Apesar de me considerar joseense de coração, viver aqui desde os quatro anos de idade e adorar esta cidade, não posso negar que minhas raízes mineiras se manifestam fortes toda vez que vou para Brasópolis, pequena terra natal, minha e de Wenceslau Braz, pacatamente incrustada no meio da Serra da Mantiqueira .
Estive em Brasópolis com meus irmãos Sandra e Alexandre... E não teve jeito: estar em Brasópolis me encheu o coração de saudades profundas. Saudades de minhas férias escolares da infância e começo da adolescência, todas passadas lá. Saudades de meu querido avô e sua casa antiga, cheia de janelas, com piso de tábua corrida, porão e fogão de lenha. Saudades de Tia Georgina e sua cristaleira cheia de bibelôs em sua sala de jantar, com as paredes repletas de quadros com fotos dos garbosos bailes no clube social da cidade, nos anos 50, 60 e 70. Saudades dos deliciosos doces em compota de Tia Isolina que, por ironia do destino, era diabética. Saudades das tilápias do rio Sapucaí e das tediosas pescarias com o Tio Marquinhos e o Tio Juca. Saudades dos banhos de cascata no verão e da chuva que sempre caía no final da tarde, deixando no ar aquele inconfundível cheiro de paralelepípedo molhado. Saudades das infindáveis tardes e noites jogando intermináveis partidas de War com os meus primos. Saudades dos rolês noturnos na praça da matriz e das paquerinhas na lanchonete. Saudades de minha primeira paixãozinha platônica, aos 13 anos, e dos sundays que rachávamos na sorveteria.
Estar em Brasópolis me encheu o coração de saudades... saudades de um tempo onde as coisas pareciam muito mais fáceis. E a vida menos ingrata.
FERNANDO GUIMARÃES - SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP
http://fernando-falando.blogspot.com/2007/02/sbado-nostlgico_11.html
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