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17 de março de 2011

STATIO III – PRIMEIRA QUEDA (Renato Lôbo)

Deus escolheu o que é loucura no mundo para confundir os sábios, escolheu o que é fraqueza no mundo para confundir os fortes. Aquilo que o mundo despreza, julga vil e sem nenhum valor, isso, Deus escolheu para destruir o que mundo considera importante. Ninguém pode ser orgulhar na presença de Deus. É por iniciativa dele que todos existimos naquele que se tornou para nós a sabedoria que vem de Deus, justiça, santificação e libertação (1Cor 1,27-30).

É só a primeira queda, e há tanto ainda por andar. Tanto ainda por cair. É só a primeira queda! Mas já é a primeira queda.

A primeira queda faz lembrar todas as promessas de finais de encontros, grupos, etapas de desintoxicação química. Sai-se dali prometendo mundos e fundos. É quando beija-se a esposa, o marido, os filhos, os pais, como se fora da primeira vez, com se tudo o que estivesse acontecendo fosse realmente novo. Acredita-se que seja assim. É a grande torcida: para que seja assim. Mas... Depois...

Vem o outro dia... outro dia... E, com eles, chega a vida do lado de fora, a que ficou esperando. E ela vem carregada dos seus pesos e todas as contas a pagar: as reais e as metafóricas. E o sujeito cai. Experimenta o gosto azedo da primeira queda, embora sabendo que da primeira queda levanta-se fácil e faceiro. Na verdade, é só a primeira! Não passará desta! A ilusão é a de que seja a última.

Mas com ele foi diferente. A primeira queda lhe deu a saborear não o gosto amargo da sua derrota, mas o sabor ácido de nossa onipotência. Pensamos que sabemos tudo, que somos maduros mais que o suficiente. Mas não somos. E quanto mais não somos, quanto mais sabemos que não somos, mais tentamos aparentar, fazer da aparência a substituta vigária de uma essência oca numa existência vazia, que apela para o consumo como a forma de preencher a lata furada.

Se ele, o fruto maduro, caiu, o que será dos frutos podres?

Quando ouvires o baque de uma fruta madura que tomba ao chão, louva o Criador, em nome das vidas cheias, dos frutos sazonados, dos destinos plenamente cumpridos.

Um comentário:

Magna disse...

Cheguei 2 anos atrasada para lembrar à amiga (ou amigo - o texto é seu ou do Roberto Lobo?) apenas um detalhe, mas um detalhe muito importante, fundamental: as aspas na última frase, na verdade, verso. Trata-se do poema "OBRIGADO, SENHOR!" do Dom Hélder Câmara publicado no livro Mil Razões para Viver. Poema que transcrevo abaixo. Foi mudada a palavra Deus para Criador. Este poema é uma bênção e os créditos é o mínimo que se deve a quem cria. Fique com Deus. Obrigada. Magna

OBRIGADO, SENHOR!

Quando ouvires o baque
de uma fruta madura
que tomba no chão,
louva a Deus
em nome das vidas cheias,
dos frutos sazonados,
dos destinos plenamente cumpridos!

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