Diante do espelho
Gracios a, esbelta, na flor da idade,
Assustada viu sua fisionomia
Foi se transformando...
Com lágrimas nos olhos
A imagem vai mudando.
Apavorada quer fugir,
Diante de seus olhos
Vê surgir uma criança linda, sorrindo...
Fita aquele rostinho inocente,
A cabeça rodando, rodando,
A criança no espelho ...
Mas seus braços estão vazios .
Nunca sentirá em seu rosto
Aqueles dedinhos macios.
Sentiu vergonha, arrependimento...
Foi se afastando do espelho
E deixou-se escorregar, querendo morrer.
Levantando a cabeça, sentada ao chão,
Com carinho ficou na posição de aquecer
Como se em seus braços tivesse o filho.
Com cuidado e carinhosamente
Aconchegou o filho inexistente ao coração,
E disse baixinho, com emoção:
_ Dorme filhinho, não vão tirá-lo de mim outra vez;
Vou cantar prá você uma bela canção.
E ela, cantarolando, embalava o filhinho.
O filho que, um dia, não deixou nascer..
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