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24 de maio de 2011

Viagens antigas: Brazópolis - MG - Iasmim Odara

domingo, 16 de janeiro de 2011


Enquanto não conheço Itacaré por inteiro (agora já estou liberada pra ir à praia, HA!) , deixo vocês com um remember meu, do ano passado. Não foi a primeira viagem de 2010, foi a última, e com uma companhia pra lá de especial: dona Flávia Ramoneda, a minha Dori.

Brazópolis é uma cidadezinha pequeníssima do sul de Minas, a quarenta minutos de Itajubá-MG, e seis horas (de ônibus) de Campinas-SP. Fui parar lá porque minha mãe desiludiu do mundo e resolveu ir morar em uma ecovila que está no comecinho. Na real, tem duas famílias morando direto lá, sendo que a minha mãe é uma delas.

A cidade em si é pequeninha, e dizem que tem um carnaval de rua ótimo (vou descobrir isso em março e depois digo se é verdade, haha). Mas nossa viagem não foi pra cidade em si, e sim pro bairro do Bom Sucesso, zona rural da cidade.


De Itajubá sai um ônibus simprão praticamente de hora em hora, e nós perdemos o último porque na passagem estava o nome de uma cidade, e no ônibus, outra cidade. Dormimos em Itajubá mesmo, num hotel barato e com café da manhã (depois de andar meia hora, parando em uns muquifos bi-zar-ros) que eu esqueci o nome, sorry. Se ajuda, ele era amarelo (eu sei que não ajuda muita coisa, mas é só pra desencargo de consciência de quem vos escreve).

No outro dia, saímos cedo de Itajubá e descemos na entrada do bom sucesso, ainda na estrada principal que liga Itajubá a Brazópolis. De lá até o começo da subida até a casa da minha mãe, são quatro quilômetros de estrada de chão, subidas e muita paisagem bonita. Com uma mochila de 75L extravasando de tão cheia e pesada, nossa primeira parada foi a uns dez minutos depois do começo da caminhada, nesse lugar aqui:



Primeira parada: Trevo do Bom Sucesso
Tava um lamaçal bizarro porque havia chovido pouco antes, mas paramos mesmo assim. Entrando à esquerda, a estrada leva pro Bairro do Bom Sucesso, mas a gente seguiu em frente, na Estrada do Observatório (que tem esse nome porque leva ao - OLHA SÓ! - Observatório Nacional de Astrofísica, que parece um disco voador prateado no alto de um dos morros de lá). E dá-lhe estrada!
(A anta aqui foi de all star. Não repita a minha burrice, dica de amiga.)


A Estrada do Observatório e sua vista maravilhosa
Nesse dia o tempo estava meio nublado, o que foi a nossa salvação, pois não existe muita sombra pelo caminho e a gente não tinha levado boné ou chapéu ou qualquer coisa pra cobrir a cabeça - mais uma pra lista de mancadas que não devem ser repetidas em viagem alguma.
Depois de trezentas milhões de paradas (a maioria pedida por mim :D o que deixava a Dori louca) conseguimos uma carona a 500 m do lugar onde começava a subida, mas foi altamente válida, porque estávamos mortas, eu com o pé doendo por causa da falta de um tênis de caminhada, as duas com dor nas costas por causa do excesso de bagagem (mochilas, sacolas de compras e um violão).


O começo da ladeirinha
São 500 m de subida até a casa da minha mãe, que ainda não está pronta e não é onde iríamos ficar, mas que tem uma vista privilegiada, bananeiras (Brazópolis é a cidade das bananas, parece que o povo só sabe plantar isso lá), açaizeiros e otras plantitas mas. Fizemos uma paradinha lá pra recuperar o fôlego, foi meio tenso subir por causa da lama e ladeira íngrime.
Os açaís do quintal da mãe

Vista do quintal do Ariel
A casa do Ariel, onde a gente ficou, fica logo depois da casa da minha mãe, a uns 200 m e uma trilhinha leve. Lá é a morada temporária da minha mãe, com uma horta linda, cachoeira e um fogão a lenha de dar inveja. Descobrimos que a manteiga vazou e sujou umas coisas na mochila assim que chegamos, mortas de fome e loucas pra começar a fazer o almoço. Depois de limpar a bagunça mandamos ver no fogão a lenha e o almoço ficou, modéstia a parte, uma delícia. Ou era só a fome, mesmo.

Os legumes e verduras (exceto a cebola) a gente pegou na horta, um luxo que poucos têm. Fresquinhas e mais deliciosas que qualquer uma de qualquer mercado por aí.

A produção do rango
Nosso quarto, sala, metade da cozinha...
Depois do almoço resolvemos ir fazer uma parede de pau a pique na casa da minha mãe, que só terminamos no dia seguinte, com a ajuda do David, que mora lá. É uma experiência muito boa, e a gente vê que é capaz até de levantar paredes. Construir a casa da minha mãe está sendo único. Cada canto guarda as marcas de um momento, da pessoa que colocou o barro ali e trabalhou pra tornar uma casa que está só no pensamento em algo real e palpável, sem gastar nada, já que o bambu é dali e o barro que usamos é resultante das áreas que o pessoal tira pra aplainar o terreno.


A parede pronta
Depois disso aproveitamos o lugar indo à cachoeira do terreno do Ariel, tocando violão, escutando a chuva (caiu um puta pé d'água), fazendo comida no fogão à lenha (a segunda melhor terapia depois de construir a parede), e acabamos dormindo uma noite na casa do Davi. Na volta, a estrada estava bizarra de escorregadia e enlameada, mas, novamente, não estava sol. Demos mais sorte que na ida e conseguimos uma carona com menos de 15 minutos de caminhada até o ponto de ônibus.
Às seis da tarde do mesmo dia já estávamos em Rio Claro, pra lá de cansadas e cheias de histórias pra contar.

Dori linda, a doida que aceita empreitadas mirabolantes comigo!
Vale a pena (e não é só porque minha mãe mora lá!).


Boa Viagem!

Fonte: http://mochiladocemochila.blogspot.com/2011/01/viagens-antigas-brazopolis-mg.html

Um comentário:

Anônimo disse...

Que legal!!!

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