Brazópolis
não é um município somente dotado de empolgantes cenários da natureza, com suas
serras gigantescas, com seu Pico do Can-Can, a nos fazer lembrar o Pão de
Açúcar, com suas terras fertilíssimas, com seu clima admirável, com sua
população laboriosa e hospitaleira.
É abençoado
rincão do Sul de Minas, onde sempre se destacaram cultores da Arte, na poesia e
na música.
Vamos falar,
nestas linhas despretensiosas, sobre uma legião de artistas brazopolenses do
presente e do passado.
Criaturas
humanas nascem predestinadas para a vida artística. Muitas aperfeiçoaram as
suas vocações naturais. Muitas passam pela existência ignoradas e inúmeras
lutando com a pobreza nem conseguem se destacar no panorama social.
Entre os
cultores das musas em Brazópolis destacamos Mário Silva, tão cedo roubado do
convívio de seus entes queridos, deixando-nos belíssimos sonetos; Alfredo de
Noronha, escrivão criminal e exímio poeta, autor de lindas trovas que nos fazem
lembrar o imortal vate mineiro Belmiro Braga; Martinho Braga Mendonça, autor de
inspiradas composições e que colaborou em vários jornais; Benedito faria de
Souza, Presciliana Lopes Ferraz de Barros, Heitor Silva, Manoel Noronha, José
Alfredo Gomes, Antonio Martins, Afonsa Lisbôa, Antonio de Oliveira Noronha,
Domingos Cipresso Filho, autor do belo soneto “Predestinação” e tantos outros.
Entre as
brilhantes pianistas de Brazópolis, destacam-se as professoras D. Assunção
Braz, Lurdes Vergueiro. D. Francisca Faria, D. Doca Schumann, as senhoritas
Regina Rosa e Maria Alba Mendonça, duas jovens de grande futuro na arte
musical.
Destacam-se
ainda: Sra. Regina Brito Murad, acordeonista; Antônio Noronha, bandolinista,
Benedito faria e Souza e Ozório Mello, violinista; Srtas. Erezinha Noronha e
Sylvia Noronha e D. Onofrina Vieira, declamadoras; Dodora Cintra, desenhista e
pintora.
Como
cantoras destacam-se as professoras D. Georgina de Oliveira, D. Judith Gomes,
D. Yolanda Chaves, Srtas. Sonia Chaves, Jandira Lôbo, Margarida Peixoto,
Vicentina Peixoto, Nazaré Gonzaga, Zélia Carvalho, aparecida Faria, Dalva
Mello, Neuza Vichi, Maria Lúcia Rezende e muitas outras.
Entre nossos
músicos desaparecidos na foragem da morte, merece especial destaque o Maestro e
compositor João Noronha, que entre outras páginas inesquecíveis nos deixou a belíssima
valsa “Canto DÁlma”, que tivemos o prazer de ouvir, executada ao piano pela
jovem brilhante musicista Maria Alba. Ela também executou um belo tango
“Amargura”, escrito por seu pai Valdemar Mendonça, outro inspirado compositor
brazopolense.
Entre os
artistas do passado teve também ser destacado os nomes de José Bento, que
tocava todos os instrumentos e foi regente de uma de nossas bandas musicais.
Deve ser
evocado também o nome do maestro João Paulino, famoso clarinetista, que foi
regente da Banda santa Cecília. Depois da morte de Paulino, João Noronha passou
a reger a aludida banda.
O maestro
João Noronha foi funcionário municipal e pertencente à tradicional família
Noronha. Era muito estimado e dizem que nunca teve indisposição com ninguém...
Era um bom homem além de bom maestro.
Ótimo
musicista foi também João florindo que era alfaiate e esteve como regente da
Banda “Euterpe São Sebastião”.
O atual
regente da Banda Santa Cecília é o maestro Waldomiro Sebastião da Silva, que
tem se esforçado para manter uma boa ordem àquele conjunto musical. Entre os
novos músicos se destacam Mário dos Santos, Romualdo Dota, João Maria, Juvenal
Pereira e outros valores.
Dentre os
antigos, recorda-se também José Antonio dos Santos, que era conhecido por José
Sapo, que tocava quase todos os instrumentos.
Outro
musicista foi José Joaquim Bento. Era flautista e tipógrafo.
Deve ser
lembrado também o nome do Dr. Elzio Dias, clarinetista, compositor e
engenheiro, irmão de Jeferson Dias.
Temos ainda
um homem modesto e simples cuja voz chama a atenção quando canta nas missas. É
a voz magnífica de José Benjamim do Carmo, que nos faz lembrar de Frei Mojica
ou a do cantor Pedro Vargas... José Inácio Sandi é também ótimo cantor.
Devemos
anotar nestas linhas o belo “Hino a Brazópolis”, letra de Alfredo de Noronha e
música de Waldemar Mendonça.
Tivemos o
prazer de visitar as Srtas. Regina Rosa e Maria Alba, que nos deliciaram
executando maravilhosas páginas de Beethoven, Chopin...
Estas duas
pianistas extraordinárias são realmente duas glórias fulgurantes para a terra
brazopolense.
Regina fez
seus estudos fora daqui e se revelou verdadeira maestrina. Maria Alba, ainda
muito jovem, na flor da primavera da vida, mas já demonstrou suas qualidades
artísticas. Parece ter nascido para a arte, para a Música e para o
encantamento.
Merecem
louvores estas duas moças que honram sobremaneira o nome glorioso de nossa
terra natal.
Aqui ficam
nossas singelas homenagens aos que, neste rincão de Minas, cultivam a Arte, na
poesia, música e no canto.
Antônio
Braga – Jornal “Brazópolis” – 20 de maio de 1956
5 comentários:
E o Sr José Vilela, não tem espaço neste texto....
Muito bom! Orgulho da minha gente! Quanto ao Anônimo, que se refere ao Sr. José Vilela, considere que esse texto foi escrito em 20 de maio de 1956.Que tal alguém fazer um remake do texto e incluir todos os talentos que surgiram depois?
quarta feira aniversario de itajuba tem chitaõzinho e xoxoro pra todos venham e prestigiem a festa ,chupaaaaa brazopolis
Nossa, que conquista para uma cidade, hein? Chitãozinho e Chororó! Enquanto vcs estão babando com eles, os filhos deles estão estudando nas melhores escolas, viajando pelo mundo e adquirindo o que realmente interessa: Educação e Cultura! Eles tem mesmo é que fazer um belo show pra agradecer tudo o que tem graças a voces.
Ao anônimo do dia 18 de março de 2014 00:08 - Ótimo, belo show pra vocês aí em Itajubá...enquanto isso aqui em Brazópolis, curtimos o melhor Carnaval do Sul de Minas, coisa que vocês nunca terão! Abraço.
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