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7 de março de 2013

Choro contido - Ana Lúcia Azevedo



Em vez de começar com o FAMOSO ERA UMA VEZ, começarei assim :

Eu vou te contar uma história bonita, do dia em que duas pessoas se conheceram de um jeito inesperado. Aqui, a história pode até mudar de rumo, como, o encontro de uma mãe com seu recém nascido, apesar deste encontro ser muito esperado, o que se sente, não tem explicação......é um susto misturado com tudo que se pode imaginar.
Mas, vou falar do encontro entre duas pessoas, que são atraídas pelo fervor sem explicação, do famoso instinto animal, o famoso feromônio que atrai fêmeas e machos.
Vou dizer que eles não combinam em nada, mas se encaixam perfeitamente, e que o ciúme entre eles era irritante.
Onde ela, pode ser uma menina baixinha e mimada que faz charme e consegue o que quiser dele ( nem um pouco de submissa ), e sobre ele eu vou dizer que ele parece uma criança ,( achando que é o controlador ), fica todo bobo com o sorriso dela e fica manhoso quando ela está por perto, fazendo dengo o tempo todo.
Vou te contar que eles viam filmes durante à tarde, desenhos animados, e era ela, que sempre escolhia, e que à noite saiam pra dançar, sempre juntos.
Vou te dizer que as brigas deles terminavam em beijos e começavam com bobeiras, e que ela era capaz de fingir estar dormindo pra que ele a carregasse até a cama… Posso até contar das datas malucas que eles inventavam, das manias estranhas e dos vários CDs que ouviam juntos.
Posso dizer o quanto era estranho ver os dois separados depois de uma briga, porque eles só faziam sentido juntos.
Vou te contar do primeiro beijo, do primeiro abraço, da primeira noite de amor deles… Vou rir de como eles eram bobos quando estavam juntos.
Vou dizer sobre a saudade que havia quando não podiam se ver, e que eles sentiam falta um do outro o tempo todo.
Vou te contar tudo isso, porque quero que no final você ria de mim enquanto diz que lembra de tudo… quero te contar tudo e ouvir você comentando o quanto nossa história é linda quando eu conto assim.
Mas, também, pode ser muito triste, se eu contar de um jeito diferente, quando fica apenas a sensação de que ficou algo para ser resolvido, ou apenas uma grande dúvida.
E, além da nossa capacidade de esquecer o que foi ruim, e guardar em algum cantinho, apenas o que foi bom, e , não conseguir apagar nunca mais, apenas deixar que ela fique dormente, e , em um primeiro descuido, tudo revira.
E, acontece um desiquilíbrio muito grande entre o racional e o emocional, e você entrando em conflito com você mesma, com tamanha sensação que sua massa cinzenta se mistura com a marrom.
E a certeza que irá ter um síncope.
Assim, como somos capazes de escrever nossa própria história, seria tão bom, se pudéssemos como nas novelas, dar a opção de vários finais..........assim montaríamos o final, como bem estendêssemos, ou seja:
 O FAMOSO FINAL FELIZ.

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