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23 de setembro de 2013

NÃO É POSSÍVEL QUE NINGUÉM PERCEBA – Renato Lôbo



 Quando a gente ainda acreditava nas coisas, o meu irmão, que entre outras era escultor, pensou numa Estátua da Justiça com os olhos semivendados, olhando por cima dos óculos (porque, longe de cega, a justiça é míope), derrubando moedas dos pratos da balança, de seios a gosto e erguendo a barra do vestido de forma a deixar as pernas à mostra. Título: A MERETRÍSSIMA.

Já que não acreditamos tão mais ingenuamente nas coisas, não  é possível que a ninguém não se tenha dado perceber o perigo do momento. A classe média – que sempre foi quem pensou – sente-se cada vez mais felizinha, hoje, só pensando na próxima viagem à Disney com compras em Miami. Enquanto isso, o executivo se esbalda na grana, o legislativo se refocila na lama, e o judiciário se atola na m.

A mídia – essa, sim, a grande prostituta – aceita ofertas. Dinheiro e corrupção: “TUDO A VER”.

A igreja que, nas décadas de 70-80, gritou e morreu por ser a voz de quem não a tinha, hoje, ou se escondeu na sacristia de terninhos e sapatinhos pretos e escovados ou subiu ao palco e rebola louvores ao Senhor ou foi fazer um tour pelas Europas e Terras Santas ou foi mesmo é pro bar, beber. Porque tem hora que só bebendo!

É o que faz a sociedade. Narcotizada de conforto, consumo e bem estar, já nem fuma tanto, mas bebe, muito. Marx disse que a religião era o ópio do povo. Bons tempos! Hoje nem isso. O povo se droga sozinho, mesmo.

Não é possível que ninguém perceba que atrás dessa desmoralização sistemática das instituições e do pensamento se encontre alguma avidez de poder pronta a agarrar o seu quinhão. Se alguém, nesse momento, quiser tomar o país pelo exercício livre e soberano do voto popular, sinta-se à vontade: a hora é essa. Meses atrás, até houve um grande rebuliço. Mas, ao que tudo indica, um reajuste aqui e ali deu conta dos anseios. Vinho novo já não rompe odres velhos. Há pão e circo pra todos os apetites e gostos. E um desejo imenso que as Casas Bahia passem a vender em 20 vezes, sem juros, claro.

Será que, apesar de tudo, continuamos facinhos?

Se assim for, qualquer que seja o próximo Ditador, entre! A casa é sua.

Um comentário:

Anônimo disse...

O PROPRIO TEXTO POR SI EXPLICA A AUSENCIA DE COMENTARIOS. O AUTOR ESTÁ CERTISSIMO QUANTO AO COMPORTAMENTO NA MAIORIA DA POPULAÇÃO QUE ANESTESIADA NÃO REAGE A NADA DO QUE ACONTECE NOS NOSSOS DIAS. QUE VERGONHA. PIOR SERA O PREÇO A SER PAGO NO FUTURO. QUEM VIVER VERÁ.

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