Creio em Deus, amor infinito,
mistério original do ser,
que expressa soberanamente seu ser mais profundo
na evolução do cosmo e na humanidade
e, sobretudo, em cada homem e mulher,
que acredita e vive no amor, apesar de tudo,
e por isso se torna expressão máxima
desse mesmo amor infinito,
cada vez que faz o amor superar a indiferença
e qualquer aparência de dor.
E em Jesus, o Prometido desde sempre,
imagem única de Deus,
nascido de pais humanos no jeito humano de nascer,
sem precisar de milagres desnecessários,
sem, contudo, ser apenas obra humana,
mas inteiramente fruto da graça salvadora de Deus.
Creio que Jesus, o Humano de sempre,
fez parte da nossa História refazendo a História,
vivenciou as limitações da existência e da morte,
foi crucificado por ordem do poder e da ganância,
sob o governo do procurador romano Pôncio Pilatos,
realmente, morreu, e foi sepultado.
Mas vive em plenitude – só não me perguntem como, eu não sei.
No entanto, é nisso que eu creio, absurdamente:
que a morte não teve a última palavra nele
e não terá em mim.
Tudo porque ele se abriu e foi inteiramente absorvido em Deus,
e porque, apesar de toda aparência em contrário,
repito, a vida é maior do que a morte
e a força do bem supera a força do mal.
Nem que seja por uma questão de sanidade,
tem de ser assim.
Por isso, ele se tornou uma força de cura,
e assim pode libertar a humanidade de si mesma
e levá-la à plenitude do projeto inicial.
Creio na ação inspiradora do sopro de vida de Deus,
que antes do início dos tempos,
na noite escura do mundo,
pairava sobre a fecundidade da vida,
para torná-la, não uma vida qualquer,
mas a vida mais plena de Deus.
Creio que é esse mesmo Espírito criador
que conduz e renova a comunidade dos que crêem em Jesus.
E creio nessa comunidade universal dos que crêem nele,
onde quer e do modo como ela se apresente,
porque nela Jesus, o Cristo para sempre, continua a viver
com rosto humano e a se dar a ver,
apesar de tudo e dela mesma.
Creio no dom de Deus,
que nos cura e nos renova e faz de nós uma nova criação
para nos tornarmos, finalmente, seres humanos
à sua imagem e semelhança.
Creio na vida,
esse, sim, o milagre necessário,
sempre repetido, sem jamais cansar.
E que da mesma forma como Jesus foi querido por Deus,
eu fui querido por Deus e você é querido por Deus.
Dessa forma, creio também na subjetividade humana,
em que cada um terá a chance de encontrar seu próprio caminho,
que será só seu e de nenhum outro,
sem sair da comunidade humana, mas sem diluir-se nela.
Porque cada um é um, e sua saúde depende disso.
E creio na utopia humana de que seremos iguais
e nos sentaremos de igual pra igual à mesma mesa,
onde acertaremos o futuro divino da humanidade,
um futuro que significa vida sem limites e sem exclusões,
sem qualquer resquício de ódio e intolerância
e, sobretudo, no amor.
Assim seja.
(Este CREDO foi escrito para os que não crêem. Os que crêem já tem suas próprias respostas, seus próprios consolos e suas conclusões.)
Um comentário:
Renato Lôbo! sempre, grande expressão humana, na transmissão e no ensinamento da fé em Deus. Abços
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