Um
sacerdote que viveu seus últimos anos na minha terra, e que lá faleceu, com
quem realizei meu primeiro estágio pastoral ainda seminarista, afirmava que a
vida do padre era muito mais cheia de alegrias do que qualquer outra vida na
paróquia.
Pois,
não é que é verdade mesmo! Desde o mês de maio tenho vivido tantas emoções e
alegrias, que a velha teoria do velho pároco pode ser erigida em quase lei.
Vejamos algumas.
A
primeira foi a realização do Bote Fé na praia de Icaraí, no Domingo de
Pentecostes. Observem a data: Domingo de Pentecostes! Quanta gente! Que
numerosa participação! Acolhemos os símbolos da Jornada Mundial da Juventude: a
Cruz e o Ícone de Maria, plantados firmes no coração da juventude pelo saudoso
e querido Beato Papa João Paulo II e que, desde então, tem produzidos frutos e
mais frutos. Naquele dia, foi lançada a campanha para a construção da Nova
Catedral de Niterói: uma obra de fé. A catedral de uma diocese é a igreja-mãe,
a casa para onde nos voltamos e para onde voltamos para esquentar o nosso
coração na lareira da fé.
No
encalço dessa primeira alegria, aconteceu a visita dos símbolos da JMJ aos 14
municípios da Arquidiocese, um momento intenso de evangelização, de
demonstração da nossa unidade em torno da mesma fé e dos mesmos incansáveis
símbolos, ao redor dos quais e por causa dos quais cristãos-católicos em todos
os séculos viveram suas vidas e morreram suas mortes. A cruz e o Ícone de Maria
são mais que símbolos da JMJ: são símbolos da fé, da esperança e da caridade.
Daquela cruz vazia, Cristo nos envia uma mensagem de duradouro realismo: Eu
estive ali. E não foi por mim, foi por você. Daquele ícone, daquele quadro, a
Mãe e Senhora de todas as solicitudes, também nos manda uma mensagem de igual
realismo, mas de doce conforto: Eu também estive lá – diz ela. E também não foi
por mim. Foi por Ele e por você.
No
domingo da Santíssima Trindade, na sequência das maravilhas de Pentecostes,
aconteceu-me a primeira grande experiência de presidir a ordenação de um bispo.
Dom Marco Aurélio Gubiotti, do qual eu fui reitor, foi eleito para a Diocese de
Itabira e Coronel Fabriciano. Ele, além e antes de tudo, é um amigo, um grande
amigo. Desde seminarista eu o admirava como uma pessoa completa: bom de estudo,
bom de esporte, bom de devoção, bom de coração. Parabéns ao centro-norte do
estado de Minas Gerais, que recebe esse presente das mãos de Deus.
Amigos,
irmãos, irmãs: é muita alegria numa época só! Como agradecer a Deus a
maravilhosa celebração da Solenidade de Corpus Christi em São Gonçalo e
Niterói! Que momentos de riqueza espiritual! Em Niterói, a bênção do
Santíssimo, ao final da procissão, deu-se no terreno onde será construída a
Nova Catedral. Ali, naquele momento, eu pedi a bênção de Jesus para todos os
que vão colaborar e trabalhar nessa obra de fé. Quando Jesus Sacramentado,
presente e vivo na sua Presença Real Eucarística atravessava os tapetes
confeccionados com amor, quando Ele presenciava os testemunhos de fé e gratidão
à sua Divina Presença, enquanto visitava mais uma vez nossas ruas e a frente de
nossas casas, eu pensava: O que vai pelo Coração de Deus? Mas, como sou
pequeno! Quem pode saber o que se passa no Coração Deus? Só, mesmo, Deus!
O
Sagrado Coração de Jesus foi também – e tão bem – celebrado na semana seguinte.
Estive no Seminário para a Hora Eucarística pedindo, com a Igreja em todos os
cantos do mundo, pela santificação do clero. Obra urgente, urgentíssima. Sem um
clero íntegro e santo, a própria obra da Redenção trazida por Cristo recebe
severos abalos, como ondas “tsunâmicas” que ameaçam varrer a História da Igreja
tecida por mártires e confessores, virgens e santos, mães e pais de família, em
seus mais de vinte séculos de existência. Rezem, rezem e rezem pela
santificação do clero. Empenhem-se, irmãos e irmãs! Disso depende uma grande
parcela do patrimônio da Fé que vocês deixarão à sua posteridade natural e
espiritual.
Reservei
uma alegria pessoal para terminar a nossa conversa de hoje. Quando fui nomeado
Arcebispo de Niterói, meu pai me falou que o médico que havia feito o parto de
minha mãe era de Niterói. E meu pai, justiça seja feita à capacidade da sua
memória, se lembrava até do nome. Entrei em contato com Dr. Valdenir de
Bragança. Pedi que ele procurasse se informar sobre o médico. Imaginem o que me
aconteceu! Ele o encontrou. E o levou em minha casa. No dia 31 de maio, veio me
visitar Dr. Paulo de Miranda Bastos, médico aposentado, residente em Niterói.
Foi ele quem fez o parto de minha mãe, para eu nascer. Imaginem o tamanho da
emoção e do carinho partilhados. Obrigado, Dr. Paulo. Estamos hoje aqui, nós
dois, para a glória de Deus.
No
dia 10 de junho, recebi o título de “cidadão gonçalense” em São Gonçalo. Ao
povo carinhoso e feliz de São Gonçalo, que sempre me acolhe com alegria, meu
carinho, meu obrigado, meu coração em festa.
No
dia 15 de junho, tive a alegria de ordenar três novos padres para a
Arquidiocese. São eles, Pe. Júlio Cesar, Pe. Angelo e Pe. Alex. Mais três para
o serviço integral do Reino de Deus. Mais três para serem incluídos nas suas
orações e no seu carinho. E no dia 22 de junho, ordenei dez novos diáconos
permanentes. Mais dez operários do Reino, que saíram de seu conforto para se
dedicarem ao trabalho eficaz na igreja. Louvado seja Deus!
Que
meses cheios da presença de Deus! Quanta alegria! Quanta graça! Ajudem-me a
agradecer ao Bom Deus que nunca se deixa vencer em generosidade: quanto mais generosos
formos, mais generoso Ele será. Esse é o jeito de Deus ser Deus. Que o Deus de
Jesus Cristo, que habita em nossos corações pela efusão de seu Espírito seja
cada vez mais louvado, adorado e glorificado, para sempre. Amém.
+
Dom José Francisco Rezende Dias
Arcebispo
Metropolitano de Niterói
Um comentário:
Dom José Francisco, esta chuva de bênçãos que o SR tem recebido é presente de Deus, pois como São Francisco de Assis ,até o seu silencio evangeliza.
Postar um comentário
Obrigada por dar a sua opinião.
Elogie, critique, mas faça isso com educação.
- Comentário com palavras de baixo calão será excluído.