- Seu nome
completo era Joaquim José da Silva Xavier. Nasceu no ano de 1746, na Fazenda do
Pombal, distrito de São João Del Rey, em Minas Gerais. Porém, não há registro
da data de seu nascimento, apenas do seu batismo, em novembro daquele mesmo
ano.
- Ao
contrário do que seu apelido insinua, Tiradentes não suportava arrancar dentes.
Ele era muito mais a favor de preservar os dentes do que arrancá-los. Porém,
quando arrancar era irremediável, ele colocava coroas artificiais, feitas de
marfim e de osso de boi, que ele mesmo fabricava.
- Aos 40
anos, se apaixonou por Ana, uma menina de 15 anos, mas ela já estava prometida
a outro homem. Tiradentes nunca se casou, mas teve 2 filhos – João, com Eugênia
Joaquina da Silva, e Joaquina, com a viúva Antônia Maria do Espírito Santo.
- Tiradentes
tentou várias profissões: dentista, tropeiro, minerador e engenheiro. Entrou,
então, para a Sexta Companhia de Dragões de Minas Gerais, como alferes, uma
espécie de segundo-tenente.
- Tiradentes
está diretamente ligado ao movimento que ficou conhecido como “Inconfidência
Mineira”. Os historiadores preferem “Conjuração Mineira” já que o que aconteceu
em Minas Gerais foi um ato organizado para conquistar a independência do país e
não um ato de deslealdade, traição ou infidelidade, que servem para traduzir a
palavra inconfidência.
- Segundo relatos da época, Tiradentes era
alto, magro e muito feio. Ele nunca usou barba e cabelos longos. Como militar,
o máximo que se permitia era um discreto bigode. Ele foi enforcado no Rio de
Janeiro, com a barba feita e o cabelo raspado, no dia 21 de abril de 1792.
- “Pois seja
feita a vontade de Deus. Mil vidas eu tivesse, mil vidas eu daria pela
libertação da minha pátria”, teria dito Tiradentes ao ouvir serenamente a sua
sentença de morte.
- Após o
enforcamento, seu corpo foi esquartejado. As 4 partes foram postas em alforjes
com salmoura, para serem exibidas no caminho entre Rio de Janeiro e Minas
Gerais. A casa de Tiradentes em Vila Rica foi demolida, e o chão, salgado, para
que nada brotasse naquele solo.
- A cabeça
de Tiradentes foi levada do Rio de Janeiro para Vila Rica, em Minas Gerais e
ficou exposta num poste em frente à Igreja Nossa Senhora dos Remédios dos
Brancos. Na terceira noite, foi roubada e nunca mais foi encontrada.
- Foi no Rio
de Janeiro que Tiradentes entrou em contato com as ideias revolucionárias
iluministas. O que poucos sabem, é que ele também se dedicou a projetos de
melhoria urbana do Rio. Idealizou abastecimento regular da cidade, construção
de moinhos, trapiches, armazéns, além de serviços de barcas de transporte de
passageiros.
-
Ironicamente, 30 anos depois de ter projetado essas melhorias, Dom João VI
mandou fazer a canalização do rio, seguindo os planos de Tiradentes. Em 1889,
exatamente 100 anos depois, o engenheiro André Paulo de Frontin canalizou as
águas da Serra do Tinguá, dentro dos mesmos moldes arquitetados pelo inconfidente.
- Tiradentes
não foi considerado um herói tão logo morreu e só passou a ser cultuado 98 anos
após a sua morte. Como defendia ideias iluministas republicanas e
antimonarquistas, durante o período imperial brasileiro, seu nome quase não era
citado.
- Em 1870, o
movimento republicano o elegeu como mártir cívico-religioso e antimonarquista.
A data de sua morte tornou-se feriado nacional em 1890. A primeira pintura
oficial também data deste ano, de autoria de Décio Villares, que apresenta
Tiradentes como Cristo, com barbas e cabelos longos.
- Tiradentes
teve também exaltada sua imagem de militar patriota, quando nomeado patrono da
nação pelo governo militar, em 1965, enquanto os movimentos de esquerda não
deixaram de recorrer a ele como símbolo de rebeldia.
- Tiradentes
é o único brasileiro cuja data de morte se comemora com um feriado nacional. É
também o mais citado no Google, com mais de 2 milhões de páginas de referência
no buscador.
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