O evento aconteceu no dia 04 de julho de 2012, às 12h, na Câmara Municipal de Piranguinho, com a presença de grande numero de
autoridades.
Piranguinho pertence à comarca de Brazópolis, é o novo
beneficiado do projeto Justiça Itinerante, instituído pelo Tribunal de Justiça
de Minas Gerais (TJMG) e vinculado à 3ª Vice-Presidência e à Assessoria de
Gestão da Inovação (Agin).
Os trabalhos
na cidade serão às quartas-feiras, de 12
às 18h, quando se realizarão audiências de conciliação, instrução e julgamento
da Justiça comum e dos Juizados Especiais. Serão incluídos, ainda, casos de
pessoas que cumpram liberdade condicional, sursis ou que tenham suspensão
condicional do processo.
De acordo
com a juíza Letícia Drumond, a Justiça Itinerante só pôde ser viabilizada
devido a parcerias. “O espaço e todo o suporte material foram providos pela
Prefeitura Municipal e pela Câmara de Vereadores, que custeiam também despesas
com transporte e alimentação. O Ministério Público (MP), a OAB, as Polícias
Civil e Militar são outros colaboradores.”
A equipe é
formada por um juiz, um promotor, três serventuários da Justiça (um deles,
oficial de justiça), um estagiário do TJMG, um oficial do MP, dois defensores
dativos e uma servidora do Município. Como a comarca ainda não tem Defensoria
Pública, os advogados dativos promovem a assistência de pessoas carentes também
nos dias de expediente em Piranguinho.
Participação
da comunidade
Comemorando
a inauguração de um posto de atendimento da Justiça Eleitoral, a magistrada diz
esperar que os moradores do município sejam atendidos sem precisar se deslocar
até a sede da comarca, Brazópolis.
Dra. Letícia
Drumond enfatizou que foi surpreendida pela intensa participação da comunidade
de Piranguinho no Juizado Especial Itinerante. “Nas audiências, o salão fica
quase totalmente ocupado, principalmente quando se trata de processos
criminais. Muitos comparecem apenas para assistir aos julgamentos; entidades
beneficentes que recebem prestação pecuniária ou serviço comunitário acompanham
os feitos e dão informações sobre o cumprimento das penas; já os profissionais
do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), um assistente social e um
psicólogo, orientam o juízo nos casos em que há necessidade de tratamento para
dependência de drogas ou álcool. O Juizado Especial Itinerante, em pouco tempo,
aproximou a população de Piranguinho do Judiciário, o que, a meu ver, significa
importante exercício da cidadania”, conclui.
Desafios
A motivação
da juíza foi a experiência bem-sucedida dos Juizados Especiais Itinerantes
(JEI) em outras comarcas. “O êxito do JEI de Piranguinho, iniciado em janeiro
deste ano, a calorosa acolhida da população e o extraordinário apoio do
Executivo e Legislativo locais apontaram a possibilidade de ampliação do
atendimento aos jurisdicionados, por meio da implantação da Justiça
Itinerante.”
Entre as
dificuldades enfrentadas em municípios pequenos como Piranguinho, a magistrada destaca
a ausência de infraestrutura para aplicação de medidas protetivas e
socioeducativas na infância e juventude, principalmente em relação às drogas.
Ela explica que não existe política pública para o tratamento de dependentes
nem leitos em hospitais destinados a isso.
“Diariamente
crianças e adolescentes praticam atos infracionais em razão do uso de drogas e,
nesse caso, nenhuma das medidas previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente surte efeito senão aplicadas cumulativamente ao tratamento da dependência.
Poucas clínicas de recuperação no Estado aceitam menores e, ainda assim,
somente em caso de internação voluntária”, avalia.
Na comarca
de Brazópolis, menores nesta situação recebem tratamento ambulatorial no
Serviço de Saúde Mental do Município e, quando maiores de quatorze anos, são
encaminhados para colocação no mercado de trabalho em vagas de aprendizes nas
fábricas e empresas locais.
Outras ações
Além da
iniciativa da Justiça Itinerante, duas ações prometem melhorar as condições de
vida na região. A Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de
Brazópolis, que aguarda instalação, atualmente providencia formalização de
termo de cooperação mútua com a Apac de Itajubá: os presos de Brazópolis que
apresentem condições de serem admitidos no sistema serão encaminhados para a
cidade vizinha.
Brazópolis,
por outro lado, possui abrigo destinado ao acolhimento de menores em situação
de risco para crianças de zero a 12 anos com imóvel próprio. “A instituição,
administrada por voluntários dedicados que fazem um belo trabalho, dispõe de
boa estrutura e, por isso, acolhe crianças de diversas comarcas da região,
mediante convênio com outros municípios”, relata a juíza Letícia Drumond.
Fonte: http://www.tjmg.jus.br
Quero
aproveitar a matéria para agradecer à Juíza Dra. Letícia Drumond, pelo convite
para participar do evento, mas por motivos de doença não pude comparecer.
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