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29 de janeiro de 2014

POEMA DO SAMBA INACABADO – Dedé Moraes



(Dedicado a João Mário Braga de Mendonça)

Deixo esposa, deixo filhos,
Deixo um samba inacabado...
Deixo parentes e amigos
E alguns livros juntados...
Deixo o coqueiro da praça,
Deixo a Maria Fumaça
Deixo a retreta da banda
Deixo as torres da matriz...
Enfim, um álbum repleto de fotografias...
Deixo algumas poesias
Que é pra não se esquecerem de mim...
Deixo o verde lá da Mata,
Deixo muitas serenatas,
Deixo, por fim, os carnavais...
E a quem interessar possa,
Deixo uma velha mania:
Sempre crer, ter fé na vida,
Coisa que não se usa mais...
Perdoem-me a não despedida,
Perdoem-me algum desagrado...
Deixo aqui toda uma vida
E um samba inacabado.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom rever esse poema Fátima , obrigado Dedé.

João Mário Júnior.

José Eustáquio Cardoso disse...

E não seria a inteira vida um samba inacabado, poeta Dedé? Gostaria de ouvir o seu samba. Certamente porque inacabado, deve deixar-nos balançando até que também não nos acabemos.

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