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6 de junho de 2012

ARTISTAS BRAZOPOLENSES - Antônio Braga-1956


Brazópolis não é um município somente dotado de empolgantes cenários da natureza, com suas serras gigantescas, com seu Pico do Can-Can, a nos fazer lembrar o Pão de Açúcar, com suas terras fertilíssimas, com seu clima admirável, com sua população laboriosa e hospitaleira.
É abençoado rincão do Sul de Minas, onde sempre se destacaram cultores da Arte, na poesia e na música.
Vamos falar, nestas linhas despretensiosas, sobre uma legião de artistas brazopolenses do presente e do passado.
Criaturas humanas nascem predestinadas para a vida artística. Muitas aperfeiçoaram as suas vocações naturais. Muitas passam pela existência ignoradas e inúmeras lutando com a pobreza nem conseguem se destacar no panorama social.
Entre os cultores das musas em Brazópolis destacamos Mário Silva, tão cedo roubado do convívio de seus entes queridos, deixando-nos belíssimos sonetos; Alfredo de Noronha, escrivão criminal e exímio poeta, autor de lindas trovas que nos fazem lembrar o imortal vate mineiro Belmiro Braga; Martinho Braga Mendonça, autor de inspiradas composições e que colaborou em vários jornais; Benedito faria de Souza, Presciliana Lopes Ferraz de Barros, Heitor Silva, Manoel Noronha, José Alfredo Gomes, Antonio Martins, Afonsa Lisbôa, Antonio de Oliveira Noronha, Domingos Cipresso Filho, autor do belo soneto “Predestinação” e tantos outros.
Entre as brilhantes pianistas de Brazópolis, destacam-se as professoras D. Assunção Braz, Lurdes Vergueiro. D. Francisca Faria, D. Doca Schumann, as senhoritas Regina Rosa e Maria Alba Mendonça, duas jovens de grande futuro na arte musical.
Destacam-se ainda: Sra. Regina Brito Murad, acordeonista; Antônio Noronha, bandolinista, Benedito faria e Souza e Ozório Mello, violinista; Srtas. Erezinha Noronha e Sylvia Noronha e D. Onofrina Vieira, declamadoras; Dodora Cintra, desenhista e pintora.
Como cantoras destacam-se as professoras D. Georgina de Oliveira, D. Judith Gomes, D. Yolanda Chaves, Srtas. Sonia Chaves, Jandira Lôbo, Margarida Peixoto, Vicentina Peixoto, Nazaré Gonzaga, Zélia Carvalho, aparecida Faria, Dalva Mello, Neuza Vichi, Maria Lúcia Rezende e muitas outras.
Entre nossos músicos desaparecidos na foragem da morte, merece especial destaque o Maestro e compositor João Noronha, que entre outras páginas inesquecíveis nos deixou a belíssima valsa “Canto DÁlma”, que tivemos o prazer de ouvir, executada ao piano pela jovem brilhante musicista Maria Alba. Ela também executou um belo tango “Amargura”, escrito por seu pai Valdemar Mendonça, outro inspirado compositor brazopolense.
Entre os artistas do passado teve também ser destacado os nomes de José Bento, que tocava todos os instrumentos e foi regente de uma de nossas bandas musicais.
Deve ser evocado também o nome do maestro João Paulino, famoso clarinetista, que foi regente da Banda santa Cecília. Depois da morte de Paulino, João Noronha passou a reger a aludida banda.
O maestro João Noronha foi funcionário municipal e pertencente à tradicional família Noronha. Era muito estimado e dizem que nunca teve indisposição com ninguém... Era um bom homem além de bom maestro.
Ótimo musicista foi também João florindo que era alfaiate e esteve como regente da Banda “Euterpe São Sebastião”.
O atual regente da Banda Santa Cecília é o maestro Waldomiro Sebastião da Silva, que tem se esforçado para manter uma boa ordem àquele conjunto musical. Entre os novos músicos se destacam Mário dos Santos, Romualdo Dota, João Maria, Juvenal Pereira e outros valores.
Dentre os antigos, recorda-se também José Antonio dos Santos, que era conhecido por José Sapo, que tocava quase todos os instrumentos.
Outro musicista foi José Joaquim Bento. Era flautista e tipógrafo.
Deve ser lembrado também o nome do Dr. Elzio Dias, clarinetista, compositor e engenheiro, irmão de Jeferson Dias.
Temos ainda um homem modesto e simples cuja voz chama a atenção quando canta nas missas. É a voz magnífica de José Benjamim do Carmo, que nos faz lembrar de Frei Mojica ou a do cantor Pedro Vargas... José Inácio Sandi é também ótimo cantor.
Devemos anotar nestas linhas o belo “Hino a Brazópolis”, letra de Alfredo de Noronha e música de Waldemar Mendonça.
Tivemos o prazer de visitar as Srtas. Regina Rosa e Maria Alba, que nos deliciaram executando maravilhosas páginas de Beethoven, Chopin...
Estas duas pianistas extraordinárias são realmente duas glórias fulgurantes para a terra brazopolense.
Regina fez seus estudos fora daqui e se revelou verdadeira maestrina. Maria Alba, ainda muito jovem, na flor da primavera da vida, mas já demonstrou suas qualidades artísticas. Parece ter nascido para a arte, para a Música e para o encantamento.
Merecem louvores estas duas moças que honram sobremaneira o nome glorioso de nossa terra natal.
Aqui ficam nossas singelas homenagens aos que, neste rincão de Minas, cultivam a Arte, na poesia, música e no canto.

Antônio Braga – Jornal “Brazópolis” – 20 de maio de 1956

4 comentários:

Ana Cristina disse...

Nossa,que legal,algum destes velhinhos está vivo? Qual?

Ana Paula S. disse...

Tem alguns que conheço que ainda vivem. Mas nem todos estão velhinhos. Domingos Cipresso, Lurdes Vergueiro, Regina Rosa, Maria Alva, Regina Brito, Judithi Minchetti, Célia Carvalho e Neuza Vichi. Alguns não conheço.

Anônimo disse...

Regina Rosa é a Regina do Mario Rosa?

Anônimo disse...

Regina Rosa não é a Regina do Mário Rosa e sim a prima do Mario Rosa. Ela mora na casa que fica na esquina da ladeira do mercado com a avenida Francisco Braz.

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