Somos quatro crianças perdidas, com medo de errar, de se frustrar mais
à frente. Somos quatro seres humanos comuns, suscetíveis à perdas e ganhos. E a
partir de agora, cada um seguindo seu próprio caminho, como deveria ser. E o
último rompimento de laço foi triste, silencioso e inesperado. Triste porque
deixou um coração solitário, que se sentiu perdido diante das eventualidades da
vida. Silencioso, porque eu sabia o quanto estava doendo, mas nenhuma palavra
se quer eu ouvi. Inesperado, porque se disse há algum tempo atrás que eu
estaria envolvido nessa história, eu não acreditaria.
E assim foi... Era pra ser só mais uma despedida, mas acho que no fundo
sabíamos que era o final daquela 'coisa' invisível que sempre nos unia. Talvez
porque aquele fiozinho que segura toda uma estrutura tenha se rompido, para que
um novo fio seja colocado no lugar. Não digo que acabou, digo apenas que um
ciclo se fechou.
Sei que seremos pra sempre quatro amigos, descobrindo as nossas
falhas, tentando nos redimir de nossos pecados para com o outro. Sempre
voltaremos para a casa na esperança de esbarrar com o outro, pelo simples fato
de ver que tudo está bem. Por muito tempo, apenas isso me bastou. Talvez tudo
isso faça parte da minha hipérbole de dramatização de tudo. Mas no fundo, eu me
vi perdido diante das evidências. Me despedi, como quem parte pra voltar em
breve. Tentei ser amigo, dar o colo se necessário pra chorar. E esperei
qualquer coisa do lado de lá, que não veio.
Eu ainda acredito que minha maior falha no meio dessa história toda,
tenha sido querer mudar a todos. Tentei moldar amigos perfeitos, amigos que
riam quando eu precisava e emprestava o ombro pras horas tristes. Por muitas
vezes, eles foram isso. E por vezes, eu rejeitei. Não prestei atenção. A gente
tem mais de achar que todos os problemas tem a ver com a gente, acho que é por
isso que eu insisto em crer que o maior errado de nós quatro tenha sido eu. Mas
sei que é tarde, que o rio já passou por nós, mas me satisfaço porque consegui
consertar a tempo.
Que nessa nova fase, nós quatro saibamos aprender com nossas falhas. E
que façamos novos e muitos amigos, pra que a gente possa sentir saudade dos
velhos, e quando chegar a hora de reencontrar possamos dar o devido valor. E
que além disso, venham sonhos novos, amores novos, empregos novos (fazer o que,
né?! Rs), loucuras novas, drinks novos, lágrimas novas. Meu desejo é pra que
alguém do lado de lá, mais necessariamente em Boston, NY ou Miami, consiga
desvendar muita coisa sobre você que eu, talvez, não tenha conseguido. Desejo
que Portugal ria com suas piadas (só não vale de português, ok?). Desejo que
você se encontre, se descubra e arrisque um pouco mais; e que se prepare para
reunir esses bobos aqui, porque você faz isso muito bem, não deixando o nó
desatar.
Chegamos na curva, onde a gente se despede e tenta ser feliz. Onde
buscamos pecinhas novas para nosso quebra-cabeça particular. E ali na frente,
nos encontraremos de novo pra ver se essas peças ainda podem se encaixar. E eu
estou certo que sim, porque eu sei que é amizade.
"... apenas seguem caminhos diferentes."
Um comentário:
Coisa mais linda que ja li! Amo vocês! Você é demais Patrick!
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