“Uma boa lembrança que tenho dos meus velhos
tempos é do cinema. O prédio era de propriedade do Sr. Antonio Pereira de
Mendonça, que era tio do Sr. Waldemar Mendonça.
Todo dia tinha sessão e aos domingos tinha
também matinê para as crianças. Os filmes eram em preto e branco e mudos. Uma
pequena orquestra tocava nos intervalos, para a troca dos rolos de filme. Tinha
também peças teatrais e musicais com artistas daqui e de fora. Antes da matinê
de domingo, que era sempre um filme infantil, tinha sempre uma banda que tocava
músicas infantis na praça.
O cinema lotava todos os dias e às vezes ficava
gente sem conseguir entrar. Todos os filmes do Tarzã, ainda com Tyrone Power,
foram exibidos.
Os rolos de filmes chegavam de trem e quando
acontecia alguma coisa e o trem atrasava, ninguém ia embora até que o filme
chegasse e fosse exibido. Naquela época, quem tomava conta do cinema era o Sr.
José Machado, esposo da D. Zaíra.
Durante a Semana Santa só eram exibidos filmes
sacros da vida e morte de Cristo.
A primeira vez que passou um filme falado aqui,
se não me engano, era “Sem Novidade no Front”, mas me lembro que o público
gritava e ria tanto que nada dava para se ouvir da voz dos atores. O primeiro
filme colorido, eu me lembro, que era um documentário sobre a África. O público
saiu do cinema encantado.
Os filmes eram todos censurados pela igreja e os
pais iam conferir a censura para depois deixar que os filhos fossem assistir.
Mais recentemente o prédio era do Macedo e quem
tomava conta era o Raimundo, mas com o passar dos anos apareceram a televisão e
depois o vídeo cassete e o cinema foi ficando sem público até que fechou
definitivamente. Uma pena. Que bons tempos aqueles!”
MARIA JOSÉ MENDONÇA ( ZEZÉ) - 2001
Um comentário:
Oi Fátima tudo bem? Meu nome é Yolanda, e achei esse Blog pelo Google. Estava eu tentando achar o autor do poema chamado felicidade e o Google me mostrou o seu Blog. Fiquei feliz por achar o autor do poema. Aprendi esse poema quando tinha 8 anos de idade. A minha irmã mais velha tinha um caderno de perguntas e respostas e eu peguei escondido por ser muito curiosa. Depois que li este poema nunca mais esqueci. Tenho agora 55 anos. Este é o único poema que sei de cor e nunca esqueci. Sou poeta e nem os meus consigo decorar. Tentei deixar o comentário cedo, acho que não foi enviado. Estou seguindo o Blog. Abraços. Yolanda.
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