No próximo dia 29 de junho, Solenidade de São Pedro e São
Paulo, dom José Francisco Rezende Dias, arcebispo de Niterói (RJ), estará entre
os arcebispos do mundo todo que receberão o Pálio das mãos do Santo Padre, o
papa Bento XVI, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
O Pálio é uma espécie de colarinho de lã branca, com cerca
de cinco centímetros de largura e dois apêndices. Nele estão bordadas seis
cruzes. É confeccionado com a lã de dois cordeirinhos, ofertados ao Papa por
jovens romanas, no dia 21 de janeiro de cada ano, data da festa de Santa Inês.
A lã posteriormente é tecida pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa
Cecília, em Roma.
Nos primeiros séculos da era cristã, o Pálio era usado
exclusivamente pelos Papas. A partir do sexto século é que passou a ser usado
também pelos arcebispos metropolitanos. Os pálios são abençoados pelo Papa e
colocados sobre o túmulo do Apóstolo São Pedro, sobre o qual está o altar
principal da Basílica Vaticana. No dia 29 de junho, os Pálios são dali levados
para a celebração eucarística e colocados sobre o colarinho dos novos
arcebispos.
No início de seu pontificado, o papa Bento XVI se referiu ao
Pálio com as seguintes palavras: “tecido em lã pura, que me é colocado sobre os
ombros (…), a lã do cordeiro pretende representar a ovelha perdida ou também a
doente e frágil, que o pastor coloca sobre os ombros e conduz às águas da
vida”. Afirmou ainda, “o pálio diz antes de tudo que todos nós somos guiados
por Cristo (…), ao mesmo tempo convida-nos a levar-nos uns aos outros.” O
simbolismo da lã pura sobre os ombros recorda o Bom Pastor que leva as ovelhas
consigo e, as cruzes bordadas em lã negra lembram as chagas de Cristo e sua
Paixão salvadora.
Cada ano cerca de 35 arcebispos do mundo inteiro recebem o
pálio. Quando retornam para suas arquidioceses, levam não só o colarinho de lã
que lhes foi imposto pelas mãos do sucessor de São Pedro, mas também o compromisso
de traduzir nas atividades pastorais aquilo que esse tradicional sinal
litúrgico representa, isto é, a fé em Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador, o
compromisso de imitar o Bom Pastor, que dá a vida por suas ovelhas, e a
comunhão com a Sé Apostólica.
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