Sábado, dia 16, completa 40 anos da morte do Monsenhor Quinzinho. Neste dia, às 15h00, no Cemitério Bom Pastor, haverá um terço por sua alma. Todos estão convidados!
UMA PESSOA INESQUECÍVEL
Às seis horas da manhã, tudo envolto em brumas, rangem sonolentas as portas da Matriz e a voz sonora do bronze enche os ares; uma figura magra, vestida de crepe, assoma à porta central. E, às brumas matinais se misturam as brumas de seus cabelos.
Humildemente se afeiçoara ,desde a muito, a esse serviço: primeiro abrir a igreja, depois tanger os sinos, esperando os fiéis para oficializar o ato litúrgico. Que de beleza e misticismo não havia naquelas arcadas de simetria gótica, trescalando a incenso, os vitrais colorido filtrando o sol das manhãs plenas de luz, os brancos cor de ébano, os confessionários, o gesso piedoso dos mártires da Igreja nos respectivos nichos, o carrara dos altares. Sim, o que não representaria tudo isso ao velho Pastor que fizera dali o seu mundo?
Quantas prédicas não fizera, e que não eram senão retratos do seu íntimo desapegado dos bens terrenos, e voltado à misteriosa beleza da Eternidade!
Quantas vezes encilhara a cavalgadura para ir ter a um moribundo distante ou rezar missa numa capelinha longe, bem longe, encravada nessas serras das gerais!
Quantas vezes saíra à frente doa préstitos empunhando no hábito o estandarte de Cristo, e a sua figura franzina se erguia gigantesca.
Quantos por ele não se batizaram, não se casaram, não receberam a unção final, com a mesma voz de sempre, paternal e inalterável.
À gravidade do sacerdote estava o lado anedótico, posto que na vida nem tudo é seriedade, como nem tudo risos.
Convidado a lecionar francês, no primeiro dia de aula uma pergunta capciosa de um aluno parecia desmoronar certa regra enunciada. Respondeu o professor sem titubear : ‘É, você tem razão, mas não sabe que toda regra comporta uma exceção?”
Doutra feita, esqueceu-se de dar a benção final e saiu. Saindo lembrou-se e voltou para encerrar a missa, quando quase todos já haviam saído.
Um pobre bateu-lhe à porta e pediu um par de sapatos. Como fizera anos àqueles dias, tomou do presente que recebera, justamente um par de sapatos, e deu-o ao miserável.
Suas últimas palavras em Brazópolis, quando se preparava para ir à Pouso Alegre, a fim de buscar recursos médicos, pareciam-lhe vaticinar a morte: “Esta é a última viagem que faço”. E, de fato, foi.
A morte colheu-o numa manhã fria de julho, dia 16, com 74 anos de idade e 51 de sacerdócio.
Não desejou nada além de uma morte simples, sem epitáfio.
A alma generosa do povo deu-lhe um túmulo de mármore negro, onde perenemente ardem velas votivas e se pedem graças por intermédio de sua alma que continua esparzindo suas graças e consolando os infelizes.
( Artigo publicado no jornal “Can-Can” em 14.07.1974)
ORAÇÃO PEDINDO A BEATIFICAÇÃO DO MONSENHOR JOAQUIM DE OLIVEIRA NORONHA (Padre Quinzinho)
Ó Deus. que em vossa infinita bondade, inspirastes ao Vosso servo, Monsenhor Joaquim, santo sacerdote, um grande desejo de perfeição e o cumulastes de tantas graças, concedei-me imitar sua ardente devoção ao Sagrado Coração de Jesus, seu espírito de sacrifício, seu zelo pelas Vocações Sacerdotais, seu amor à Igreja e a Jesus Eucarístico e, especialmente, sua devoção filial à Maria Santíssima.
Senhor, nós vos pedimos, que ele seja glorificado pela Santa Igreja e que, por sua intercessão, possamos alcançar as graças, que solicitamos.
Por Jesus Cristo, Vosso Filho e Senhor Nosso, na unidade do Espírito Santo.
Amém.
Sagrado Coração de Jesus, eu tenho confiança em Vós!
Doce Coração de Maria, sede a nossa Salvação!
Pai Nosso - Ave Maria - Glória ao Pai.
(+João Bergese, Arcebispo Metropolitano de Pouso Alegre - MG)
Um comentário:
Assim contam. Devoto de nossa senhora do Carmo , dia 16 de julho, todo ano ia até igrejinha situada perto do capote, e não é que quando ele morreu, o carro que o estava trazendo quebrou na porta da Igreja. Teriam que trocar de carro, levaram- no para dentro,e não é que instantes depois o carro funcionou, parece que nossa senhora o chamou para se despedir.
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