Este era o slogan com que foi batizada a nossa querida emissora
de rádio, a primeira a se ouvir em nossa terra e adjacências. Ela nasceu no
florir da década de 50, no século passado. O saudoso Déo ( Deoclécio Campos Caridade)
registra muito bem através das páginas do livro “Brazópolis – Cem anos de
Emancipação Política”, publicado pela “Academia Brazopolense de Letras e
História -ABLH- 2001”, a História da “ZYV 26”.
O acadêmico faz lembrar uma
curiosidade, como a Rádio era conhecida
quando principiou a funcionar, ainda em caráter experimental. Por estar
instalada em um prédio na praça da matriz, tendo os seus alto-falantes presos
no alto do velho e solitário
coqueiro, o povo logo apelidou a emissora de “Rádio Coqueiro”.
Após obtida a
necessária licença, foi a emissora inaugurada ,em 14 de julho de 1951 ,
passando a funcionar como a: “ ZYV-26, Rádio Difusora Brazópolis, operando em
1110 quilohertz”.
A Rádio,que no
início esteve instalada em diversos
locais ,fixou-se finalmente em prédio próprio, no alto da Av. Pedro Rosas ,
próximo ao Hospital São Caetano.
Seus primeiros
locutores foram: Deoclécio Campos Caridade
(o sempre chefe do grupo), Lafaiete Rezende (filho do conhecido farm. Francisco
Rezende), o Geraldinho Gomes bastante conhecido (filho do Sr. José Aniceto
Gomes e um dos integrantes do grupo de pioneiros ) e José Luis Oliveira, o
popular Ito ( filho do comerciante Agenor Oliveira) . Pouco depois a eles se
juntava o Antônio Gomes ( o Toninho
seleiro).Após alguns meses , com a saída de Geraldinho, envolvido na política
local, Lafaiete, que voltara às suas atividades de viajante comercial, e o Ito,
que mudara com a família para Belo Horizonte, a emissora recebia uma leva de
jovens locutores: Romualdo Dotta, Francisco Sandy, Higino Lázaro, Guilherme
Gomes e este modesto escriba.Na mesa de som atuaram: Higino , Marcelo Souza
Cruz, ( Marcelão), Augusto Carvalho, Mauro Mendes, Paulo Mendes, José Vicente Mendes e outros mais que peca
minha memória por não mais lembrar seus nomes. Houve um tempo em que a Rádio
esteve funcionando em uma das dependências da residência do João Mário
Mendonça, o notável “Menestrel”, que juntamente com o Fábio Faria Gomes assumira a direção da emissora por um curto período até dar-se o
encerramento de suas atividades e mais tarde ser vendida a terceiros. .
Sobre o inesquecível
Ito de Oliveira, um dos primeiros locutores, há um fato curioso que não deve
ser esquecido. Amante do esporte,
principalmente o futebol.Ali na rádio ele criou um programa diário de 5 minutos,
e não mais,de notícias do esporte.Era “O Bola na Antena”, onde ele divulgava
notícias do futebol, principalmente, de times paulistas e cariocas, pois sendo
nossa região, próxima a esses dois grandes centros brasileiros,Rio e São Paulo,
seus clubes gozavam ali de grande
prestígio. As vezes, o Ito levava a aparelhagem radiofônica para o estádio
municipal “ Dr Ataliba”, a fim de transmitir um jogo de importância para a
cidade. Ele era o locutor esportivo e fazia muito bem suas transmissões, nada
devendo aos locutores das capitais. Com sua saída o “Bola na Antena” murchou,
Toda essa
história sobre a saudosa emissora cuja narração do livro não está completa, é
para , lembrarmos das “pérolas”, ou seja, as “gafes e causos”que em seu
microfone nasciam. O primeiro fato curioso, e por que não incrível, foi quando
a rádio funcionava próxima ao hospital. Era num modesto galpão, muito precário,
situado praticamente num grande terreno que servia de pasto a eqüinos,
puxadores de carroças.Em seu estúdio havia uma peça de de ferro em forma de
panela tirada de uma roda de caminhão onde com um pequeno porrete ali vibrando
produzia-se um som semelhante ao sino. Era o marcador de horas.Uma bela tarde,
o locutor , ao tentar dizer a hora certa
no microfone: “Em Brazópolis são tantas horas...” tentou soar o tal “gongo”
quando foi surpreendido com o relincho
de um burrico que ali adentrava no exato instante,!! Foi, afinal, o asno responsável pela informação da hora..!?.; _ O locutor, que
“distraído” foi anunciar a música a ser transmitida leu: “Ouçamos agora
com a famosa Emilinha Borba o bonito bolero:”Iaá iaá com Dios!?!”- nome correto: “Vadya con Dios”; _ Num outro
momento o locutor anuncia:Agora ouçamos com o Trio Los Panchos o notável bolero:
“Cuícas,Cuícas,Cuícas”!?! – tratava-se do conhecidíssimo “Quizás, Quizás, Quizás”.
_ Na propaganda comercial, o locutor, na sua empolgação ao ler o texto, leu: “A
Casa X..comunica a sua distinta freguesia
que recebeu um novo estoque de peças de “Lingieri” !? Lera truncadamente
e no seu português a palavra francesa:LINGERIE. _ Na propaganda
aos fazendeiros, o locutor avisa:” “Atenção senhores fazendeiros e sitiantes: A
Casa do Fazendeiro lembra aos seus fregueses que acaba de receber os afamados
“Milhos Ibríiiiidos”!!!. Ele queria dizer “Milho HÍBRIDO”; _ Aquele
locutor não dispensava uma cerveja, e quando foi anunciar o produto, “Fogos
Caramurú”, simplesmente falou, empunhando sua latinha de cerveja que estampava uma
cara de boi: “Se não tem a cabeça de touro, não é a legítima “cerveja
Caracu”!!?!A propaganda correta deveria ser: “Se a embalagem não traz a cabeça de índio não é
Fogos Caramurú”!!!
Estas e muitas
outras histórias são contadas no tempo que o próprio tempo levou. Aquela turma alegre que vivenciou a querida
ZYV – 26 nos anos que fizeram a década de 50, no sécuo XX, em poucos anos se
dispersou, seguindo cada qual a sua estrada e seu destino a procura da
realização de seus sonhos . A maioria ficou pelos caminhos, encantados,transformados em suaves e
gostosas lembranças que a imensa saudade não mata jamais.
Meu caloroso
abraço aos remanescentes de nossa saudosa Rádio Difusora de Brazópolis . Voltarei outra vez.
Maurício Braga de Mendonça
Belo
Horizonte _ 2012.
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