Jornal BRAZÓPOLIS – 22/02/1970
É constrangedor o número cada vez maior de menores que perambulam pelas ruas das cidade, principalmente à noite, pedindo nas casas de família e bares, dinheiro e alimentos.Alguns desses menores são crianças de 3 a 8 anos, cujas mães ficam à distância, nas esquinas, esperando o resultado das coletas.
As mães menos avergonhadas vão junto de porta em porta para despertar o sentimento de piedade a quem vai pedir e com isso melhora a renda.
Há também os menores que crescem sem os devidos cuidados dos pais que, além de tudo dão ainda maus exemplos, beberrões que as tratam com brutalidade e pouco importam que fiquem soltou pelas ruas pegando o costume da malandragem.
Estes, há 3 ou 4 anos que viviam de porta em porta pedindo comidas, já nos deram mostras agora do mau caminho que seguram, estando ainda nos seus 14, 15 anos de idade e já envolvidos em processos criminais por roubos.
Já houve, tempos atrás, dois ou 3 menores que assassinaram um homem nas proximidades da estação férrea, por roubos.
Hoje o número desses menores é grande e continua aumentando.
Esses menores, na maioria, são filhos de pessoas que estão na mais extrema miséria e são mandados pelos pais para pedirem nas casas.
A maneira de salvá-los é dar assistência aos pais, socorrendo-os com alimentos e alguma ajuda para saírem da miséria, ao mesmo tempo amparar os menores para evitar que sigam o mau caminho.
As instituições de caridade mantidas à custa de auxílio do povo e a Sociedade Vicentina tudo tem feito dentro de suas posses financeiras para minorar a situação aflitiva desses infelizes.
Para que elas façam um trabalho mais eficiente, é preciso que os mais favorecidos da sorte abram melhor as suas bolsas e soltem maior valor de suas contribuições.
Em conseqüência da miséria que está alastrando em muitos lares pobres, que vem também aumentando. Cada vez mais o números de crianças pedintes vem aumentando, as quais da maneira com que vão sendo conduzidas, estão caminhando para o mal. Uma verdadeira escola para a delinqüência , logo o que urge tomadas providências adequadas, partindo dos que podem ajudar financeiramente as instituições de caridade a fim de que estas possam agir com mais eficiência.
Em face ao problema alarmante de menores desamparados em números crescentes, por iniciativa do prefeito José Fernandes dos Reis, deverá ser instalada nesta cidade o “Lar da Criança”, pelo que já tem sido realizados movimentos financeiros para as obras de construção do prédio e outras dependências para instalação.
É uma organização que terá a ajuda da FEBEM e que ao lado das demais entidades aqui existentes irá dar amparo a inúmeras crianças pobres, mas há necessidade de que a nossa população colabore com auxílios financeiros de que necessitam todas as nossas instituições , inclusive o “Lar da Criança” para que elas tenham mais eficiência nos socorros aos desvalidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por dar a sua opinião.
Elogie, critique, mas faça isso com educação.
- Comentário com palavras de baixo calão será excluído.