Aos noivos, parabéns!
21 de julho de 2011
Aviso da blogueira
Pessoal, mais uma vez, peço um pouco de paciência para vocês. Estou me mudando de casa e sem internet. Por isso não tenho postado quase nada. Logo tudo voltará ao normal.
Abraço a todos!
Fátima Noronha
Abraço a todos!
Fátima Noronha
Faleceu Benedita Pereira Dias
Faleceu hoje, Benedita Pereira Dias, filha do Sr. Benedito Torres Pereira.
Seu corpo está sendo velado à Rua D. Ana Chaves, 37.
Seu sepultamento será amanhã, às 9 horas.
À família enlutada, nosso sentimento de pesar.
Vá em paz, Benedita. Que Deus a receba com muito amor!
Seu corpo está sendo velado à Rua D. Ana Chaves, 37.
Seu sepultamento será amanhã, às 9 horas.
À família enlutada, nosso sentimento de pesar.
Vá em paz, Benedita. Que Deus a receba com muito amor!
19 de julho de 2011
MONSENHOR VICENTE COMPLETA 77 ANOS
O pároco da cidade de Andradas Monsenhor Vicente Pereira Gomes, completa 77 anos com uma festa oferecida pelas diversas pastorais da Paróquia de São Sebastião. A festa aconteceu na ASPMA, prédio da assistência social da cidade.
Monsenhor é um título honorífico que o papa concede a alguns eclesiásticos.
Monsenhor Vicente, tem a ajuda de mais dois padres para coordenar a paróquia de Andradas.
Nascido na cidade de Brazópolis, em uma tradicional família,da qual é membro ex-presidente da república Wenceslau Braz Pereira Gomes, este também nascido em Brazópolis no ano de 1868 e sendo presidente depois de ser vice de Hermes da Fonseca, chegando a presidência em 1914, ficando no cargo até 1918. Época da Política café com leite.
Monsenhor Vicente, tem um irmão que também é padre. Sua Irmã de Brazópolis, certa vez relatou: “quando criança eles brincavam com bijus de farinha, simbolizando uma hóstia e faziam uma missa de brincadeira”. Relata a irmã que foi professora na Cidade de Brazópolis. Monsenhor, teve passagem por várias outras paróquias como Ouro Fino, Itajubá, Pouso Alegre, Piranguinho, entre outras.
Que Deus o abençoe e que o Espírito Santo continue iluminando-o em sua vida espiritual. Que continue trazendo paz e conforto a tantos corações com seu exemplo de fé!
Parabéns!!!"
Concurso de redação já tem mais de 700 trabalhos inscritos
Mais de 700 redações estão participando do Concurso de Redação "Eu, minha cidade e os 300 Anos do Ciclo do Ouro em Minas", promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Educação (SEE). E ainda dá tempo de participar. O prazo para as escolas encaminharem os textos de seus alunos para a Superintendência Regional de Ensino (SRE) foi prorrogado para 12 de setembro de 2011.
Serão premiados 94 estudantes, dois de cada SRE, sendo 47 do ensino fundamental e 47 do ensino médio de escolas públicas federais, estaduais e municipais. Eles vão receber um notebook e terão suas redações publicadas em livro que será editado pela ALMG. Os professores que orientarem a elaboração das redações e as escolas dos ganhadores do concurso também serão premiadas com um notebook.
A escola deve encaminhar à sua SRE dois textos, um por categoria do concurso (6º ao 9º ano do ensino fundamental e ensino médio). Cada superintendência terá até o dia 24 de outubro para selecionar as duas redações vencedoras e encaminhá-las à SEE. A relação dos alunos vencedores e suas respectivas escolas será divulgada no dia 10 de novembro de 2011, nos sites da Assembleia (www.almg.gov.br) e da Secretaria de Estado da Educação (www.educacao.mg.gov.br). A premiação está prevista para os dias 13 e 14 de dezembro, na Assembleia.
O concurso pretende estimular os estudantes a relacionarem a história de Minas Gerais com o momento atual das cidades e regiões onde vivem, por meio da reflexão sobre os elementos que constituem a identidade mineira. No hotsite do concurso estão disponibilizados o edital, dicas de redação e leitura para a elaboração dos textos e outras informações.
Como participar - Para participar do concurso, a escola não precisa se inscrever previamente, basta enviar os textos para a respectiva SRE no prazo determinado. Cada estudante poderá participar com apenas uma redação, a ser produzida em sala de aula, sob orientação do professor. Os critérios considerados na avaliação são coerência com o tema, originalidade, organização das ideias e correção gramatical, entre outros. Só serão aceitas redações manuscritas com caneta de tinta preta ou azul.
Serão premiados 94 estudantes, dois de cada SRE, sendo 47 do ensino fundamental e 47 do ensino médio de escolas públicas federais, estaduais e municipais. Eles vão receber um notebook e terão suas redações publicadas em livro que será editado pela ALMG. Os professores que orientarem a elaboração das redações e as escolas dos ganhadores do concurso também serão premiadas com um notebook.
A escola deve encaminhar à sua SRE dois textos, um por categoria do concurso (6º ao 9º ano do ensino fundamental e ensino médio). Cada superintendência terá até o dia 24 de outubro para selecionar as duas redações vencedoras e encaminhá-las à SEE. A relação dos alunos vencedores e suas respectivas escolas será divulgada no dia 10 de novembro de 2011, nos sites da Assembleia (www.almg.gov.br) e da Secretaria de Estado da Educação (www.educacao.mg.gov.br). A premiação está prevista para os dias 13 e 14 de dezembro, na Assembleia.
O concurso pretende estimular os estudantes a relacionarem a história de Minas Gerais com o momento atual das cidades e regiões onde vivem, por meio da reflexão sobre os elementos que constituem a identidade mineira. No hotsite do concurso estão disponibilizados o edital, dicas de redação e leitura para a elaboração dos textos e outras informações.
Como participar - Para participar do concurso, a escola não precisa se inscrever previamente, basta enviar os textos para a respectiva SRE no prazo determinado. Cada estudante poderá participar com apenas uma redação, a ser produzida em sala de aula, sob orientação do professor. Os critérios considerados na avaliação são coerência com o tema, originalidade, organização das ideias e correção gramatical, entre outros. Só serão aceitas redações manuscritas com caneta de tinta preta ou azul.
18 de julho de 2011
Funcionário de empresa é preso em Brazópolis por perfuração ilegal de poço artesiano
A Polícia Militar de Meio Ambiente de Paraisópolis, durante atendimento a uma denúncia anônima de Recursos Hídricos (Perfuração de Poço Artesiano) deslocou até o bairro Cruz Vera, em Brazópolis, onde um funcionário de uma empresa realizava perfuração de poço tubular (artesiano), com utilização de maquinário perfuratriz em Área de Preservação Permanente na faixa dos 30 metros de curso dágua, danificando e suprimindo vegetação rasteira gramínea, e sem autorização para perfuração.
Foi apresentado à guarnição um pedido de solicitação ao IEF para perfuração, porém, não foi outorgada à empresa a autorização para perfuração em área de preservação permanente. A atividade estava sendo realizada sem autorização dos órgãos ambientais competentes IEF/IGAM.
Diante dos fatos foram tomadas as medidas administrativas sendo lavrado o auto de infração, termo de embargo, e termo de advertência para empresa responsável, o autor foi preso em flagrante delito, onde foram lidos seus direitos constitucionais e conduzido ileso a delegacia de Policia local.
Foi apreendido no local um caminhão, e duas máquinas perfuratriz, sendo que o motorista da empresa ficou como depositário.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL DA 17ª CIA PM IND MAT
Foi apresentado à guarnição um pedido de solicitação ao IEF para perfuração, porém, não foi outorgada à empresa a autorização para perfuração em área de preservação permanente. A atividade estava sendo realizada sem autorização dos órgãos ambientais competentes IEF/IGAM.
Diante dos fatos foram tomadas as medidas administrativas sendo lavrado o auto de infração, termo de embargo, e termo de advertência para empresa responsável, o autor foi preso em flagrante delito, onde foram lidos seus direitos constitucionais e conduzido ileso a delegacia de Policia local.
Foi apreendido no local um caminhão, e duas máquinas perfuratriz, sendo que o motorista da empresa ficou como depositário.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL DA 17ª CIA PM IND MAT
17 de julho de 2011
MEUS PÊSAMES - Janaína Noronha
Uma senhora de muito respeito, admirada por todos pela amável personalidade, desde à morte do marido, vinha padecendo de moléstia aguda. O falecimento do esposo, deixara-a com profundas seqüelas e, devido ao baque, já quase sucumbia ao peso da viuvez.
Na pequena cidade do interior de Minas Gerais, onde residia, balelas sem medidas sobreviviam a acontecimentos e sórdidos comentários adicionavam fatos. A adorável senhora adoecida com as fatalidades da vida, encontrava-se em seus aposentos gemendo e desdobrando-se em dores matinais, quando soube por um dos filhos, que uma enorme fila se estendia à porta de sua casa. Algumas pessoas da cidade, tomadas por falsos rumores, prestavam condolências à família que, atônita, recebia cumprimentos de um desenlace não ocorrido.
O que ouviu-se falar mais tarde é que; os presentes ao “velório”, constrangidos e envergonhados com as precedentes e enganosas formalidades, souberam, no dia seguinte, que os antecipados pesares não foram em vão e inclusive fora de alguma utilidade. A senhora, após o episódio, viera realmente falecer...
Motivo?
_ Colapso nervoso.
Na pequena cidade do interior de Minas Gerais, onde residia, balelas sem medidas sobreviviam a acontecimentos e sórdidos comentários adicionavam fatos. A adorável senhora adoecida com as fatalidades da vida, encontrava-se em seus aposentos gemendo e desdobrando-se em dores matinais, quando soube por um dos filhos, que uma enorme fila se estendia à porta de sua casa. Algumas pessoas da cidade, tomadas por falsos rumores, prestavam condolências à família que, atônita, recebia cumprimentos de um desenlace não ocorrido.
O que ouviu-se falar mais tarde é que; os presentes ao “velório”, constrangidos e envergonhados com as precedentes e enganosas formalidades, souberam, no dia seguinte, que os antecipados pesares não foram em vão e inclusive fora de alguma utilidade. A senhora, após o episódio, viera realmente falecer...
Motivo?
_ Colapso nervoso.
MAIS UM ANIVERSÁRIO... NO CÉU - Cônego Luiz Gonzaga Ribeiro
Aquele padre, franzino de corpo, mas gigante de alma, chegou àquele cidade que ele chamava “sua terra” – Brasópolis.
Cidade modesta, tradicional, plantada à cavaleiro de uma colina, derramava o seu casario pelas ruas estreitas e pelas travessas ameaçadoramente empinadas, abrigando gente mineira na raça, no modo e nos nomes.
Ali, naquele convívio fraternal e cristão, o sacerdote recém-chegado, encontrou sua família espiritual, a quem dedicou tempo, saúde e amor.
Fazia-se presente em tudo e a todos. Numa inauguração, num culto fúnebre. Numa formatura de escola, numa reunião de comunidade. Numa hora e, às vezes, as desoras de infermidade ou contratempo. Nos momentos festivos da cidade.
Nunca se omitiu nas suas funções sacerdotais. Era sempre a presença visivel e notada do amigo, do cavalheiro, do lider da comunidade, do pastor de almas. Com fé, otimismo e fraternidade.
Padre Quinzinho pra cá... Padre Quinzinho pra lá... hei-lo invariavelmente presente, com simplicidade mas sincero. Falando pouco, ouvindo muito, mas sempre edificando, esclarecendo, aconselhando.
O relógio do tempo, inexorável, assinalou-lhe 45 longos anos pastoreando zelosamente o rebanho de Deus em sua mimosa paróquia. Quarenta e cinco anos de trabalhos, de sacrifícios, de fraternidade amiga, fiel e largamente generosa.
Ninguém melhor do que ele realizou, à risca sem vacilação nem demora o programa do Divino Mestre – “Eu Sou o Bom Pastor. Conheço minhas ovelhas e elas me conhecem. O Bom Pastor dá vida à suas ovelhas”. Deu-a no dia 16 de julho de 1971.
Estas palavras poderíamos escrevê-las em sua sepultura. Ser-lhe-iam o melhor elogio. O mais belo epitáfio para glorificar o servo de Deus.
A poeira destruidora do tempo nada apagou de sua vida, de seu exemplo, de suas virtudes.
Passado alguns anos – emoldurados da saudade de seus amigos e da gratidão de seu povo, do seu bom povo – sua figura emerge, na história de Brasópolis, projetando sua bondade e zelo pastoral na tela da sociedade e no íntimo dos corações.
Bem o diz a palavra do Senhor, na Bíblia:” A lembrança do justo viverá eternamente”.
Monsenhor Quinzinho Noronha, debruçado sobre a pedra fria de seu túmulo glorioso com os que mais o sejam – que é a apoteose de um santo e de um justo sabemo-lo constantemente adornado de velas e flores – velas de amizade e flores de gratidão – nós lhe pedimos confiantemente: Rogai por nós!
(Artigo publicado no Jornal “Brazópols”,em julho de 1977)
CIÚME - Renato Lôbo
Cada praça pode virar sala de atendimento. É só encontrar alguém, um banco e um motivo. Logo surge um assunto que começa desconhecido e termina num tema comum.
Assim como esse:
- Perdi minha mulher pela terceira vez...
- A mesma?
- A mesma!
- Mas como?
Confessou. Foi indecisão, insegurança, medo, paranóias de toda ordem e de todo canto que infectaram a mente toda vez que o coração não tinha certeza daquilo que queria ou daquilo que não queria... ver.
Mas – pense – será possível alguém ter certeza de algo, sobretudo, em assuntos do coração?
- Ela foi embora por causa do meu ciúme. Não me agüentou...
E chorou, ali, no banco da praça. Senti a dor como se assistisse uma cirurgia. Vi a fragilidade impossível, escancarada, despudorada, ali, no banco da praça.
Tentei ponderar o imponderável: que fosse lá, que voltasse, que pedisse perdão... Coisas que se diz quando não há o que dizer e que nem mesmo a gente acredita quando fala. Quando saí, eu o deixei segurando uma foto e olhando para ela, enquanto dizia:
- Por que fui tão burro? Por que fui tão burro?
Daí, foi que me lembrei ter lido em algum lugar: O coração é um palco. Nunca encene nele nenhuma peça que não queira que aconteça na realidade.
Assim como esse:
- Perdi minha mulher pela terceira vez...
- A mesma?
- A mesma!
- Mas como?
Confessou. Foi indecisão, insegurança, medo, paranóias de toda ordem e de todo canto que infectaram a mente toda vez que o coração não tinha certeza daquilo que queria ou daquilo que não queria... ver.
Mas – pense – será possível alguém ter certeza de algo, sobretudo, em assuntos do coração?
- Ela foi embora por causa do meu ciúme. Não me agüentou...
E chorou, ali, no banco da praça. Senti a dor como se assistisse uma cirurgia. Vi a fragilidade impossível, escancarada, despudorada, ali, no banco da praça.
Tentei ponderar o imponderável: que fosse lá, que voltasse, que pedisse perdão... Coisas que se diz quando não há o que dizer e que nem mesmo a gente acredita quando fala. Quando saí, eu o deixei segurando uma foto e olhando para ela, enquanto dizia:
- Por que fui tão burro? Por que fui tão burro?
Daí, foi que me lembrei ter lido em algum lugar: O coração é um palco. Nunca encene nele nenhuma peça que não queira que aconteça na realidade.
Parabéns, Daniela!
Dani,
Que bom que você existe em nossa vida.
Que bom podermos fazer parte das pessoas que lhe querem bem.
Que esta felicidade que lhe desejamos hoje, lhe acompanhe sempre e que você consiga todas as coisas que seu coração deseja.
Parabéns!
Que Deus a abeçoe e proteja, hoje e em todos os dias de sua vida.
Você merece toda a felicidade do mundo!
Amos muito você!
Que bom que você existe em nossa vida.
Que bom podermos fazer parte das pessoas que lhe querem bem.
Que esta felicidade que lhe desejamos hoje, lhe acompanhe sempre e que você consiga todas as coisas que seu coração deseja.
Parabéns!
Que Deus a abeçoe e proteja, hoje e em todos os dias de sua vida.
Você merece toda a felicidade do mundo!
Amos muito você!
Oficio dos Diário Associados e Emissoras Associadas - 1956
15 de julho de 2011
Câmara devolve parte do duodécimo para atender solicitação do executivo
À Mesa Diretora da Câmara Municipal de Brazópolis, atendendo ao ofício nº 143/11 do executivo, disponibilizou das sobras futuras do duodécimo a quantia de R$ 130.000,00 ( Cento e trinta mil reais), que a solicitou “para viabilizar a indenização de imóvel desapropriado no Município para a edificação de loteamento popular, bem como para a instalação de empresas”. O repasse será efetivado da seguinte forma: 1(uma) parcela de R$ 70.000,00 (setenta mil reais) e mais 6(seis) parcelas de R$ 10.000,00 (dez mil reais) mensalmente, a partir de julho de 2011.
Presidente : Sérgio Fernandes dos Reis
Vice-Presidente: Péricles Pinheiro
Secretário: José Maurício Gonçalves
Presidente : Sérgio Fernandes dos Reis
Vice-Presidente: Péricles Pinheiro
Secretário: José Maurício Gonçalves
Como estão sendo distribuídos o material arracadado na Campanha do Agasalho/2011 em Brazópolis
Segundo o Secretário do Departamento de Assistência Social, Aldo Henrique Chaves da Silveira, o material arrecadado na Campanha do Agazalho/2011, em Brazópolis, realizado pelo Rotary e Corpo de Bombeiros, em parceria com a Secretaria de Promoçao e Assistência Social, mobilizando todo o setor do serviço social, incluindo as equipes do CRAS e Programa Bolsa Família, estão sendo tomadas as seguintes providências: As Assistentes Sociais estão realizando visitas domiciliares e acompanhameto das famílias assistidas nos programas sociais do Munícipio.
Aldo diz que, após a constatação de que a família é realmente carente e que necessita de agazalhos, é feita a distribuição. Esta triagem acontece para que essa ajuda chegue naqueles que realmente estão passando frio neste inverno rigoroso.
"Estamos à disposição, na sede da assistência social ou pelo telefone: (35) 3641 2400, para qualquer outra informação", completa Aldo.
Aldo diz que, após a constatação de que a família é realmente carente e que necessita de agazalhos, é feita a distribuição. Esta triagem acontece para que essa ajuda chegue naqueles que realmente estão passando frio neste inverno rigoroso.
"Estamos à disposição, na sede da assistência social ou pelo telefone: (35) 3641 2400, para qualquer outra informação", completa Aldo.
" MICANEJA" SERÁ AMANHÃ!
VENDA 2º LOTE DE INGRESSOS.
NÃO SER´S PERMITIDA A ENTRADA DE MENORES DE 16 ANOS, EM HIPÓTESE ALGUMA!
www.brazonline.com.br
CVT de Itajubá, abre inscrições para cursos de cuidador de idosos, costura industrial e eletricista residencial
Cuidador de idosos, costura industrial e eletricista residencial são alguns dos cursos do CVT Itajubá (Centro Vocacional Tecnológico Professor Laércio Caldeira) com inscrições abertas. O CVT recebe apoio da Prefeitura de Itajubá, por meio da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia, Indústria e Comércio, do Governo de Minas e do Governo Federal.
Os interessados podem se inscrever no CVT, à rua Jorge Braga, 352, bairro Avenida. Mais informações pelo telefone (35) 3622.4651.
Cuidador de idosos
Início: dia 18
Horário: das 8h às 11h (segunda, quarta e sexta)
Previsão de término: 2 de setembro
Professora: Márcia Podix
Carga horária: 80 horas
Investimento único: R$ 100,00
Costura industrial
Iniciado no dia 4 (ainda há vagas)
Horário: das 19h às 21h30 (de segunda a quinta)
Previsão de Término: 5 de agosto
Professor: José Raimundo Souza
Carga horária: 50 horas
Investimento único: R$ 100,00
Eletricista residencial
Iniciado no dia 5 (ainda há vagas)
Horário: das 8h30 às 12h (terça e quinta)
Previsão de término: 5 de agosto
Professor: Sebastião Sonja Nogueira
Carga horária: 30 horas
Investimento único: R$ 50,00
Fonte: PMI
Os interessados podem se inscrever no CVT, à rua Jorge Braga, 352, bairro Avenida. Mais informações pelo telefone (35) 3622.4651.
Cuidador de idosos
Início: dia 18
Horário: das 8h às 11h (segunda, quarta e sexta)
Previsão de término: 2 de setembro
Professora: Márcia Podix
Carga horária: 80 horas
Investimento único: R$ 100,00
Costura industrial
Iniciado no dia 4 (ainda há vagas)
Horário: das 19h às 21h30 (de segunda a quinta)
Previsão de Término: 5 de agosto
Professor: José Raimundo Souza
Carga horária: 50 horas
Investimento único: R$ 100,00
Eletricista residencial
Iniciado no dia 5 (ainda há vagas)
Horário: das 8h30 às 12h (terça e quinta)
Previsão de término: 5 de agosto
Professor: Sebastião Sonja Nogueira
Carga horária: 30 horas
Investimento único: R$ 50,00
Fonte: PMI
HC de Ribeirão Preto procura familiares de paciênte não identificado - Você pode conhecê-lo
O Serviço Social Médico da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto procura familiares do paciente desconhecido 808, que possui aproximadamente 30 anos de idade, cor branca, cabelo preto e 1,75 de altura.
O paciente apresenta tatuagens no braço direito (com as palavras: Nicolas e Micael papai ama vocês) e no braço esquerdo (o desenho de um peixe e um polvo).
O paciente foi encontrado em via pública e está internado desde outubro, na Enfermaria da Neurologia, da Unidade de Emergência do HC.
Mais informações no Controle de Leito no telefone: (16) 3602-1134 (16) 3602-1134
O paciente apresenta tatuagens no braço direito (com as palavras: Nicolas e Micael papai ama vocês) e no braço esquerdo (o desenho de um peixe e um polvo).
O paciente foi encontrado em via pública e está internado desde outubro, na Enfermaria da Neurologia, da Unidade de Emergência do HC.
Mais informações no Controle de Leito no telefone: (16) 3602-1134 (16) 3602-1134
14 de julho de 2011
TORNEIO DE FÉRIAS DA CIDADE DE BRAZÓPOLIS
A abertura do Torneio de Ferias da cidade de Brazópolis contará com a presença de nossa atleta do futebol Feminino, Debinha ,que acenderá o fogo simbolico dos jogos.
As equipes participantes que são :
*Brazopolis
*1°Camisa de São Jose dos Campos (Equipe do Roque Junior ex zagueiro da SeleçãoBrasileira Campea Mundial em 2002 na alemanha)
*São Lourenço
*Yuaracan de Itajuba
*Pouso Alegre
*São Jose do Alegre
* Piranguinho
* Santa Rita do Sapucai
Após a abertur,a havera um amistoso entre as Seleçoes de Futsal de Brazópolis x Piranguinho.
Os jogos do torneio vão acontecer de 20 a 24 de julho no Estadio Municipal das 08h00 às 20h00.
As equipes participantes que são :
*Brazopolis
*1°Camisa de São Jose dos Campos (Equipe do Roque Junior ex zagueiro da SeleçãoBrasileira Campea Mundial em 2002 na alemanha)
*São Lourenço
*Yuaracan de Itajuba
*Pouso Alegre
*São Jose do Alegre
* Piranguinho
* Santa Rita do Sapucai
Após a abertur,a havera um amistoso entre as Seleçoes de Futsal de Brazópolis x Piranguinho.
Os jogos do torneio vão acontecer de 20 a 24 de julho no Estadio Municipal das 08h00 às 20h00.
Todos estao convidados! Venham torcer por sua Cidade!
Futsal UNIFEI vai disputar a Taça EPTV representando Brazópolis
Pela primeira vez, uma equipe formada por alunos da UNIFEI jogará a Taça EPTV Sul de Minas. Com o apoio das cidades da área de cobertura da emissora, o evento é uma grande tradição. Em 2010, foram 47 equipes formadas por cidades do Sul de Minas Gerais, o que reflete a importância do torneio para a comunidade ao longo dos seus 20 anos de existência.
Somente municípios disputam o torneio. E no máximo uma equipe por município. Como a cidade de Itajubá já estava inscrita no torneio vamos representar a cidade de Brazópolis.
Agradecemos a Prefeitura Municipal de Brazópolis, através de seu secretário municipal de esportes Cláudio José e do prefeito Josias Gomes, e ao vereador Sérgio Machado pela oportunidade de disputar o torneio. Temos certeza que todos vão ganhar com essa parceria.
Nossa participação no torneio só foi possível pelo empenho e dedicação de nossos atletas e comissão técnica. Já estamos treinando forte para o torneio e os treinos vão continuar mesmo durante as férias, algo impensável até pouco tempo atrás.
Apesar do regulamento permitir a inscrição de qualquer jogador só foram inscritos atletas do nosso time de futsal. O time que jogará a EPTV é o mesmo que disputará as outras competições do segundo semestre.
A disputa da Taça EPTV começará a partir do dia 23 de julho.
Fonte: http://atleticaunifei.com/index.php?option=com_content&view=article&id=643
Fonte: http://atleticaunifei.com/index.php?option=com_content&view=article&id=643
13 de julho de 2011
LADEIRA DO MERCADO - Mauricio Braga Mendonça
Saudosa Ladeira do Mercado
Travessia da memória
Nas claras manhãs de céu anil
Ela, toda de azul-e-branco,
Descia suavemente por suas pedras
Indo ao encontro do saber
Ele, escondendo-se em sua timidez
A seguir de longe com um olhar apaixonado
Nas noites encantadas de luar sereno
Os enamorados se encontravam na praça
...Entre juras de amor viviam sonhos!
E na ladeira que depois os separava
Ele, feliz, percorria o leito amigo da descida
E ela, de sua janela, lhe dava acenos amorosamente
Lá iam dos dois a buscar no sono seus castelos de sonhos...
Ladeira do Mercado,
Testemunha que uma história
"Uma casa em abandono
Sufocada em folhas secas"
Retalhos de um sonho feliz que se foi...
Velha Ladeira do Mercado
Amada travessia da Memória!
Mauricio Braga Mendonça
Travessia da memória
Nas claras manhãs de céu anil
Ela, toda de azul-e-branco,
Descia suavemente por suas pedras
Indo ao encontro do saber
Ele, escondendo-se em sua timidez
A seguir de longe com um olhar apaixonado
Nas noites encantadas de luar sereno
Os enamorados se encontravam na praça
...Entre juras de amor viviam sonhos!
E na ladeira que depois os separava
Ele, feliz, percorria o leito amigo da descida
E ela, de sua janela, lhe dava acenos amorosamente
Lá iam dos dois a buscar no sono seus castelos de sonhos...
Ladeira do Mercado,
Testemunha que uma história
"Uma casa em abandono
Sufocada em folhas secas"
Retalhos de um sonho feliz que se foi...
Velha Ladeira do Mercado
Amada travessia da Memória!
Mauricio Braga Mendonça
O ÚLTIMO TREM - José Eustáquio Cardoso - Parte II
(...Continuação da Parte I)
Continuava o trem a escorrer sereno pelos trilhos, com direito a parada para beber água no Chiquito Mendonça e para apanhar passageiros em Estação Dias e Piranguinho. O apito soava tristonho como saudade que se avizinhava, no entanto, e subia pelas colinas do caminho e alcançava, com a fumaça, destino diverso: o céu, com direito a paradas no coração do menino.
E de quem mais? De quem, como ele, se emocionava com beleza e com saudade.
Seu Antônio feliz com o menino, sem embargo já de outra saudade que, presente, lhe veio habitar o coração: Dona Adolfina e Seu Pedrinho um dia se foram para São Paulo. E de outra, muito mais pungente porque irremediável: Antônio Noronha, o diretor do Ginásio, outro dia se foi para muito mais longe, tão longe que Dr. Crispim, o Promotor de Justiça, disse comovido, enquanto se cobria de terra o professor poeta:
- Mais quisera falar, mas a emoção me embarga. Adeus, caro amigo. Adeus.
O menino chorou pela primeira vez na vida, depois de feito homenzinho. E homem não chorava, dizia-se. Seu Antônio também, agradecido pela bolsa de estudo dada à filha e pela amizade dada a ele. Até o Vargem Grande, parecendo ter dado pela ausência de um pescador em seus barrancos, ensaiou de minguar as suas águas, mas a Natureza, sempre pródiga em providências, fez verter do céu, no fim do dia, uma grande chuva com que lavou as ladeiras e a tristeza da cidade. E encheu novamente o rio, que assim teve mais lágrimas para chorar. E por isso que até hoje seu correr tem um ruído manso de pranto deslizando sobre a face.
No mais, não havia razão para chorar. A não ser por aquele movimento de homens, máquinas e terra a persistir abaixo da mata. Já se sentia um cheiro de asfalto? Mas ninguém sentia. A rodovia pretejava e se aplanava, e ninguém via nem ouvia as buzinas que imperceptivelmente já soavam. Porque todos ainda tinham olhos e ouvidos para o trem, que - ele também - escorria sobre o trilho como lágrima sobre o rosto. A despeito da rodovia, ou até por ela, a despeito de alguma saudade já presente, ou igualmente por ela, o trem teimava em cantar e em decantar em apito e fumaça sua impercebida saudade futura.
O irmão do menino também se foi um dia, depois de servir o Exército em Itajubá, onde se amargurou calado pela perspectiva de defrontar irmãos na conturbação causada pela renúncia do Presidente. Foi para São José dos Campos cumprir o sonho modesto e honrado de trabalhar no banco e graças a ele poder viver o sonho maior de se casar com a Sueli. Perdeu o Cid o ajudante, ganharia em breve o Zé de Lima um genro. O outro irmão do menino veio de São Paulo, para onde voltou levando a Lurdinha do Juca Serraria. Os frutos de Seu Antônio cumpriam o desejo inconsciente da velha árvore de fincar raízes na terra que queria fosse sua. Em breve se uniria também a irmã mais velha do menino ao Paulinho do Zé do Tronco. Quem sabe assim, pensava ele, o menino, frustrado jogador de bola, não teria um sobrinho craque como o pai,
responsável, entre outros, pela glória do Botafogo, glorioso local?
A casa de Seu Antônio, partido o filho, conquanto esvaziado um lugar na mesa, continuava feliz, feliz igualmente o menino, conquanto olhasse à noite uma cama vazia ao seu lado, no quarto. Pois que seus dias ainda eram cheios e recheados da amizade de Gatão, de Tonito, de Altamir. E de outra, que, não bastasse ser tão grande, ainda se duplicava nos gêmeos Newton e José, a suscitarem, tão iguais eram, igual ternura no coração do menino, que sabia, no entanto, como poucos, distingui-los um do outro.
Ninguém se apercebeu de que a rodovia se aprontava, asfalto pretinho e cheiroso, já tendo sua própria ponte sobre o Vargem Grande. Porque o trem continuava resfolegando sua saudade, cada vez menos futura, cada vez mais pressentível, ainda impressentida embora.
Foi numa terça-feira, dia de folga de Seu Antônio. Conferente substituto a postos na estação, foi fazer o costumeiro passeio a Itajubá, com o menino a tiracolo. Nesse dia o trem apitava mais triste em cada curva, e sua fumaça parecia um nevoeiro de lágrimas vertidas para cima. O menino o sentiu como algo diferente que sentia, semelhante ao que sentira quando se fora o irmão embora. Foi constrangedor, de tão melancólico, o silêncio ao lado da caixa d'água.
De mais água parecia carecer a máquina. Por quê? Mais água verteria para o céu? Quão contundente o barulho ritmado das rodas sobre o trilho! A paisagem parecia chorar, o gado berrava triste nos currais, à passagem do comboio. A cascata ficara irremediavelmente para trás, num passado de lágrimas derramadas aos borbotões. Passava o trem, e quem passava pela janela era a alegria de alguns anos, tão poucos, tão densos, entretanto... Estação Dias parecia apalermada. Ou não passaria tudo de impressão do menino? O pai do menino calado na poltrona. Não houve prosa nem com o Antônio Gomes na plataforma nem com o chefe de trem no vagão. Nem mesmo pé-de-moleque em Piranguinho, estaria doente o pretinho? Os
passageiros calados. O chapéu de Seu Antônio, aba quebrada sobre a testa. Tão taciturno, o pai do menino... A paisagem passando na janela...
Foi lancinante o apito do trem na Boa Vista. Ou não se trataria também de impressão do menino? O menino igualmente calado. Adivinhando um pranto?O trem freou, rangeu as rodas sobre os trilhos e expeliu fumaça para os lados na plataforma como se se tratasse de um touro ferido a reagir e bufar tardiamente. Seu Antônio apeou, os passageiros apearam, sem se darem conta da reação do trem, apenas incrustada no coração do menino, não saberia ele no momento dizer por quê, do mesmo modo como desconhecia então a razão por que a paisagem vista da janela do trem aquele dia parecia pintada por pálidas cores de saudade, mais pálidas que as nuvens fugidias do céu. Foi quando o Aurílio, o chefe da estação de Itajubá, refestelado no banco da plataforma, onde rodava com a língua um palito entre os dentes, se dirigiu a Seu Antônio chamando-o pelo nome por que o chamavam os colegas:
- Eh, Cardosinho, como é que você vai voltar hoje?
Cardosinho ostentava no rosto a surpresa decorrente da ingenuidade. Toldaram-lhe, por certo, a razão aqueles anos de tanto sentimento e encanto.
Descobrindo a calva e segurando a aba do chapéu com a mão canhota, a mesma que manipulara por aqueles anos todos o telégrafo da estação, olhou os olhos de Aurílio como criança olha os olhos do pai, a pedir explicação sobre assunto desconhecido, e murmurou apenas:
-Uai, porquê?
- Não tem mais trem, não - tornou Aurílio impassível, brandindo uma folha de papel - tá aqui o telegrama. Acabou o ramal, o Governo decretou.
Governo impiedoso, a decretar a morte de um tempo feliz e consigo a saudade! O rosto de Seu Antônio, acabrunhado e contrafeito, desfeito no golpe o sorriso costumeiro, anuviou-se, percebeu-o e sentiu-o o menino, sentindo aninhar-se no peito como imensamente presente a saudade tanto tempo insinuada pelo trem como futura, sem que ninguém nunca o percebesse.
Decepcionado, Seu Antônio observou candidamente o que se poderia esperar naquelas circunstâncias de um homem puro repentinamente feito criança a quem arrebataram o brinquedo:
- Uai, eu volto de ônibus.
Só então se deu conta do movimento de homens, máquinas e terra visto do fundo de sua casa, do alto da escada, da porta da cozinha. Saindo da estação, ainda amarfanhando com a mão a aba do chapéu, falou com o menino, como se quisesse dar-lhe satisfação do ocorrido, como se tivesse culpa de estar tanto tempo calado e indiferente ao movimento de terra abaixo da mata:
- É, a rodovia tá pronta, nego.
Nunca mais Brazópolis ouviu o apito do trem.
E Seu Antônio, bem, Seu Antônio, era seu destino acompanhar o apito do trem, para ganhar o pão do menino. E o menino com ele. Foi embora Seu Antônio de coração comprimido pelo apito que não mais se ouvia, E o menino com ele. O menino de coração igualmente apertado. Seu Antônio se foi com o apito do trem. E o menino com ele.
Mas deixasse estar, que o mundo dá muita volta, como o trem. Se o apito do trem se desfez no éter, eis que um dia, independente do apito, ainda lampeiro como um menino, Seu Antônio voltou. De ônibus mesmo, que remédio? Quanto ao menino, bem, o menino, este não voltou. Não lho permitiram as voltas que o mundo deu. De certo modo, porém, nunca deixou de estar em Brazópolis, eis que Brazópolis nunca mais lhe saiu do coração. Nem mesmo com tantas voltas que deu pelo mundo, enquanto o mundo dava as suas próprias. "Onde estiver teu tesouro, ali estará teu coração", foi o que leu um dia na Bíblia emprestada com tantas recomendações pelo Padre Quinzinho, que parecia temer por sua inexata compreensão por parte do menino. Se não fosse por isso, também porque seu coração sempre pulsou junto com o do pai, a nutrir o mesmo amor por um apito de trem e bem assim por um certo lugar plantado sobre colinas onde apenas um coração pulsando assim ainda consegue adivinhar um esmaecido apito de trem.
Seu Antônio voltou e estabeleceu-se com uma lojinha de tecidos e confecções. Nas horas vagas - e estas eram tantas -, quantos dedos de prosa ainda tirou com o Chico Resende, com o Cláudio, com o Lázaro Serpa...
Um dia, foi feito, enfim, cidadão brazopolense, por obra e graça da Câmara de Vereadores, cujo decreto passou, devidamente emoldurado, a guarnecer-lhe a parede da sala, onde ocupava sozinho o lugar de maior destaque. Nesse dia, Seu Antônio, de voz embargada pela emoção, como diria o Dr. Crispim, quedou sentado numa cadeira, forcejando por engolir um prato copioso, enquanto o menino rezava por ele um discurso, na sessão celebrada (é bem o termo exato, pois para Seu Antônio era algo mais que uma missa) no Clube Wenceslau Braz.
O menino, feito homem, não voltou, já se sabe, para ficar, mas quantas vezes ainda voltou para beber com o pai uma santa pinga no bar do Dito Vieira, enquanto se falava muita bobagem, e enquanto ainda mais engastava no peito uma inexprimível ternura pelos amigos do pai e pelo amor que o pai, de sua vez, tinha engastado no peito por uma cidade de viver ameno.
Outras voltas do mundo, porém, e Seu Antônio, já velhinho, teve de ir para Itajubá. Já no fim da vida, nos momentos de lucidez, cada vez mais raros, o que fazia com gosto inexcedível era outra vez encher a boca e o coração para falar:
- Ô nego, Brazópolis, hem, que santo lugar! Que companheirada boa!
E um dia, outro dia, outras tantas voltas de mundo depois, Seu Antônio se foi, de mansinho, e seguramente, por sua pureza, para outro santo lugar, mas nem tão santo, certamente, em sua opinião, como Brazópolis. E nesse dia, nem mesmo soou desconsolado um apito de trem, que já nem em Itajubá um apito de trem se fazia ouvir. Nem em Piranguinho, nem mesmo nas alturas de Maria da Fé. Banira-se o trem de todos os rincões, quem sabe num prelúdio de silêncio ao silêncio de Seu Antônio. E só o ouvia quem tem ouvidos de ouvir o silêncio. O menino ouvia ambos os silêncios, e com ele as irmãs do menino, os irmãos do menino, atordoados todos ante o silêncio sucessivo ao silêncio de Dona Nica, responsável, entre outros, pelo silêncio de Seu Antônio.
Deixasse estar, porém, mais uma vez, que nenhum silêncio é definitivo para quem sonha. E um dia destes, ou melhor, uma noite destas, eis que o menino (chamemo-lo ainda assim, a despeito de hoje já avançado em janeiros, cãs e calva, como o pai, até porque seus sonhos, a maioria deles, ainda são de menino apaixonado), o menino sonhou com Seu Antônio, a lhe contar histórias do lugar onde está. Disse, por exemplo, que Padre Quinzinho celebra missa para os santos todo santo dia, enquanto Waldemar Mendonça ensina hinos aos anjos e Onofre da Candinha os acompanha ao cavaquinho. Disse mais, que sempre vê Antônio Noronha sugerindo rimas a Deus, quando este, em seu eterno trabalho de criação, inventa outras cascatas por outros mundos afora. E que Chico Resende, com aquele seu cabelo branco como paina, até hoje, ainda que nem de longe veja por isso ensombrecida sua felicidade, não se conforma com a renúncia do Jânio Quadros, entoando vez por outra seu lamento preferido:
- Justamente quando a UDN alcançou o poder...
Ao que Zé do Tronco objeta sempre, de seu canto e de sua vez, arrastando a voz na garganta, como era seu jeito de falar:
- Não interessa! O melhor presidente foi o Juscelino!
Mas disse ainda mais Seu Antônio. Ou pediu mais:
- Ô nego, ocê, que gosta de escrever, bem que podia escrever por mim alguma coisa agradecendo àquele povo bom de Brazópolis - e a esta palavra encheu novamente a boca e o coração e o sonho do menino - a acolhida e o carinho que me deu...
E mais não falou, até porque falar não mais podia, nem mesmo em sonho, embargado outra vez pela emoção, que ainda então, mesmo no céu, lhe tornava os olhos rasos d'água.
Qualquer hora dessas, o menino aponta lá em cima, no Hospital, desce a Avenida, atravessa a Praça e leva debaixo do braço umas folhas de papel escritas com duplo sentimento e um só sentido. E aproveita para, honrando a benfazeja tradição iniciada pelo pai, e como se descesse do trem à plataforma de Estação Dias, tirar dois dedos de prosa com o filho do Antônio Gomes, o Zé Carlos, o melhor amigo do mundo, colhido em terra fértil cujo principal fruto é este: amigos. Brazopolense, o amigo. Como brazopolense quisera ser o menino. Como brazopolense quisera ser Seu Antônio.
Na volta, outra vez no alto da Avenida, o menino - pois que persiste em ser romântico e sonhador esse discípulo de Antônio Noronha - olhará para baixo e ouvirá - decerto que ouvirá - de mistura com o ar frio da noite, um apito de trem cortando a noite. E tremulando as águas do Vargem Grande.
Continuava o trem a escorrer sereno pelos trilhos, com direito a parada para beber água no Chiquito Mendonça e para apanhar passageiros em Estação Dias e Piranguinho. O apito soava tristonho como saudade que se avizinhava, no entanto, e subia pelas colinas do caminho e alcançava, com a fumaça, destino diverso: o céu, com direito a paradas no coração do menino.
E de quem mais? De quem, como ele, se emocionava com beleza e com saudade.
Seu Antônio feliz com o menino, sem embargo já de outra saudade que, presente, lhe veio habitar o coração: Dona Adolfina e Seu Pedrinho um dia se foram para São Paulo. E de outra, muito mais pungente porque irremediável: Antônio Noronha, o diretor do Ginásio, outro dia se foi para muito mais longe, tão longe que Dr. Crispim, o Promotor de Justiça, disse comovido, enquanto se cobria de terra o professor poeta:
- Mais quisera falar, mas a emoção me embarga. Adeus, caro amigo. Adeus.
O menino chorou pela primeira vez na vida, depois de feito homenzinho. E homem não chorava, dizia-se. Seu Antônio também, agradecido pela bolsa de estudo dada à filha e pela amizade dada a ele. Até o Vargem Grande, parecendo ter dado pela ausência de um pescador em seus barrancos, ensaiou de minguar as suas águas, mas a Natureza, sempre pródiga em providências, fez verter do céu, no fim do dia, uma grande chuva com que lavou as ladeiras e a tristeza da cidade. E encheu novamente o rio, que assim teve mais lágrimas para chorar. E por isso que até hoje seu correr tem um ruído manso de pranto deslizando sobre a face.
No mais, não havia razão para chorar. A não ser por aquele movimento de homens, máquinas e terra a persistir abaixo da mata. Já se sentia um cheiro de asfalto? Mas ninguém sentia. A rodovia pretejava e se aplanava, e ninguém via nem ouvia as buzinas que imperceptivelmente já soavam. Porque todos ainda tinham olhos e ouvidos para o trem, que - ele também - escorria sobre o trilho como lágrima sobre o rosto. A despeito da rodovia, ou até por ela, a despeito de alguma saudade já presente, ou igualmente por ela, o trem teimava em cantar e em decantar em apito e fumaça sua impercebida saudade futura.
O irmão do menino também se foi um dia, depois de servir o Exército em Itajubá, onde se amargurou calado pela perspectiva de defrontar irmãos na conturbação causada pela renúncia do Presidente. Foi para São José dos Campos cumprir o sonho modesto e honrado de trabalhar no banco e graças a ele poder viver o sonho maior de se casar com a Sueli. Perdeu o Cid o ajudante, ganharia em breve o Zé de Lima um genro. O outro irmão do menino veio de São Paulo, para onde voltou levando a Lurdinha do Juca Serraria. Os frutos de Seu Antônio cumpriam o desejo inconsciente da velha árvore de fincar raízes na terra que queria fosse sua. Em breve se uniria também a irmã mais velha do menino ao Paulinho do Zé do Tronco. Quem sabe assim, pensava ele, o menino, frustrado jogador de bola, não teria um sobrinho craque como o pai,
responsável, entre outros, pela glória do Botafogo, glorioso local?
A casa de Seu Antônio, partido o filho, conquanto esvaziado um lugar na mesa, continuava feliz, feliz igualmente o menino, conquanto olhasse à noite uma cama vazia ao seu lado, no quarto. Pois que seus dias ainda eram cheios e recheados da amizade de Gatão, de Tonito, de Altamir. E de outra, que, não bastasse ser tão grande, ainda se duplicava nos gêmeos Newton e José, a suscitarem, tão iguais eram, igual ternura no coração do menino, que sabia, no entanto, como poucos, distingui-los um do outro.
Ninguém se apercebeu de que a rodovia se aprontava, asfalto pretinho e cheiroso, já tendo sua própria ponte sobre o Vargem Grande. Porque o trem continuava resfolegando sua saudade, cada vez menos futura, cada vez mais pressentível, ainda impressentida embora.
Foi numa terça-feira, dia de folga de Seu Antônio. Conferente substituto a postos na estação, foi fazer o costumeiro passeio a Itajubá, com o menino a tiracolo. Nesse dia o trem apitava mais triste em cada curva, e sua fumaça parecia um nevoeiro de lágrimas vertidas para cima. O menino o sentiu como algo diferente que sentia, semelhante ao que sentira quando se fora o irmão embora. Foi constrangedor, de tão melancólico, o silêncio ao lado da caixa d'água.
De mais água parecia carecer a máquina. Por quê? Mais água verteria para o céu? Quão contundente o barulho ritmado das rodas sobre o trilho! A paisagem parecia chorar, o gado berrava triste nos currais, à passagem do comboio. A cascata ficara irremediavelmente para trás, num passado de lágrimas derramadas aos borbotões. Passava o trem, e quem passava pela janela era a alegria de alguns anos, tão poucos, tão densos, entretanto... Estação Dias parecia apalermada. Ou não passaria tudo de impressão do menino? O pai do menino calado na poltrona. Não houve prosa nem com o Antônio Gomes na plataforma nem com o chefe de trem no vagão. Nem mesmo pé-de-moleque em Piranguinho, estaria doente o pretinho? Os
passageiros calados. O chapéu de Seu Antônio, aba quebrada sobre a testa. Tão taciturno, o pai do menino... A paisagem passando na janela...
Foi lancinante o apito do trem na Boa Vista. Ou não se trataria também de impressão do menino? O menino igualmente calado. Adivinhando um pranto?O trem freou, rangeu as rodas sobre os trilhos e expeliu fumaça para os lados na plataforma como se se tratasse de um touro ferido a reagir e bufar tardiamente. Seu Antônio apeou, os passageiros apearam, sem se darem conta da reação do trem, apenas incrustada no coração do menino, não saberia ele no momento dizer por quê, do mesmo modo como desconhecia então a razão por que a paisagem vista da janela do trem aquele dia parecia pintada por pálidas cores de saudade, mais pálidas que as nuvens fugidias do céu. Foi quando o Aurílio, o chefe da estação de Itajubá, refestelado no banco da plataforma, onde rodava com a língua um palito entre os dentes, se dirigiu a Seu Antônio chamando-o pelo nome por que o chamavam os colegas:
- Eh, Cardosinho, como é que você vai voltar hoje?
Cardosinho ostentava no rosto a surpresa decorrente da ingenuidade. Toldaram-lhe, por certo, a razão aqueles anos de tanto sentimento e encanto.
Descobrindo a calva e segurando a aba do chapéu com a mão canhota, a mesma que manipulara por aqueles anos todos o telégrafo da estação, olhou os olhos de Aurílio como criança olha os olhos do pai, a pedir explicação sobre assunto desconhecido, e murmurou apenas:
-Uai, porquê?
- Não tem mais trem, não - tornou Aurílio impassível, brandindo uma folha de papel - tá aqui o telegrama. Acabou o ramal, o Governo decretou.
Governo impiedoso, a decretar a morte de um tempo feliz e consigo a saudade! O rosto de Seu Antônio, acabrunhado e contrafeito, desfeito no golpe o sorriso costumeiro, anuviou-se, percebeu-o e sentiu-o o menino, sentindo aninhar-se no peito como imensamente presente a saudade tanto tempo insinuada pelo trem como futura, sem que ninguém nunca o percebesse.
Decepcionado, Seu Antônio observou candidamente o que se poderia esperar naquelas circunstâncias de um homem puro repentinamente feito criança a quem arrebataram o brinquedo:
- Uai, eu volto de ônibus.
Só então se deu conta do movimento de homens, máquinas e terra visto do fundo de sua casa, do alto da escada, da porta da cozinha. Saindo da estação, ainda amarfanhando com a mão a aba do chapéu, falou com o menino, como se quisesse dar-lhe satisfação do ocorrido, como se tivesse culpa de estar tanto tempo calado e indiferente ao movimento de terra abaixo da mata:
- É, a rodovia tá pronta, nego.
Nunca mais Brazópolis ouviu o apito do trem.
E Seu Antônio, bem, Seu Antônio, era seu destino acompanhar o apito do trem, para ganhar o pão do menino. E o menino com ele. Foi embora Seu Antônio de coração comprimido pelo apito que não mais se ouvia, E o menino com ele. O menino de coração igualmente apertado. Seu Antônio se foi com o apito do trem. E o menino com ele.
Mas deixasse estar, que o mundo dá muita volta, como o trem. Se o apito do trem se desfez no éter, eis que um dia, independente do apito, ainda lampeiro como um menino, Seu Antônio voltou. De ônibus mesmo, que remédio? Quanto ao menino, bem, o menino, este não voltou. Não lho permitiram as voltas que o mundo deu. De certo modo, porém, nunca deixou de estar em Brazópolis, eis que Brazópolis nunca mais lhe saiu do coração. Nem mesmo com tantas voltas que deu pelo mundo, enquanto o mundo dava as suas próprias. "Onde estiver teu tesouro, ali estará teu coração", foi o que leu um dia na Bíblia emprestada com tantas recomendações pelo Padre Quinzinho, que parecia temer por sua inexata compreensão por parte do menino. Se não fosse por isso, também porque seu coração sempre pulsou junto com o do pai, a nutrir o mesmo amor por um apito de trem e bem assim por um certo lugar plantado sobre colinas onde apenas um coração pulsando assim ainda consegue adivinhar um esmaecido apito de trem.
Seu Antônio voltou e estabeleceu-se com uma lojinha de tecidos e confecções. Nas horas vagas - e estas eram tantas -, quantos dedos de prosa ainda tirou com o Chico Resende, com o Cláudio, com o Lázaro Serpa...
Um dia, foi feito, enfim, cidadão brazopolense, por obra e graça da Câmara de Vereadores, cujo decreto passou, devidamente emoldurado, a guarnecer-lhe a parede da sala, onde ocupava sozinho o lugar de maior destaque. Nesse dia, Seu Antônio, de voz embargada pela emoção, como diria o Dr. Crispim, quedou sentado numa cadeira, forcejando por engolir um prato copioso, enquanto o menino rezava por ele um discurso, na sessão celebrada (é bem o termo exato, pois para Seu Antônio era algo mais que uma missa) no Clube Wenceslau Braz.
O menino, feito homem, não voltou, já se sabe, para ficar, mas quantas vezes ainda voltou para beber com o pai uma santa pinga no bar do Dito Vieira, enquanto se falava muita bobagem, e enquanto ainda mais engastava no peito uma inexprimível ternura pelos amigos do pai e pelo amor que o pai, de sua vez, tinha engastado no peito por uma cidade de viver ameno.
Outras voltas do mundo, porém, e Seu Antônio, já velhinho, teve de ir para Itajubá. Já no fim da vida, nos momentos de lucidez, cada vez mais raros, o que fazia com gosto inexcedível era outra vez encher a boca e o coração para falar:
- Ô nego, Brazópolis, hem, que santo lugar! Que companheirada boa!
E um dia, outro dia, outras tantas voltas de mundo depois, Seu Antônio se foi, de mansinho, e seguramente, por sua pureza, para outro santo lugar, mas nem tão santo, certamente, em sua opinião, como Brazópolis. E nesse dia, nem mesmo soou desconsolado um apito de trem, que já nem em Itajubá um apito de trem se fazia ouvir. Nem em Piranguinho, nem mesmo nas alturas de Maria da Fé. Banira-se o trem de todos os rincões, quem sabe num prelúdio de silêncio ao silêncio de Seu Antônio. E só o ouvia quem tem ouvidos de ouvir o silêncio. O menino ouvia ambos os silêncios, e com ele as irmãs do menino, os irmãos do menino, atordoados todos ante o silêncio sucessivo ao silêncio de Dona Nica, responsável, entre outros, pelo silêncio de Seu Antônio.
Deixasse estar, porém, mais uma vez, que nenhum silêncio é definitivo para quem sonha. E um dia destes, ou melhor, uma noite destas, eis que o menino (chamemo-lo ainda assim, a despeito de hoje já avançado em janeiros, cãs e calva, como o pai, até porque seus sonhos, a maioria deles, ainda são de menino apaixonado), o menino sonhou com Seu Antônio, a lhe contar histórias do lugar onde está. Disse, por exemplo, que Padre Quinzinho celebra missa para os santos todo santo dia, enquanto Waldemar Mendonça ensina hinos aos anjos e Onofre da Candinha os acompanha ao cavaquinho. Disse mais, que sempre vê Antônio Noronha sugerindo rimas a Deus, quando este, em seu eterno trabalho de criação, inventa outras cascatas por outros mundos afora. E que Chico Resende, com aquele seu cabelo branco como paina, até hoje, ainda que nem de longe veja por isso ensombrecida sua felicidade, não se conforma com a renúncia do Jânio Quadros, entoando vez por outra seu lamento preferido:
- Justamente quando a UDN alcançou o poder...
Ao que Zé do Tronco objeta sempre, de seu canto e de sua vez, arrastando a voz na garganta, como era seu jeito de falar:
- Não interessa! O melhor presidente foi o Juscelino!
Mas disse ainda mais Seu Antônio. Ou pediu mais:
- Ô nego, ocê, que gosta de escrever, bem que podia escrever por mim alguma coisa agradecendo àquele povo bom de Brazópolis - e a esta palavra encheu novamente a boca e o coração e o sonho do menino - a acolhida e o carinho que me deu...
E mais não falou, até porque falar não mais podia, nem mesmo em sonho, embargado outra vez pela emoção, que ainda então, mesmo no céu, lhe tornava os olhos rasos d'água.
Qualquer hora dessas, o menino aponta lá em cima, no Hospital, desce a Avenida, atravessa a Praça e leva debaixo do braço umas folhas de papel escritas com duplo sentimento e um só sentido. E aproveita para, honrando a benfazeja tradição iniciada pelo pai, e como se descesse do trem à plataforma de Estação Dias, tirar dois dedos de prosa com o filho do Antônio Gomes, o Zé Carlos, o melhor amigo do mundo, colhido em terra fértil cujo principal fruto é este: amigos. Brazopolense, o amigo. Como brazopolense quisera ser o menino. Como brazopolense quisera ser Seu Antônio.
Na volta, outra vez no alto da Avenida, o menino - pois que persiste em ser romântico e sonhador esse discípulo de Antônio Noronha - olhará para baixo e ouvirá - decerto que ouvirá - de mistura com o ar frio da noite, um apito de trem cortando a noite. E tremulando as águas do Vargem Grande.
FIM
Rio de Janeiro, de 26/5 a 6/6/2003.
FOTO: Presidente Wenceslau Braz em visita ao Clube Wenceslau
No centro, o Presidente Dr. Wenceslau Braz Pereira Gomes, em visita ao Clube Wenceslau, em julho de 1917.
À sua direita, Dr. Henrique Braz, presidente da Câmara de Villa Braz e à sua esquerda, Dr. Cristiano Brasil, Deputado Federal.
Estão também nesta foto Dr. José Braz, Dr. José Gorgulho Nogueira, Sebastião Gomes e Dr. Ataliba de Morais.
BGB Convida para estarem presentes amanhã no Clube Operário
Amanhã, 5ª feira, dia 14 de julho, às 15:00 h, um grupo de Curitiba estará presente no Clube Operários para uma matéria sobre os Bonecoa Gigantes de Brazópolis.
Divulguem e compareçam!
Vamos mostrar a eles como os nossos Bonecos são importantes para nós!
Divulguem e compareçam!
Vamos mostrar a eles como os nossos Bonecos são importantes para nós!
Últimas vagas para a excursão ao Acampamento PHN na Canção Nova
Quem se interessar em viajar conosco para o Acampamento PHN na Canção Nova (em Cachoeira Paulista), por favor, entre em contato com o Claudemar pelo número (35) 8435-2711. Temos pouquíssimas vagas! Garanta já a sua!
Sairemos da rodoviária de Brazópolis às 22h em ponto (é necessário chegar com antecedência) na sexta-feira dia 15/07 e voltaremos no domingo após o encerramento do evento.
O valor da passagem (ida e volta) é R$30,00. Para mais informações sobre o evento, clique AQUI!
Não esqueça de levar sua barraca, colchão, coberta, toalha, sabonete, escova e creme dental, roupas de frio (e também de calor), dinheiro para se alimentar, máquina/filmadora para registrar o evento e tudo o que julgar importante para fazer uma viagem inesquecível.
A título de curiosidade, o Grupo de Jovens PHN nasceu de uma viagem feita para esse mesmo acampamento no ano de 2005. Aproveite a oportunidade!
Boa viagem!
Sairemos da rodoviária de Brazópolis às 22h em ponto (é necessário chegar com antecedência) na sexta-feira dia 15/07 e voltaremos no domingo após o encerramento do evento.
O valor da passagem (ida e volta) é R$30,00. Para mais informações sobre o evento, clique AQUI!
Não esqueça de levar sua barraca, colchão, coberta, toalha, sabonete, escova e creme dental, roupas de frio (e também de calor), dinheiro para se alimentar, máquina/filmadora para registrar o evento e tudo o que julgar importante para fazer uma viagem inesquecível.
A título de curiosidade, o Grupo de Jovens PHN nasceu de uma viagem feita para esse mesmo acampamento no ano de 2005. Aproveite a oportunidade!
Boa viagem!
12 de julho de 2011
16 DE JULHO- UM TRISTE DIA PARA SE LEMBRAR - 40 anos da Morte do Pe. Quinzinho
16 de julho de 1971 : MORRE NOSSO PAI ESPIRITUAL MONSENHOR JOAQUIM DE OLIVEIRA NORONHA, O NOSSO "PE. QUINZINHO".
Sábado, dia 16, completa 40 anos da morte do Monsenhor Quinzinho. Neste dia, às 15h00, no Cemitério Bom Pastor, haverá um terço por sua alma. Todos estão convidados!
Às seis horas da manhã, tudo envolto em brumas, rangem sonolentas as portas da Matriz e a voz sonora do bronze enche os ares; uma figura magra, vestida de crepe, assoma à porta central. E, às brumas matinais se misturam as brumas de seus cabelos.
Humildemente se afeiçoara ,desde a muito, a esse serviço: primeiro abrir a igreja, depois tanger os sinos, esperando os fiéis para oficializar o ato litúrgico. Que de beleza e misticismo não havia naquelas arcadas de simetria gótica, trescalando a incenso, os vitrais colorido filtrando o sol das manhãs plenas de luz, os brancos cor de ébano, os confessionários, o gesso piedoso dos mártires da Igreja nos respectivos nichos, o carrara dos altares. Sim, o que não representaria tudo isso ao velho Pastor que fizera dali o seu mundo?
Quantas prédicas não fizera, e que não eram senão retratos do seu íntimo desapegado dos bens terrenos, e voltado à misteriosa beleza da Eternidade!
Quantas vezes encilhara a cavalgadura para ir ter a um moribundo distante ou rezar missa numa capelinha longe, bem longe, encravada nessas serras das gerais!
Quantas vezes saíra à frente doa préstitos empunhando no hábito o estandarte de Cristo, e a sua figura franzina se erguia gigantesca.
Quantos por ele não se batizaram, não se casaram, não receberam a unção final, com a mesma voz de sempre, paternal e inalterável.
À gravidade do sacerdote estava o lado anedótico, posto que na vida nem tudo é seriedade, como nem tudo risos.
Convidado a lecionar francês, no primeiro dia de aula uma pergunta capciosa de um aluno parecia desmoronar certa regra enunciada. Respondeu o professor sem titubear : ‘É, você tem razão, mas não sabe que toda regra comporta uma exceção?”
Doutra feita, esqueceu-se de dar a benção final e saiu. Saindo lembrou-se e voltou para encerrar a missa, quando quase todos já haviam saído.
Um pobre bateu-lhe à porta e pediu um par de sapatos. Como fizera anos àqueles dias, tomou do presente que recebera, justamente um par de sapatos, e deu-o ao miserável.
Suas últimas palavras em Brazópolis, quando se preparava para ir à Pouso Alegre, a fim de buscar recursos médicos, pareciam-lhe vaticinar a morte: “Esta é a última viagem que faço”. E, de fato, foi.
A morte colheu-o numa manhã fria de julho, dia 16, com 74 anos de idade e 51 de sacerdócio.
Não desejou nada além de uma morte simples, sem epitáfio.
A alma generosa do povo deu-lhe um túmulo de mármore negro, onde perenemente ardem velas votivas e se pedem graças por intermédio de sua alma que continua esparzindo suas graças e consolando os infelizes.
( Artigo publicado no jornal “Can-Can” em 14.07.1974)
ORAÇÃO PEDINDO A BEATIFICAÇÃO DO MONSENHOR JOAQUIM DE OLIVEIRA NORONHA (Padre Quinzinho)
Ó Deus. que em vossa infinita bondade, inspirastes ao Vosso servo, Monsenhor Joaquim, santo sacerdote, um grande desejo de perfeição e o cumulastes de tantas graças, concedei-me imitar sua ardente devoção ao Sagrado Coração de Jesus, seu espírito de sacrifício, seu zelo pelas Vocações Sacerdotais, seu amor à Igreja e a Jesus Eucarístico e, especialmente, sua devoção filial à Maria Santíssima.
Senhor, nós vos pedimos, que ele seja glorificado pela Santa Igreja e que, por sua intercessão, possamos alcançar as graças, que solicitamos.
Por Jesus Cristo, Vosso Filho e Senhor Nosso, na unidade do Espírito Santo.
Amém.
Sagrado Coração de Jesus, eu tenho confiança em Vós!
Doce Coração de Maria, sede a nossa Salvação!
Pai Nosso - Ave Maria - Glória ao Pai.
(+João Bergese, Arcebispo Metropolitano de Pouso Alegre - MG)
Sábado, dia 16, completa 40 anos da morte do Monsenhor Quinzinho. Neste dia, às 15h00, no Cemitério Bom Pastor, haverá um terço por sua alma. Todos estão convidados!
UMA PESSOA INESQUECÍVEL
Às seis horas da manhã, tudo envolto em brumas, rangem sonolentas as portas da Matriz e a voz sonora do bronze enche os ares; uma figura magra, vestida de crepe, assoma à porta central. E, às brumas matinais se misturam as brumas de seus cabelos.
Humildemente se afeiçoara ,desde a muito, a esse serviço: primeiro abrir a igreja, depois tanger os sinos, esperando os fiéis para oficializar o ato litúrgico. Que de beleza e misticismo não havia naquelas arcadas de simetria gótica, trescalando a incenso, os vitrais colorido filtrando o sol das manhãs plenas de luz, os brancos cor de ébano, os confessionários, o gesso piedoso dos mártires da Igreja nos respectivos nichos, o carrara dos altares. Sim, o que não representaria tudo isso ao velho Pastor que fizera dali o seu mundo?
Quantas prédicas não fizera, e que não eram senão retratos do seu íntimo desapegado dos bens terrenos, e voltado à misteriosa beleza da Eternidade!
Quantas vezes encilhara a cavalgadura para ir ter a um moribundo distante ou rezar missa numa capelinha longe, bem longe, encravada nessas serras das gerais!
Quantas vezes saíra à frente doa préstitos empunhando no hábito o estandarte de Cristo, e a sua figura franzina se erguia gigantesca.
Quantos por ele não se batizaram, não se casaram, não receberam a unção final, com a mesma voz de sempre, paternal e inalterável.
À gravidade do sacerdote estava o lado anedótico, posto que na vida nem tudo é seriedade, como nem tudo risos.
Convidado a lecionar francês, no primeiro dia de aula uma pergunta capciosa de um aluno parecia desmoronar certa regra enunciada. Respondeu o professor sem titubear : ‘É, você tem razão, mas não sabe que toda regra comporta uma exceção?”
Doutra feita, esqueceu-se de dar a benção final e saiu. Saindo lembrou-se e voltou para encerrar a missa, quando quase todos já haviam saído.
Um pobre bateu-lhe à porta e pediu um par de sapatos. Como fizera anos àqueles dias, tomou do presente que recebera, justamente um par de sapatos, e deu-o ao miserável.
Suas últimas palavras em Brazópolis, quando se preparava para ir à Pouso Alegre, a fim de buscar recursos médicos, pareciam-lhe vaticinar a morte: “Esta é a última viagem que faço”. E, de fato, foi.
A morte colheu-o numa manhã fria de julho, dia 16, com 74 anos de idade e 51 de sacerdócio.
Não desejou nada além de uma morte simples, sem epitáfio.
A alma generosa do povo deu-lhe um túmulo de mármore negro, onde perenemente ardem velas votivas e se pedem graças por intermédio de sua alma que continua esparzindo suas graças e consolando os infelizes.
( Artigo publicado no jornal “Can-Can” em 14.07.1974)
ORAÇÃO PEDINDO A BEATIFICAÇÃO DO MONSENHOR JOAQUIM DE OLIVEIRA NORONHA (Padre Quinzinho)
Ó Deus. que em vossa infinita bondade, inspirastes ao Vosso servo, Monsenhor Joaquim, santo sacerdote, um grande desejo de perfeição e o cumulastes de tantas graças, concedei-me imitar sua ardente devoção ao Sagrado Coração de Jesus, seu espírito de sacrifício, seu zelo pelas Vocações Sacerdotais, seu amor à Igreja e a Jesus Eucarístico e, especialmente, sua devoção filial à Maria Santíssima.
Senhor, nós vos pedimos, que ele seja glorificado pela Santa Igreja e que, por sua intercessão, possamos alcançar as graças, que solicitamos.
Por Jesus Cristo, Vosso Filho e Senhor Nosso, na unidade do Espírito Santo.
Amém.
Sagrado Coração de Jesus, eu tenho confiança em Vós!
Doce Coração de Maria, sede a nossa Salvação!
Pai Nosso - Ave Maria - Glória ao Pai.
(+João Bergese, Arcebispo Metropolitano de Pouso Alegre - MG)
Laurinha cantando ABC
Laura de Souza Noronha é filha de Ariana e Rafael, e minha netinha. Tem 2 aninhos!
Se você tiver também tiver um vídeo de seu filho, manda prá cá!
Federal de Itajubá vai utilizar apenas Enem em seu processo seletivo
Universidade oferecerá 1.395 vagas
EPTV.com - Marcos Paulino
A Unifei (Universidade Federal de Itajubá), de Minas Gerais, irá utilizar somente a nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2011 no seu processo seletivo para todos os seus cursos. O pró-reitor de graduação da instituição, Alexandre Augusto Barbosa, revelou ainda que, em 2012, a universidade vai oferecer cinco novos cursos para o campus de Itajubá: Engenharia de Bioprocessos, Engenharia Química, Química (Licenciatura), Química (Bacharelado) e Biologia (Licenciatura).
O edital completo do processo seletivo 2012 será publicado no site http://www.unifei.edu.br/. No total, o processo seletivo oferecerá 1.395 vagas.
No campus de Itajubá, elas estão divididas entre os cursos de Administração, Biologia (Licenciatura), Ciência da Computação, Ciências Atmosféricas, Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia da Computação, Engenharia de Bioprocessos, Engenharia da Energia, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia de Materiais, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica, Engenharia Eletrônica, Engenharia Hídrica, Engenharia Mecânica, Engenharia Mecânica Aeronáutica, Engenharia Química, Física (Bacharelado), Física (Licenciatura), Matemática (Bacharelado), Matemática (Licenciatura), Química (Bacharelado), Química (Licenciatura) e Sistemas de Informação.
No campus de Itabira, há vagas para os cursos de Engenharia Ambiental, Engenharia da Computação, Engenharia da Mobilidade, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia de Materiais, Engenharia de Produção, Engenharia de Saúde e Segurança, Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica.
EPTV.com - Marcos Paulino
A Unifei (Universidade Federal de Itajubá), de Minas Gerais, irá utilizar somente a nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2011 no seu processo seletivo para todos os seus cursos. O pró-reitor de graduação da instituição, Alexandre Augusto Barbosa, revelou ainda que, em 2012, a universidade vai oferecer cinco novos cursos para o campus de Itajubá: Engenharia de Bioprocessos, Engenharia Química, Química (Licenciatura), Química (Bacharelado) e Biologia (Licenciatura).
O edital completo do processo seletivo 2012 será publicado no site http://www.unifei.edu.br/. No total, o processo seletivo oferecerá 1.395 vagas.
No campus de Itajubá, elas estão divididas entre os cursos de Administração, Biologia (Licenciatura), Ciência da Computação, Ciências Atmosféricas, Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia da Computação, Engenharia de Bioprocessos, Engenharia da Energia, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia de Materiais, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica, Engenharia Eletrônica, Engenharia Hídrica, Engenharia Mecânica, Engenharia Mecânica Aeronáutica, Engenharia Química, Física (Bacharelado), Física (Licenciatura), Matemática (Bacharelado), Matemática (Licenciatura), Química (Bacharelado), Química (Licenciatura) e Sistemas de Informação.
No campus de Itabira, há vagas para os cursos de Engenharia Ambiental, Engenharia da Computação, Engenharia da Mobilidade, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia de Materiais, Engenharia de Produção, Engenharia de Saúde e Segurança, Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica.
O ÚLTIMO TREM - José Eustáquio Cardoso - Parte I
Este texto foi enviado pelo autor a José Carlos Gomes, que o passou ao acadêmico Robinson de Queiroz Costa e publicado no Jornal da Academia Brazopolense de Letras e História - ABLH, gentilmente cedida para a publicação neste blog, pelo acadêmico João Armando Braz.
A Brazópolis, como canção de amor de um filho e neto adotivo em seu nome e no de quem, não tendo sabido e já não podendo embora cantar, seguramente assinaria embaixo destas linhas.
Um único trem passava, indo ou voltando, pela estação de um único agente e um único guarda-chaves e trilhos de um único e desnecessário desvio. De manhã, vindo de Paraisópolis, já gemia uma imperceptível saudade futura e levava passageiros e carga pouca para Itajubá; à tarde fazia o percurso inverso da mesma impressentida saudade e do ramal fadado a desaparecer. Deficitário, dizia o Governo, como se deficitária não fosse a própria e inteira estrada de ferro, igualmente fadada a desaparecer, como se provou anos após. Ou como se deficitário não fosse desde sempre e para sempre o próprio Governo, a nunca desaparecer, não obstante. O que se encobria talvez era o propósito inconfessado de eliminar desde logo a concorrência a produtos da nascente indústria automobilística (Fuscas e Dauphines já povoavam timidamente as ladeiras da cidade), tanto que tinha até data certa a extinção do ramal, a coincidir com a da inauguração da rodovia pavimentada. Era, pressentido, o eterno ciclo da vida: morte de uns, nascimento de outros, vida a seguir. Fosse como fosse, a verdade é que a cidade estava habituada ao apito matutino, com direito a bis pela tardinha. Fazia parte da sinfonia do lugar, enriquecida ainda pelo marulhar das águas do Vargem Grande, por sobre cuja ponte atravessava o trem enviando espirais de fumaça para o céu; e pelo canto de centenas de canarinhos-da-terra, a catarem migalhas da máquina de benefíciamento de arroz e a amarelarem e afoguearem a ladeira da estação até às casas do Zequinha Gomes e do Edson Guimarães, udenistas de quatro costados.
A cidade toda já se habituara também à figura mansa, vinda de longe e chegada no mesmo trem, do pequeno homem bom que chefiava a sua estação, alçado quase à posição de autoridade local, tamanha era a consideração em que o tinha, de um lado, e a importância que lhe atribuía à função, de outro. Sua calva lustrosa era objeto de chistes, sempre retribuídos com iguais, espirituosos e bem- humorados motejos. Seu Antônio e a cidade toda eram um caso de amor.
- Bendita a hora em que eu vim pra Brazópolis! - fazia ele questão de proclamar, e esta era sua declaração de amor preferida. - Que gente boa, que companheirada! - continuava, enchendo a boca e o coração. Era, além de tudo e sobretudo, sua maneira de mostrar que este, seu coração, não partilhava do desígnio do destino, a fazê-lo nascer longe dali; mas era seu cúmplice (do destino) no que dizia respeito à escolha do lugar como morada e verdadeira terra.
Viera atrás de ginásio para os filhos menores, que queria estudados e doutores. E desde logo o dinheiro pouco para pagamento das mensalidades foi remediado pela santa figura de Antônio Noronha, o diretor, a conseguir-lhe uma bolsa para a menina. A vida inteira se lhe ajeitou no lugar, onde o segundo filho (o primeiro já fora para São Paulo arrumar emprego) era alfaiate e ajudava o Cid; a filha mais velha igualmente costurava e defendia os seus trocados; e os filhos menores, um menino e outra menina, estudavam e
arrematavam (chuleavam, embainhavam, caseavam) as calças confeccionadas pelo irmão e com isso faziam ao menos para o cinema. Corria serena e simples a vida, como o trem naqueles trilhos.
Os vizinhos, como eram bons! Dona Adolfina e Seu Pedrinho; Dona Cotinha e Leonídia (as donas da casa cujo aluguel era pago pela Rede Mineira de Viação); Dona Miquelina, a italiana professora de Francês, e sua irmã velhinha Minga, a chorar de eterna e inapagável saudade de Francisco Alves; e a suspirar, por isso, diante do rádio, todo santo domingo, ao meio-dia; Dona Carlotinha e seus impecáveis crochês; Expedito, o açougueiro que veio a ser compadre; Demitri e Regina Brito; mais para o alto da rua, o prefeito Vergueirinho; e um pouco mais acima, o Otacílio farmacêutico. E para que não se condene o herói de parcial, por menção excessiva de sua história a udenistas, é bom que se diga que também eram seus amigos o Antônio Gomes e o Noé Serpa, pessedistas de iguais costados. Ou seriam petebistas? Seu Antônio não sabia, como igualmente não sabia que os outros eram udenistas. Sabia apenas que eram todos seus amigos, como seu amigo podia vir a ser todo e qualquer brazopolense, e apenas por ser brazopolense, quando por mais não fosse.
Corria serena a vida. Do fundo da casa, porém, do alto da escada, já se viam, para além do Bosteiro (era este o nome do córrego, que fazer?) e abaixo da mata, já se viam homens trabalhando num movimento de terras e de máquinas: a rodovia se construía. Mas quem ligava para isso? Era o progresso, diziam.
A vida corria tão serena, a vinda para Brazópolis fora tão boa para Seu Antônio que ele conseguiu até pagar o que lhe parecia sem fim, crescente e impagável, ou seja, suas contas na farmácia, na venda, na padaria, no açougue da cidade de onde viera. Pagara até o empréstimo que lhe fizera o cunhado. E conseguira, enfim, o que tanto lhe pedia o menino, o qual, por sua vez, já achava ser aquele um sonho impossível, ou seja, comprara um rádio. Um rádio Semp para ser pago a prestações na Assumitel Loja, do Pedro Gomes. Pois, duvide quem quiser duvidar, Seu Antônio, antes, não tinha sequer um rádio. Ora, como agora a vida corria serena, o menino e sua mãe cantavam junto com o rádio, enquanto se pregava botão. Depois, o menino ia
entregar a calça arrematada ao irmão, de quem às vezes conseguia que lhe pagasse um sorvete.
Era tanta a felicidade daquela casa que um dia a mãe do menino cantou com ele numa festa, acompanhada pelo piano de Marialba e pelo violino de Waldemar Mendonça. E pelo cavaquinho de Onofre da Candinha, Jaú (em outras horas vagas juiz de futebol) à bateria, Chico Rato no pandeiro. E sob os aplausos entusiasmados de Seu Antônio, sócio, sim senhor, do Clube Wenceslau Braz, onde a festa se realizou. Nem o tempo logrou amarelecer esta lembrança, eternizada em retrato em preto-e-branco batido pelo Deoclécio. Nele aparecem, em plena emissão de um agudo, à frente de um microfone antigo como estas lembranças, uma mulher de cara redonda e feliz e um menino pequeno e muito branco de cabelo curtinho, recém-crescido depois de raspado, de paletó preto, em cuja lapela se distinguem, douradas e brilhosas, uma vassoura e uma espada, lembranças de uma certa campanha presidencial, símbolos contrastantes e adversos a demonstrarem, juntos, que à felicidade e à harmonia tanto se lhe davam pessedismo ou udenismo ou petebismo, meras siglas acrescidas de um ismo que provavelmente nem mereceriam. O que importava era o rádio a ensinar cantigas.
Uma cantiga era a vida. A Rádio Difusora Brazópolis, sob a direção de João Mário e Fábio, difundia canções pela cidade, por Bom Sucesso, por Luminosa, por Cruz Vera, outro tanto fazendo o serviço de alto-falante do Zé do Tronco, com Samuel Miranda na locução, fazendo rolar em ondas a voz de Nelson Gonçalves até a Estação e o Vargem Grande e modular pela Avenida acima e alcançar o Morro do Cancan, passando pelo Querosene. Que era o Querosene? Fique quieto, Querosene era a zona.
Seu Antônio feliz como um menino: seu sonho pequeno não precisava ir além daquelas colinas, pois que nem o céu, a seu juízo, se situaria acima delas. O céu era ali, onde se encontravam anjos como seus amigos Chico Resende, Cláudio, Lázaro Serpa, Geraldo do Bar, Dedé Cavichi, entre outros ou entre todos.
Entretanto, abaixo da mata progredia o movimento de homens, máquinas e terra.
Deixasse estar, que o trem ainda apitava bonito por sobre a ponte do Vargem Grande. Ninguém fazia caso da saudade que gemia, até porque saudade futura só mesmo se fosse em sonho.
E sonho por sonho, ficava Seu Antônio com o presente e mais bonito. Aos domingos, depois da missa celebrada pelo Padre Quinzinho e do infalível passeio na Praça, em indefinidas voltas em tomo da igreja. Dona Nica sempre urdia uma comidinha diferente: ora um arroz de Braga, ora uma macarronada acompanhada de um tutu de feijão; ora um pastel, de forno ou frito, ora uma pizza, iguaria nova ensinada por Dona Miquelina. Expedito estava sempre pronto a fornecer um lombo de porco caprichado e anotado na caderneta para ser pago no fim do mês. Às vezes se revezavam as casas, os fogões e as mesas de Seu Antônio e de Dona Adolfina para o almoço domingueiro servido a ambas as famílias, reunidas em amiga
comunhão.
E a vida corria feliz. Apenas um porém, pequeno porém, apareceu, um dia: Seu Antônio atentou à figura e às queixas do menino, que se mostrava pálido e pequenino para a idade. Resolveu levá-lo ao médico em Itajubá, médico da Rede e do IAPFESP, apenas por isso procurado na cidade vizinha, já que Brazópolis tinha, como não?, os seus doutores. Foi então que o menino desenvolveu uma paixão antiga, já de há muito aninhada no coração: o amor pelo resfolegar e pelo apito do trem, pela fumaça do trem; pela visão da locomotiva lá adiante, divisada da janela do vagão quando começava a fazer a curva; pelo par de trilhos, lustrados pelas rodas do trem, a ficar infinitamente paralelo para trás e atrás do último vagão sobre as pedras e dormentes; pelas moitas de erva-cidreira ladeando os trilhos; pela sucessão de postes do fio do telégrafo, povoado de tantas andorinhas; pelas cercas de arame farpado, pelos pastos, pelas árvores, pelos mourões, porteiras e currais, pelo gado pastando em paz; e sobretudo por uma certa cascata, a rolar abaixo de um barranco por onde passava o trem. De manhãzinha, as gotículas se levantavam ao cair da água sobre a água. E já os olhos do menino se enchiam d'água, de pura e incontida emoção diante da obra de arte de quem inventara aquelas cercanias de cidade que se chamou presépio. A cascata, ah, a cascata!... Vista do trem era muito mais bonita, ora se era! Ainda mais com aquela moldura de capim e folhas rorejando orvalho colorido pelo sol tímido da manhã...
Depois, a caixa d'água em frente à fazenda do Chiquito Mendonça, onde o trem parava para "beber". Mais adiante, a beleza bucólica de Estação Dias, onde Seu Antônio sempre descia à plataforma para tirar dois dedos de prosa com o amigo Antônio Gomes. A máquina de beneficiar café de Antônio Gomes. Ao lado, um prédio com a inscrição "Leon Israel Agrícola e Exportadora".
O melhor, porém, ainda estava por vir ou por chegar: Piranguinho, onde um pretinho adentrava os vagões com um balaio cheio daqueles cheirosos e bonitos pés-de- moleque, quadradões deste tamanho, juro, tão grandes que só se acabava de comê-los quando o trem atravessava a Boa Vista, já em Itajubá. O menino lambia os beiços e os dedos, antes de absorver-lhes o melado restante com o papel pardo de embrulho com que era servido o doce.
- Nada de mais, não — dizia o doutor dá este fortificante pro menino.
O menino voltava, e ao chegar, de tardezinha, ainda admirava o movimento na plataforma da estação: quanta gente para admirar o trem e ver os passageiros! Rapazes olhando as moças, moças olhando os rapazes nas janelas... O carteiro Pedro apanhando as cartas e encomendas para o Correio... Depois, ainda havia tempo de ver, no treino do Vasco (como não admirá-lo, apesar de o menino ser Flamengo?), Japão, Tó e Pio engraxando a bola no gramado todavia careca do Estádio Ataliba de Morais. E Marcos Manfredini, debaixo da baliza, a voar, qual Constellation local, e conferir todas.
Seu Antônio aviava a receita do médico no Otacílio. Nada, porém, de voltar o rubor à face do menino, que continuava pequeno. Problema de pouca monta, insuficiente para toldar a felicidade de morar em Brazópolis, onde a vida continuava a fluir serena como as águas do Vargem Grande. Apenas, mais idas a Itajubá eram necessárias. E renovava-se a poesia do caminho de ferro, dormentes e paisagens: o menino cada vez mais apaixonado. A figura protetora do pai a conversar no trajeto com o chefe de trem e o guarda-freios... O menino na janela, lasquinhas de amendoim do pé-de-moleque no vão dos dentes, no prolongamento do prazer maior da viagem...
Os médicos, receitas e fortificantes, entretanto, se sucediam, e nada de crescer o menino, ainda muito pálido. Foi então que Seu Antônio mandou às favas os médicos e receitas e fortificantes de Itajubá: "Ora", pensou, "aqui também tem médico, pago uma consulta e pronto, não vai me deixar mais pobre". E pagou. O menino, já então um rapazinho, foi ao Dr. Fernando, de cara comprida e muito magra, careca como o pai. Foi ele que decidiu, examinando:
- Isso só pode ser verme, Seu Antônio. Faz um exame de fezes do menino e me traz aqui o resultado.
O menino, que nunca tinha feito isso, instruído, mas não suficientemente, como se verá, a respeito do que fazer, tratou de arrumar um recipiente. E o que lhe pareceu apropriado foi um tubo cilíndrico de alguma pastilha, algo semelhante à embalagem que hoje se conhece de Cebion ou Redoxon: pois tinha pelo menos a forma do conteúdo que se lhe destinava. Encheu-o. E, acompanhado de Raimundo do Cinema, seu amigo, que, trabalhando à noite, tinha a tarde inteira para folgar, levou continente e conteúdo, ainda quente, ao Posto de Saúde. Zé Victor, todo sorridente, foi logo abrindo. Ora, o conteúdo era tanto que sobrava pela tampa e pelas bordas do continente, emporcalhando-lhe a mão. Ante a instantânea e ruidosa gargalhada
do menino e de Raimundo, Zé Victor, fingindo zanga, mas não podendo, na verdade, conter o próprio riso, observou:
- Que é isso, rapaz? Não precisava disso tudo, não, é só um tantinho, o bastante pra esparramar na lâmina, olha só.
E esparramou, depois de lavar a mão muito bem lavada com sabão e jogar a sobra (veja só!) com continente e tudo pela janela rumo a um mato que vicejava nos fundos do Posto. E chamou o menino para ver no microscópio o resultado:
- O Dr. Fernando acertou na mosca, olha só.
O Dr. Fernando era realmente bom. Tanto tempo atrás de médico de Itajubá, e o santo da terra é que fazia o milagre. Sarou o menino, alguns exames depois (com latinha e quantidade apropriadas, segundo prudente e eficiente ensinamento de Zé Victor, de mão limpa, doravante) e depois de outros dois achados nas lentes do microscópio, outra vez devidamente expurgados pela competência do Dr. Fernando.
Sarou o menino, que adquiriu rubor nas faces e começou a crescer, finalmente. Mas nem por isso deixou de viajar com o pai, a levá-lo sempre consigo nas viagens que fazia a Itajubá, nas folgas semanais. E o amor pelo trem e pela paisagem enraizou-se de vez.
A Brazópolis, como canção de amor de um filho e neto adotivo em seu nome e no de quem, não tendo sabido e já não podendo embora cantar, seguramente assinaria embaixo destas linhas.
Um único trem passava, indo ou voltando, pela estação de um único agente e um único guarda-chaves e trilhos de um único e desnecessário desvio. De manhã, vindo de Paraisópolis, já gemia uma imperceptível saudade futura e levava passageiros e carga pouca para Itajubá; à tarde fazia o percurso inverso da mesma impressentida saudade e do ramal fadado a desaparecer. Deficitário, dizia o Governo, como se deficitária não fosse a própria e inteira estrada de ferro, igualmente fadada a desaparecer, como se provou anos após. Ou como se deficitário não fosse desde sempre e para sempre o próprio Governo, a nunca desaparecer, não obstante. O que se encobria talvez era o propósito inconfessado de eliminar desde logo a concorrência a produtos da nascente indústria automobilística (Fuscas e Dauphines já povoavam timidamente as ladeiras da cidade), tanto que tinha até data certa a extinção do ramal, a coincidir com a da inauguração da rodovia pavimentada. Era, pressentido, o eterno ciclo da vida: morte de uns, nascimento de outros, vida a seguir. Fosse como fosse, a verdade é que a cidade estava habituada ao apito matutino, com direito a bis pela tardinha. Fazia parte da sinfonia do lugar, enriquecida ainda pelo marulhar das águas do Vargem Grande, por sobre cuja ponte atravessava o trem enviando espirais de fumaça para o céu; e pelo canto de centenas de canarinhos-da-terra, a catarem migalhas da máquina de benefíciamento de arroz e a amarelarem e afoguearem a ladeira da estação até às casas do Zequinha Gomes e do Edson Guimarães, udenistas de quatro costados.
A cidade toda já se habituara também à figura mansa, vinda de longe e chegada no mesmo trem, do pequeno homem bom que chefiava a sua estação, alçado quase à posição de autoridade local, tamanha era a consideração em que o tinha, de um lado, e a importância que lhe atribuía à função, de outro. Sua calva lustrosa era objeto de chistes, sempre retribuídos com iguais, espirituosos e bem- humorados motejos. Seu Antônio e a cidade toda eram um caso de amor.
- Bendita a hora em que eu vim pra Brazópolis! - fazia ele questão de proclamar, e esta era sua declaração de amor preferida. - Que gente boa, que companheirada! - continuava, enchendo a boca e o coração. Era, além de tudo e sobretudo, sua maneira de mostrar que este, seu coração, não partilhava do desígnio do destino, a fazê-lo nascer longe dali; mas era seu cúmplice (do destino) no que dizia respeito à escolha do lugar como morada e verdadeira terra.
Viera atrás de ginásio para os filhos menores, que queria estudados e doutores. E desde logo o dinheiro pouco para pagamento das mensalidades foi remediado pela santa figura de Antônio Noronha, o diretor, a conseguir-lhe uma bolsa para a menina. A vida inteira se lhe ajeitou no lugar, onde o segundo filho (o primeiro já fora para São Paulo arrumar emprego) era alfaiate e ajudava o Cid; a filha mais velha igualmente costurava e defendia os seus trocados; e os filhos menores, um menino e outra menina, estudavam e
arrematavam (chuleavam, embainhavam, caseavam) as calças confeccionadas pelo irmão e com isso faziam ao menos para o cinema. Corria serena e simples a vida, como o trem naqueles trilhos.
Os vizinhos, como eram bons! Dona Adolfina e Seu Pedrinho; Dona Cotinha e Leonídia (as donas da casa cujo aluguel era pago pela Rede Mineira de Viação); Dona Miquelina, a italiana professora de Francês, e sua irmã velhinha Minga, a chorar de eterna e inapagável saudade de Francisco Alves; e a suspirar, por isso, diante do rádio, todo santo domingo, ao meio-dia; Dona Carlotinha e seus impecáveis crochês; Expedito, o açougueiro que veio a ser compadre; Demitri e Regina Brito; mais para o alto da rua, o prefeito Vergueirinho; e um pouco mais acima, o Otacílio farmacêutico. E para que não se condene o herói de parcial, por menção excessiva de sua história a udenistas, é bom que se diga que também eram seus amigos o Antônio Gomes e o Noé Serpa, pessedistas de iguais costados. Ou seriam petebistas? Seu Antônio não sabia, como igualmente não sabia que os outros eram udenistas. Sabia apenas que eram todos seus amigos, como seu amigo podia vir a ser todo e qualquer brazopolense, e apenas por ser brazopolense, quando por mais não fosse.
Corria serena a vida. Do fundo da casa, porém, do alto da escada, já se viam, para além do Bosteiro (era este o nome do córrego, que fazer?) e abaixo da mata, já se viam homens trabalhando num movimento de terras e de máquinas: a rodovia se construía. Mas quem ligava para isso? Era o progresso, diziam.
A vida corria tão serena, a vinda para Brazópolis fora tão boa para Seu Antônio que ele conseguiu até pagar o que lhe parecia sem fim, crescente e impagável, ou seja, suas contas na farmácia, na venda, na padaria, no açougue da cidade de onde viera. Pagara até o empréstimo que lhe fizera o cunhado. E conseguira, enfim, o que tanto lhe pedia o menino, o qual, por sua vez, já achava ser aquele um sonho impossível, ou seja, comprara um rádio. Um rádio Semp para ser pago a prestações na Assumitel Loja, do Pedro Gomes. Pois, duvide quem quiser duvidar, Seu Antônio, antes, não tinha sequer um rádio. Ora, como agora a vida corria serena, o menino e sua mãe cantavam junto com o rádio, enquanto se pregava botão. Depois, o menino ia
entregar a calça arrematada ao irmão, de quem às vezes conseguia que lhe pagasse um sorvete.
Era tanta a felicidade daquela casa que um dia a mãe do menino cantou com ele numa festa, acompanhada pelo piano de Marialba e pelo violino de Waldemar Mendonça. E pelo cavaquinho de Onofre da Candinha, Jaú (em outras horas vagas juiz de futebol) à bateria, Chico Rato no pandeiro. E sob os aplausos entusiasmados de Seu Antônio, sócio, sim senhor, do Clube Wenceslau Braz, onde a festa se realizou. Nem o tempo logrou amarelecer esta lembrança, eternizada em retrato em preto-e-branco batido pelo Deoclécio. Nele aparecem, em plena emissão de um agudo, à frente de um microfone antigo como estas lembranças, uma mulher de cara redonda e feliz e um menino pequeno e muito branco de cabelo curtinho, recém-crescido depois de raspado, de paletó preto, em cuja lapela se distinguem, douradas e brilhosas, uma vassoura e uma espada, lembranças de uma certa campanha presidencial, símbolos contrastantes e adversos a demonstrarem, juntos, que à felicidade e à harmonia tanto se lhe davam pessedismo ou udenismo ou petebismo, meras siglas acrescidas de um ismo que provavelmente nem mereceriam. O que importava era o rádio a ensinar cantigas.
Uma cantiga era a vida. A Rádio Difusora Brazópolis, sob a direção de João Mário e Fábio, difundia canções pela cidade, por Bom Sucesso, por Luminosa, por Cruz Vera, outro tanto fazendo o serviço de alto-falante do Zé do Tronco, com Samuel Miranda na locução, fazendo rolar em ondas a voz de Nelson Gonçalves até a Estação e o Vargem Grande e modular pela Avenida acima e alcançar o Morro do Cancan, passando pelo Querosene. Que era o Querosene? Fique quieto, Querosene era a zona.
Seu Antônio feliz como um menino: seu sonho pequeno não precisava ir além daquelas colinas, pois que nem o céu, a seu juízo, se situaria acima delas. O céu era ali, onde se encontravam anjos como seus amigos Chico Resende, Cláudio, Lázaro Serpa, Geraldo do Bar, Dedé Cavichi, entre outros ou entre todos.
Entretanto, abaixo da mata progredia o movimento de homens, máquinas e terra.
Deixasse estar, que o trem ainda apitava bonito por sobre a ponte do Vargem Grande. Ninguém fazia caso da saudade que gemia, até porque saudade futura só mesmo se fosse em sonho.
E sonho por sonho, ficava Seu Antônio com o presente e mais bonito. Aos domingos, depois da missa celebrada pelo Padre Quinzinho e do infalível passeio na Praça, em indefinidas voltas em tomo da igreja. Dona Nica sempre urdia uma comidinha diferente: ora um arroz de Braga, ora uma macarronada acompanhada de um tutu de feijão; ora um pastel, de forno ou frito, ora uma pizza, iguaria nova ensinada por Dona Miquelina. Expedito estava sempre pronto a fornecer um lombo de porco caprichado e anotado na caderneta para ser pago no fim do mês. Às vezes se revezavam as casas, os fogões e as mesas de Seu Antônio e de Dona Adolfina para o almoço domingueiro servido a ambas as famílias, reunidas em amiga
comunhão.
E a vida corria feliz. Apenas um porém, pequeno porém, apareceu, um dia: Seu Antônio atentou à figura e às queixas do menino, que se mostrava pálido e pequenino para a idade. Resolveu levá-lo ao médico em Itajubá, médico da Rede e do IAPFESP, apenas por isso procurado na cidade vizinha, já que Brazópolis tinha, como não?, os seus doutores. Foi então que o menino desenvolveu uma paixão antiga, já de há muito aninhada no coração: o amor pelo resfolegar e pelo apito do trem, pela fumaça do trem; pela visão da locomotiva lá adiante, divisada da janela do vagão quando começava a fazer a curva; pelo par de trilhos, lustrados pelas rodas do trem, a ficar infinitamente paralelo para trás e atrás do último vagão sobre as pedras e dormentes; pelas moitas de erva-cidreira ladeando os trilhos; pela sucessão de postes do fio do telégrafo, povoado de tantas andorinhas; pelas cercas de arame farpado, pelos pastos, pelas árvores, pelos mourões, porteiras e currais, pelo gado pastando em paz; e sobretudo por uma certa cascata, a rolar abaixo de um barranco por onde passava o trem. De manhãzinha, as gotículas se levantavam ao cair da água sobre a água. E já os olhos do menino se enchiam d'água, de pura e incontida emoção diante da obra de arte de quem inventara aquelas cercanias de cidade que se chamou presépio. A cascata, ah, a cascata!... Vista do trem era muito mais bonita, ora se era! Ainda mais com aquela moldura de capim e folhas rorejando orvalho colorido pelo sol tímido da manhã...
Depois, a caixa d'água em frente à fazenda do Chiquito Mendonça, onde o trem parava para "beber". Mais adiante, a beleza bucólica de Estação Dias, onde Seu Antônio sempre descia à plataforma para tirar dois dedos de prosa com o amigo Antônio Gomes. A máquina de beneficiar café de Antônio Gomes. Ao lado, um prédio com a inscrição "Leon Israel Agrícola e Exportadora".
O melhor, porém, ainda estava por vir ou por chegar: Piranguinho, onde um pretinho adentrava os vagões com um balaio cheio daqueles cheirosos e bonitos pés-de- moleque, quadradões deste tamanho, juro, tão grandes que só se acabava de comê-los quando o trem atravessava a Boa Vista, já em Itajubá. O menino lambia os beiços e os dedos, antes de absorver-lhes o melado restante com o papel pardo de embrulho com que era servido o doce.
- Nada de mais, não — dizia o doutor dá este fortificante pro menino.
O menino voltava, e ao chegar, de tardezinha, ainda admirava o movimento na plataforma da estação: quanta gente para admirar o trem e ver os passageiros! Rapazes olhando as moças, moças olhando os rapazes nas janelas... O carteiro Pedro apanhando as cartas e encomendas para o Correio... Depois, ainda havia tempo de ver, no treino do Vasco (como não admirá-lo, apesar de o menino ser Flamengo?), Japão, Tó e Pio engraxando a bola no gramado todavia careca do Estádio Ataliba de Morais. E Marcos Manfredini, debaixo da baliza, a voar, qual Constellation local, e conferir todas.
Seu Antônio aviava a receita do médico no Otacílio. Nada, porém, de voltar o rubor à face do menino, que continuava pequeno. Problema de pouca monta, insuficiente para toldar a felicidade de morar em Brazópolis, onde a vida continuava a fluir serena como as águas do Vargem Grande. Apenas, mais idas a Itajubá eram necessárias. E renovava-se a poesia do caminho de ferro, dormentes e paisagens: o menino cada vez mais apaixonado. A figura protetora do pai a conversar no trajeto com o chefe de trem e o guarda-freios... O menino na janela, lasquinhas de amendoim do pé-de-moleque no vão dos dentes, no prolongamento do prazer maior da viagem...
Os médicos, receitas e fortificantes, entretanto, se sucediam, e nada de crescer o menino, ainda muito pálido. Foi então que Seu Antônio mandou às favas os médicos e receitas e fortificantes de Itajubá: "Ora", pensou, "aqui também tem médico, pago uma consulta e pronto, não vai me deixar mais pobre". E pagou. O menino, já então um rapazinho, foi ao Dr. Fernando, de cara comprida e muito magra, careca como o pai. Foi ele que decidiu, examinando:
- Isso só pode ser verme, Seu Antônio. Faz um exame de fezes do menino e me traz aqui o resultado.
O menino, que nunca tinha feito isso, instruído, mas não suficientemente, como se verá, a respeito do que fazer, tratou de arrumar um recipiente. E o que lhe pareceu apropriado foi um tubo cilíndrico de alguma pastilha, algo semelhante à embalagem que hoje se conhece de Cebion ou Redoxon: pois tinha pelo menos a forma do conteúdo que se lhe destinava. Encheu-o. E, acompanhado de Raimundo do Cinema, seu amigo, que, trabalhando à noite, tinha a tarde inteira para folgar, levou continente e conteúdo, ainda quente, ao Posto de Saúde. Zé Victor, todo sorridente, foi logo abrindo. Ora, o conteúdo era tanto que sobrava pela tampa e pelas bordas do continente, emporcalhando-lhe a mão. Ante a instantânea e ruidosa gargalhada
do menino e de Raimundo, Zé Victor, fingindo zanga, mas não podendo, na verdade, conter o próprio riso, observou:
- Que é isso, rapaz? Não precisava disso tudo, não, é só um tantinho, o bastante pra esparramar na lâmina, olha só.
E esparramou, depois de lavar a mão muito bem lavada com sabão e jogar a sobra (veja só!) com continente e tudo pela janela rumo a um mato que vicejava nos fundos do Posto. E chamou o menino para ver no microscópio o resultado:
- O Dr. Fernando acertou na mosca, olha só.
O Dr. Fernando era realmente bom. Tanto tempo atrás de médico de Itajubá, e o santo da terra é que fazia o milagre. Sarou o menino, alguns exames depois (com latinha e quantidade apropriadas, segundo prudente e eficiente ensinamento de Zé Victor, de mão limpa, doravante) e depois de outros dois achados nas lentes do microscópio, outra vez devidamente expurgados pela competência do Dr. Fernando.
Sarou o menino, que adquiriu rubor nas faces e começou a crescer, finalmente. Mas nem por isso deixou de viajar com o pai, a levá-lo sempre consigo nas viagens que fazia a Itajubá, nas folgas semanais. E o amor pelo trem e pela paisagem enraizou-se de vez.
(Continua...)
Escrito no Rio de Janeiro em 2003
11 de julho de 2011
Minha Caixa Surpresa – Lucas Noronha dos Reis
Minha caixa é grande,
É a maior.
Tem Gibis que dão conhecimento.
Tem carinho e amizade,
E um pouco de saudade!
Tem brinquedos diversos,
Poesias e versos,
Tem coisas especiais,
Raiva, jamais.
Terços e um pequeno computador.
Um coração que simboliza o amor
Coisas pequenas, mas que tem um valor muito grande.
Tem meu manual da copa...
Fotos, meu pôster de campeão e momentos vitoriosos.
Alguns momentos tristes e melosos.
Meu boné tricolor,
Desenhos com ou sem cor,
Desenhos completos e não completos.
Meus brinquedos são secretos.
Divisórias para esconder
É a maior.
Tem Gibis que dão conhecimento.
Tem carinho e amizade,
E um pouco de saudade!
Tem brinquedos diversos,
Poesias e versos,
Tem coisas especiais,
Raiva, jamais.
Terços e um pequeno computador.
Um coração que simboliza o amor
Coisas pequenas, mas que tem um valor muito grande.
Tem meu manual da copa...
Fotos, meu pôster de campeão e momentos vitoriosos.
Alguns momentos tristes e melosos.
Meu boné tricolor,
Desenhos com ou sem cor,
Desenhos completos e não completos.
Meus brinquedos são secretos.
Divisórias para esconder
Mas muitas coisas para ver!
O sol nascendo
E um poeta escrevendo.
Meus sonhos da imaginação
Todos em uma caixinha
Em minha mão.
E um poeta escrevendo.
Meus sonhos da imaginação
Todos em uma caixinha
Em minha mão.
Feita em sala de aula pelo aluno Lucas Noronha dos Reis, de 10 anos, filho do médico Elton Reis e da Jornalista Janaína Mendonça dos Reis.
Assinar:
Postagens (Atom)