Quando chamamos alguém de “Anta”, nos
referimos ao animal porque, quando ameaçado, abaixa a cabeça e sai correndo sem
rumo dando de encontro com arvores, pedras, paredes etc.
A palavra
anta veio do árabe lamta, entrou em nosso idioma através do espanhol ante, é um
mamífero sul-americano que pode atingir 1,80m de altura e até 2 metros de
comprimento (na ficção geralmente é bonitão, tipo príncipe encantado, cabelo
bem penteado, perfume importado, roupa alinhada, relógio rolex no braço, caneta
Montblanc e demais acessórios). Foi descoberto na América do Sul no alvorecer
do século XVI.
O primeiro
argumento para se chamar alguém de anta é Biológico, sua gestação dura 14
meses. Talvez a duração da gravidez, uma das maiores entre os mamíferos, tenha
servido para engrossar o caldo dos insultos. É o mesmo caso do burro. Do
cruzamento do jegue e da égua, ou do cavalo e da jumenta, nascem burros e
mulas. E a gestação é mais longa. Por insondáveis motivos inconscientes,
acabamos achando que o precoce é mais sagaz. E, por analogia, aquele que demora
um pouco mais é falto de inteligência. A anta, animal irracional, não é burra
nem obtusa, mas, ao andar na mata, não desvia de sua trilha, passa arrebentando
tudo que houver pela frente, porque tem uma pele muito grossa e é grande e
pesada. É até muito agressiva quando se vê acuada. Por isso chamar alguém de
anta, antigamente, significava dizer que a pessoa fazia as coisas
estabanadamente, sem muito jeito, grosseiramente, desastradamente.
O segundo
motivo é basicamente cultural, a anta antigamente indicava pessoa sagaz,
esperta, mas depois o vocábulo passou a sinônimo de tolo, como aconteceu a quem
habitava a aldeia, o aldeão. E quem morava na vila, o vilão, serviu para
indicar o covarde, a quem o herói sempre vence. Pobrezinha da anta! Boba, ela
não é! Mas, com a urbanização do Brasil, os caipiras e matutos que conviviam
com a anta no meio rural, passaram a ser concebidos como incapazes
intelectualmente. E para isso quem os ofendia, não se sabe bem por quais
razões, passou a associá-los às antas.
O terceiro
motivo é mais léxico-etimológico, que descreve ANTA como uma sigla: “Alguém
Notadamente Tonto e Abobalhado”. Documentos encontrados demonstram que esse é o
argumento mais anta de todos.
Seja lá como
for, as antas da terra do nunca continuam por aí, quer dizer por lá, mas não se
engane, assim como o animal, as antas imaginárias do país das maravilhas, são
grandes, fortes e tem a pele grossa para passar por cima de qualquer um. Por
sinal, é isso que mais fazem, passar por cima dos outros.
Outro dia
fiquei sabendo por meio de um sonho utópico e delirante que uma anta imaginária
ficou sabendo, por outra anta imaginária, de um problema lendário, de alguém do
país das maravilhas, ao invés de ligar para a pessoa, para saber qual era de
fato o problema, e para oferecer ajuda, a anta, maliciosamente, ligou para seus
outros amigos antas e contou para todos sua própria versão da história. Sim,
versão, pois no país das maravilhas, lá na terra do nunca, quem conta um conto,
diferente do mundo real, aumenta um milhão de pontos.
Então, a
anta imaginária, queimou o alguém, fritou-o na frigideira das vaidades, e o
coitado ficou com a orelha ardendo de tanto que a anta falou mal dele, mas
enfim, esses são os comportamentos das antas. Segundo alguns anta-logistas as
antas têm esse comportamento, pois gostam de ser maiores e melhores que os
outros e fritando alguém, elas se acham melhores e maiores que esse alguém.
Não se deixe
enganar, mesmo na terra encantada, a anta imaginária apesar de ser um animal
com cara de manso, é só a cara, com é natural das antas, elas te elogiam pela
frente, mas, te atropelam por trás. Um certo dia desses, num devaneio quimérico
conversei com uma anta, para pedir ajuda e ela me disse: “Filhão, fique
tranqüilo, tudo que eu puder fazer para ajudá-lo eu farei, estou do seu lado,
quero o melhor para você...”.
Passado o
tempo prometido, a ajuda não veio, entrei novamente em um certo transe
imaginativo e no telefone encantado da terra do nunca liguei para a anta, e ela
me disse: “filhão, eu não te prometi nada, veja bem, estou muito ocupado agora,
posso te ligar depois? O que foi mesmo que você diz que eu teria te prometido?
Tem certeza que foi comigo que você falou?”. O problema é que, o “depois”, na
terra do nunca, nunca chega, e as antas têm um sério problema de amnésia,
principalmente quando a ajuda envolve usar sua influência.
Por falar
nisso:
Era uma vez,
numa galáxia muito distante, dentro da minha imaginação, num país imaginário
chamado Gringolândia, em uma cidade cavada por uma minhoca, dentro de uma maçã,
um rei anta intergaláctico, de outro mundo, organizou um castelo encantado,
para dar credibilidade internacional a sua antolice, e colocou uma de suas
antinhas em treinamento para administrar o castelo.
O problema é
que os refugiados do castelo encantado foram para a Gringolândia entrando de
gaiato no navio com o objetivo de invadir sua praia, quer dizer a praia deles,
esses gaiatos são advindos de algum país tropicaliente emergente, a
Jeitinholândia, não que isso seja estranho, pois na Gringolândia é o que mais
tem, o problema é que gaiatos, são ilegais (se é que isso quer dizer alguma
coisa?), e a anta ao invés de incentivá-los a voltar para a Jeitinholândia, os
aceita livremente no castelo encantado, com se o passaporte e o visto da
Gringolândia fosse mero conto de fadas!!! E não é???
Bom, agora
que já sai da terra da fantasia e voltei ao mundo real, fico feliz de ver que
as antas daqui, são animais irracionais, não falam, não são trambiqueiras, não
são famosas, são feias e até são meio desconhecidas do publico em geral. Ufa!!!
Ainda bem, toda vez que caio na real fico mais tranqüilo por saber que tudo
isso é fruto da minha fantasiosa imaginação. Ou será que não? Isso, nem Freud
explica!!!
Creuse P. S.
Santos
A anta é um
animal solitário que precisa de grandes áreas para viver. É o maior mamífero
terrestre da América do Sul.
Porque
chamam as pessoas idiotas de ANTA, se ela é um dos bichos mais inteligentes?
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