Durante a Segunda Grande Guerra, uma rede de resistência foi organizada na Bélgica, para esconder as crianças judias, separadas de seus pais. Essas crianças eram confiadas a famílias cristãs, que, por sua vez, ignoravam a identidade dos verdadeiros pais daquelas crianças. Da mesma forma, os verdadeiros pais, por razões de segurança, também ignoravam o paradeiro de seus filhos.
A mesma rede havia organizado uma vigilância para saber para onde as crianças haviam sido levadas, como eram tratadas, e assim por diante.
Um dia, numa daquelas casas, uma daquelas crianças, um menino de seis anos, confiado a uma família católica, foi acusado de haver cometido um roubo. Pânico geral! Na mesma hora, a família que o acolheu entrou em contato com a rede, e uma pessoa foi enviada para se informar do quê estava acontecendo a fim de estudar o problema.
A família, atordoada, só sabia dizer:
- Pegue esse menino e o leve de volta. É um ladrão! Não o queremos aqui.
O agente, arrasado, disse que não poderia tomar aquela decisão, sozinho, e que iria reportar-se ao chefe da rede.
O chefe da rede, mesmo tolhido pelas circunstâncias, resolve ir pessoalmente visitar a família que acolheu o menino, onde o suposto roubo havia acontecido e o pânico se espalhado. Assim que põe o pé na casa, o que ele ouve é a mesma deplorável cantilena que já havia ouvido do agente. A família não só continuava impenetrável em sua suspeita, mas também irredutível na decisão de se livrar do menino. E queria que aquilo fosse feito ainda naquela noite.
O chefe pede para ficar a sós com o menino.
Então, naquele instante, sozinho com o autor da discórdia, prega-lhe um sermão, fala-lhe como se fosse a um adulto, e lhe diz:
- Tem alguma coisa aqui que não bate bem! Essas pessoas arriscam a própria vida para salvar a sua, e você, em agradecimento, não encontra nada melhor para fazer, a não ser roubá-las!
E o que é pior. A família prosseguia dizendo que além de ladrão, o menino era mentiroso. Quando o acusavam de haver roubado, ele negava e negava, obstinadamente:
- Não! Não roubei.
Sem mais, e de repente, o chefe da organização tem uma idéia. Uma dessas iluminações que nos chegam, sobretudo, quando falamos a uma criança. Perguntou, então, ao menino:
- Afinal de contas, o que foi que você roubou? Do que é que lhe acusam ter roubado?
É que, ninguém, até aquele momento, havia se preocupado com a questão material da acusação. Ninguém havia perguntado à família o quê, afinal, havia sido roubado.
Sem levantar os olhos, o menino responde:
- Eles me acusam de ter roubado o Menino Jesus do presépio.
O chefe da rede volta a perguntar:
- E não é verdade?!
E o menino volta a insistir:
- Não, não é verdade.
Ainda mais intrigado, o chefe da rede, arrisca uma última tentativa:
- Mas, então, o que foi que você fez?
E o menino, de olhos baixos:
- Eu não o roubei, eu o escondi.
- Mas por que você o escondeu? – pergunta o chefe.
Dessa vez, o menino ergue os olhos e responde:
- Porque ele também é judeu, assim como eu!
A mesma rede havia organizado uma vigilância para saber para onde as crianças haviam sido levadas, como eram tratadas, e assim por diante.
Um dia, numa daquelas casas, uma daquelas crianças, um menino de seis anos, confiado a uma família católica, foi acusado de haver cometido um roubo. Pânico geral! Na mesma hora, a família que o acolheu entrou em contato com a rede, e uma pessoa foi enviada para se informar do quê estava acontecendo a fim de estudar o problema.
A família, atordoada, só sabia dizer:
- Pegue esse menino e o leve de volta. É um ladrão! Não o queremos aqui.
O agente, arrasado, disse que não poderia tomar aquela decisão, sozinho, e que iria reportar-se ao chefe da rede.
O chefe da rede, mesmo tolhido pelas circunstâncias, resolve ir pessoalmente visitar a família que acolheu o menino, onde o suposto roubo havia acontecido e o pânico se espalhado. Assim que põe o pé na casa, o que ele ouve é a mesma deplorável cantilena que já havia ouvido do agente. A família não só continuava impenetrável em sua suspeita, mas também irredutível na decisão de se livrar do menino. E queria que aquilo fosse feito ainda naquela noite.
O chefe pede para ficar a sós com o menino.
Então, naquele instante, sozinho com o autor da discórdia, prega-lhe um sermão, fala-lhe como se fosse a um adulto, e lhe diz:
- Tem alguma coisa aqui que não bate bem! Essas pessoas arriscam a própria vida para salvar a sua, e você, em agradecimento, não encontra nada melhor para fazer, a não ser roubá-las!
E o que é pior. A família prosseguia dizendo que além de ladrão, o menino era mentiroso. Quando o acusavam de haver roubado, ele negava e negava, obstinadamente:
- Não! Não roubei.
Sem mais, e de repente, o chefe da organização tem uma idéia. Uma dessas iluminações que nos chegam, sobretudo, quando falamos a uma criança. Perguntou, então, ao menino:
- Afinal de contas, o que foi que você roubou? Do que é que lhe acusam ter roubado?
É que, ninguém, até aquele momento, havia se preocupado com a questão material da acusação. Ninguém havia perguntado à família o quê, afinal, havia sido roubado.
Sem levantar os olhos, o menino responde:
- Eles me acusam de ter roubado o Menino Jesus do presépio.
O chefe da rede volta a perguntar:
- E não é verdade?!
E o menino volta a insistir:
- Não, não é verdade.
Ainda mais intrigado, o chefe da rede, arrisca uma última tentativa:
- Mas, então, o que foi que você fez?
E o menino, de olhos baixos:
- Eu não o roubei, eu o escondi.
- Mas por que você o escondeu? – pergunta o chefe.
Dessa vez, o menino ergue os olhos e responde:
- Porque ele também é judeu, assim como eu!
Um comentário:
Fátima, Belíssima a escolha do texto.
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