O sol subiu pelos barrancos do morro
Lavou de amarelo
O rostinho dormido da criança faminta...
Lá em baixo
A cidade sonolenta
Estende os braços preguiçosos
A movimentar os homens...
Repetição de gestos
Repetição de sons...
Serpentinas de asfalto
Não têm fim sob pés pequeninos
Dia todo, todo o dia
Como um velho disco na vitrola
Sempre a rodar sob o mesmo sulco:
Fome, fome, fome...
O morro se enfeitou de estrelas !
Sono de inocente
Faz esquecer disco estragado na vitrola...
***
Maurício De Mendonça –B Hte -1966
Um comentário:
O sol brilhou e se foi, estrelas pulsam esperança, mas a fome permanece...
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