TEMPO I
Brazópolis
Cidade que era:
No verde da mata
No jardim da praça
Cidade Presépio!
Na ladeira e travessa
Na gente sem pressa
Cidade Presépio!
No planger dos sinos
No sorriso dos meninos
Cidade Presépio!
Em “Caetano” o santo padroeiro
No Can-can pico altaneiro
Cidade Presépio!
Nos versos dos provadores
Nos jardins cantos de flores
Cidade Presépio!
TEMPOII
Brazópolis, onde estás?
Exclama a memória de um coqueiro abatido
O vazio de uma árvore que foi vida
A saudade de um coreto hoje história...
Brazópolis, onde estás?
Soluça o pranto de um verde que foi Mata
A solidão de um “Vargem Grande” que foi Rio
O silêncio frio dos que foram às tumbas...
Brazópolis, onde estás?
Lamenta a tristeza na ladeira do mercado
O ermo dos trilhos em fuga da Estação
O fantasma de um apito que se emudece na “Curva da Loba”...
Brazópolis, onde estás?
Indaga num monólogo a moça na janela
Em seus passos lentos o homem pela calçada
Em suas ave-marias a beata aos pés do altar...
Brazópolis, decantada Cidade Miniatura
Da Terra de Santa Cruz
Hoje, um parque se faz numa praça
Graças a estupidez de um alcaide,
Noutra, o trem de ferro já não passa
Por ordem da insensatez dos governantes...
Hoje, árida urbe sem graça
Até onde?
-Pólis, Vila - Braz
Brazópolis, Não Mais!!!
(Belo Horizonte - 1991)
MAURÍCIO BRAGA DE MENDONÇA, nasceu em Brazópolis. Filho de João Cândido Mendonça e neto de Martinho Braga de Mendonça,
bacharelou-se em Direito pela PUC de Belo Horizonte. Aprovado em Concurso Público foi nomeado Promotor de Justiça e então promovido, por merecimento, para o cargo de Procurador de Justiça.
Pertenceu ao Conselho Superior e Câmara de Procuradores do Ministério Público de MG. Foi Sub-Corregedor junto a Corregedoria Geral do Ministério Público de Minas Gerais. Aposentou-se na carreira em 2003. Exerceu o magistério em Governador Valadares, sendo Professor Universitário na FADIVALE.
Sempre ligado à arte e literatura, participou, quando universitário, do grupo teatral “Teatro de Comédia” em Belo Horizonte e foi componente dos Corais “Júlia Pardini” e “Coral Universitário”- da UFMG, participando ainda do Coro da Igreja de Santa Helena.
É membro da Academia Valadarense de Letras –AVL – de Gov. Valadares-MG.
Suas produções literárias abrangem a prosa e verso. Possui crônicas e poemas publicados em vários jornais de Brazópolis, São Lourenço, Governador Valadares e Belo Horizonte.
Lançou o Livro: “Ministério dos Causos Públicos”- coletânea de pequenas histórias (causos) no âmbito do mundo jurídico; pela Academia Mineira de Leonísmo, participou dos Cadernos da Academia, vols. 01 e 02.
Participou da 1ª e da 2ª Antologias Poéticas, lançadas pela Academia Valadarense de Letras e da Antologia Poética das Cidades Brasileiras. Participa desde a sua criação, em 1983, da Revista Jus Literária – da AMMP- Associação Mineira do Ministério Público , em Belo Horizonte. Reside atualmente na cidade de Belo Horizonte. Dr. Maurício tem inúmeros poemas dedicados à sua Terra Natal, da qual fala com saudades em seus versos.
2 comentários:
Dr. Mauricio pela sua influencia que demonstra no seu curriculo, como deixamos nosso Braz ficar nos confins da solidão, só na memoria ? Que tristeza, eu não tive forças pois não sou nenhum politico de presença, mas deixo tambem meus versos e musicas como recordação !
não tem como voltar ? O braz é o que foi, não tem como voltar, resta a nova geração resgatar o que perdemos : música ao vivo, como serenata, bandas nos bares, nas praças, teatro ao vivo, cinema , grandes shows ao vivo, teatro de bonecas e maireonetes, e muito mais ?
É isso aí moçada ?
Uma andorinha sozinha não faz verão, é fácil criticar quando se está de fora, quero ver criticar estando sozinho em uma luta onde a voz da minoria não ecoa!!!!!!
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