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26 de abril de 2010

Pá riba di mim??? - Por Maria do Vá

Fui nu banco du Brasir pá mode abri uma conta. Quandu cheguei lá tinha uma porta qui rudiava.Tava inscritu:”Empurre”. Impurrei i fui... Vigi Maria! Cumeçô uns apitus isquisitu. Eu num sabia si corria o si gritava. Ponhei as mão na cabeça e gritei: Eu num fiz nada! Daí, veiu um pulicia e eu pensei: Tô perdida! Vô se presa! Mais o moço mi acarmo e disse qui num ia prendê eu não. Disse qui dissertu eu tava cum muito metar na borsa. Abri a borsa prele vê e foi só mueda qui caiu pra tudu lado. E tamém tinha as chave da porta da minha casa, da porta da casa da minha mãe, du baú da minha vó, uma chavi de fenda qui gosto di carregá prá arguma precisão, uma tisora pa modi corta argum fiapo qui sorta da ropa e mais um santo Antonio di bronze qui é pá mode, eu arrumá maridu. Só isso, pôca coisa i deu essa cunfusão medonha. O moço feiz eu ponha tudu na caxinha di vidru e mandô eu tentá entra traveis. Eu impurrei a porta e fui... quandu eu vi, tava di vorta pá fora, impurrei mais e entrei, mais lerdiei e sai otra veiz... Intonse u moço mi ajudô e eu cunsigui entrá. Um homi chic, di ternu bunito, ajeitô os paper pra mim e eu abri minha conta. Ele inté mi deu um cartão descrédito. Eu saí pisanu nas núvi, pensano inté qui eu era inguar a Donatela da novela, qui eu acho ela muito chic.
Nu ôtro dia fui lá traveis pá tirá um poquinho di dinheru qui era pra mode eu comprá umas mandioca qui eu tava cum vontadi di cumê. Pois óia só, tava um filão qui paricia fila di médico du SUS. Tinha treis caxa letrônio: Um num tava afuncionano, u ôtro era só pá genti véia, dificênti e muié grávida ou cum criança nu colo. U ôtro tava uma filona danada. Entrei na tar da filona. Um povo lerdo qui só veno. Ficava lá i num saía nunca. Minhas perna tava dilurida di tantu ficá di pé. Na otra fila ispiciar tinha pôca gente. Fiquei só oiano e cubiçando podê mudá pra lá. Foi intão qui eu vi passá na rua uma muié cuma criança nu colo. Cumo eu sô muito teligênti, num pensei duas veiz, sai da fila e curri atrais da muié e falei prela mi imprestá a criança pra mim. A muié mi oiô ispantada i antis dela falá arguma coisa, garrei a criança, ajeitei bem a danadinha nu colu e fui pá fila ispiciar. Quandu chegô a minha veiz, a mãe da criança, qui tava lá fora cum cara de besta, cumeço a gritá feitu uma vaca braba. O pulícia, qui num é pulícia, veiu di novu atraiz di mim. Naquela horíca eu infiei u meu cartão nu buraquinhu i fui apertano us botãozinhu direitinhu pá tirá u meu dinheiru. Mais ceis num vão aquerditá: Tinha acabadu u dinheru!
Sabe que qui eu fiz? Dervorvi a criança prá muié iscandalosa, mandei u puliciá páquele lugá, sentei na carçada e chorei largaaaaado!

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