20 de Novembro é o Dia
Nacional da Consciência Negra. É o momento de celebrar a memória Zumbi dos
Palmares e sua esposa Dandara, herói e
heroína do povo brasileiro. Mas acima de tudo é um dia de reflexão e busca de
novas formas para enfrentar o racismo que, infelizmente ainda hoje dificulta e
tira a vida de mulheres e homens em todo o país.
A data foi escolhida por coincidir com o dia
da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
Zumbi dos Palmares é um
conhecido líder quilombola. Sua história começa em 1655 com seu nascimento em
Alagoas, em um dos mocambos de Palmares. O seu nome vem do quimbundo “nzumbi”,
e quer dizer “duende” (no Brasil, a tradução também é interpretada como
“fantasma”). Com apenas sete anos, em 1662, Zumbi é capturado por soldados e
entregue a um padre (Pe. António Melo) que torna-se responsável por sua
formação. Batizado na igreja Católica como Francisco, ele ajudava nas missas
além de estudar Português e Latim.
Aos quinze anos, em 1670,
Zumbi foge para o Quilombo de Palmares onde obtém reconhecimento pelas suas
habilidades marciais. Com apenas vinte anos (1675) já é um respeitável
estrategista militar e guerreiro, atuando na luta contra os soldados do
Sargento-mor Manuel Lopes.
Em 1678 o líder de
Palmares, Ganga-Zumba, é chamado a negociar com o governador da Capitania de
Pernambuco (Pedro de Almeida). A proposta do governador consistia em dar
liberdade para os negros do Quilombo de Palmares perante a submissão à Coroa
Portuguesa. Ganga-Zumba aceita, mas Zumbi vai contra essa decisão alegando que
não se podia dar a liberdade somente ao povo de Palmares havendo ainda milhares
de outros negros sendo escravizados. Por este ato, Zumbi se torna o novo líder
de Palmares.
Notando a dificuldade de
derrotar o quilombo, contrata-se o bandeirante paulistano Domingos Jorge Velho.
Com o apoio do governo, Jorge Velho e seus homens rechaçam Palmares e ferem
Zumbi, que consegue fugir. Um ano depois, ao dia 20 de novembro de 1695, Zumbi
é delatado por um antigo companheiro – após localizado, ele é preso e degolado.
Primeira e única
mulher de Zumbi, princesa de Palmares e mãe dos três filhos de Zumbi: Motumbo,
Harmódio e Aristogíton. Dandara era guerreira valente e auxiliou muito Zumbi
quanto às estratégias e planos de ataque e defesa de Palmares.
Dandara foi uma das provas reais da inverdade
do conceito de que a mulher é um sexo frágil. Quando os primeiros negros se
rebelaram contra a escravidão no Brasil e formaram o Quilombo de Palmares, na
Serra da Barriga, em Alagoas, Dandara estava com Ganga-Zumba. Participou de
todos os ataques e defesas da resistência palmarina. Na condição de líder,
Dandara chegou a questionar os termos do tratado de paz assinado por
Ganga-Zumba e pelo governo português. Posicionando-se contra o tratado, opôs-se
a Ganga-Zumba, ao lado de Zumbi.
Dandara se matou
jogando-se da pedreira mais alta de Palmares, que ficava nos fundos do principal
mocambo - a Cerca dos Macacos - quando da queda do Quilombo de Palmares para
não voltar à condição de escrava.
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