Oh! Tu que vens de ásperos caminhos
Trazendo n'alma as marcas das jornadas
Sem chorar as agruras dos espinhos
Só recordando as flores encontradas.
Que levaste tua cruz de desventura
Não maldizendo nunca as caminhadas
Enfrentando calado a noite escura
Sonhando com o esplendor das alvoradas .
Tu que achaste a dor um bem humano
Não te abatendo nunca ante a desgraça
Sem condenar jamais o desengano
Achando no sofrer razão de graça.
Nem clamaste o rigor da negra sorte
O pungente sangrar de tua ferida
Sem lamentar com horror a própria morte
Achando que morrer é outra vida.
E sorriste feliz na tempestade,
Abençoaste a fúria dos invernos
Tornando toda dor, felicidade
Transformando em céu, todos os infernos.
Tu és bem mais que homem, és divindade
Envergonhas afinal dos prantos meus
Tu és visão da própria eternidade
D'outra vida, do céu, do próprio Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por dar a sua opinião.
Elogie, critique, mas faça isso com educação.
- Comentário com palavras de baixo calão será excluído.