Òia Maria, já faiz uns par de noite que eu não drumo pensando nocê. Andei indagando sobre a sua pessoa, mai num achei nem uma arma viva que contasse pra eu quem é ocê. Mai pelas palavra bunita que ocê iscrevi, pelos seu pensamento das coisa eu já sei que ocê é muié boa pá mode casá com eu.
Eu tenho um sitio que é uma belezura, um eito de impregado, animar de tudu tipo e de monte e muito dinhero na popança. Desse modo se ocê casá um dia cumigo, num vai mais te precisão de trabaiá, por mode que eu vô dá tudu o que ocê quizé. Ropa bunita, sapato bão, prefume dos caro e inté um carro pá mode ocê í na cidade. Eu gosto muito di dança forró e queria sabê se ocê tamém gosta.
Eu adoro ir nus shor do Demétrio Santoro, do David e Juliano, do Helder... onde eis vão eu tô lá tamém.
Esse tar de Zé do Vorta eu já cunheço. Aquilo é um traste. Num presta pra nada. Num passa dum gnorante cheio de pose. Além do mai eu tive estudo. Fui inté aluno da D. Idarga, que era uma porfessora pra lá de boa qui dava aula lá nas Anhuma. Eu fiz até o tercero ano, mai dispois eu tive que pará por mode que meu pai passo dessa prá mió e eu num tinha mais tempo de í pá iscola. Tinha que cuidá da minha mãe e dos meus 12 irmão e ainda cuidá do sítio. Mai graças a Deus eu venci e hoje sô home bem afortunado. E eu tamém sô bnito. Quando eu vô nos forró as moça tudu qué dança cumigo e fala que eu sô um pedaço de mar caminho.
Comigo ocê vai ficá bem mió. Ocê pra mim é a lingüiça do meu armoço, o desdorante do meu suvaco, o arreio do meu alazão, as luiz dos meus óios.
Ocê qué conhecê eu? Qué namorá cumigo? Se ocê aceitá eu vô sê um homi muito felizardo.
Um bejo procê minha flô de formosura!
Do seu futuro marido Dito.
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