Nascido em Brazópolis
ou Brasópolis (MG), aos 20/04/1921, era filho de Joaquim Ignácio Fernandes e de
D. Joana Rosa Bordignon Fernandes.
ENCONTRO COM O
PRESIDENTE DA REPÚBLICA - Luiz Ignácio Bordignon Fernandes nasceu e sempre
morou na Zona Rural, no Bairro Can-can. Desde criança ajudava os pais na roça,
na lavoura, lá em Brazópolis, até antes de ir para o seminário, em 1945. Certa
vez, quando ainda garoto, pediu dinheiro à mãe para comprar alguns materiais
escolares que estavam lhe faltando. A mãe, sem o dito dinheiro, mandou que o
menino Luiz pegasse um frango no galinheiro e o vendesse na cidade para com o
dinheiro comprar os materiais. E lá foi ele com seus cadernos num dos braços e
no outro o frango, cujo valor para a venda fora estipulado pela mãe em 1.300
réis.
Chegando à cidade
iniciou a difícil tarefa de vendê-lo. Numa das casas que o menino Luiz bateu um
senhor que fumava cachimbo e lia jornal na varanda, atendeu-o e o interpelou
interessado no frango, no que ele respondeu que estava vendendo para comprar
alguns materiais escolares. Aquele senhor então perguntou quanto ele estava
pedindo pelo frango... Imponente, porém sensibilizado com o menino Luiz
Bordignon, aquele senhor ofereceu um valor superior ao avaliado pela mãe do
garoto: 1.500 réis! Desconhecedor que ainda era de valores, e orientado pela
mãe a tomar cuidado com exploradores, Luiz simplesmente recusou aquele valor e
insistiu que se não pagasse o que a mãe lhe havia dito não o venderia... Então
aquele senhor, vendo a ingenuidade do menino Luiz, disse-lhe que não pagaria
nem 1.300 e nem 1.500 réis, mas, pagaria agora 1.800 réis e que o assunto
estava encerrado! Nesse momento bateu o sino do Grupo Escolar e Luiz,
preocupado com a aula, concordou, porém ficou muito apreensivo, pois, além de
não haver conseguido comprar os materiais a tempo, ficou com medo da bronca da
mãe.
Ao retornar para
casa, contou à mãe o ocorrido, no que D. Joana começou a rir... Então, para seu
consolo, D. Joana disse que aquele bondoso senhor havia-lhe pago mais do que o
valor por ela estabelecido...
Muitos anos se
passaram e aquela criança que ainda desconhecia as vaidades do mundo veio saber
quem era aquele homem: ninguém mais, ninguém menos, que o Dr. Wenceslau Braz
Pereira Gomes, o Wenceslau Braz, que tinha sido Presidente da República
Federativa do Brasil entre 1914 e 1918, e que era natural de Brazópolis, assim
como o Padre Luiz (cuja cidade passou a se chamar Brazópolis a partir de 1926,
para homenagear o Cel. Francisco Braz Pereira Gomes, pai do ilustre Wenceslau
Braz).
LUIZ ROBERTO TURATTI,
Ex-aluno do Oratório
São Luiz,
Araras (SP),
20/04/2006.
13 comentários:
HOMENAGEM LINDA...
Tio Luiz deixou muita saudades na nossa família...Obrigada por tudo o que você foi para nós!!!
saudades de sua sobrinha neta Aline Fernandes e sua sobrinha Joana Rosa Fernandes.
Grande pessoa,tive o prazer de conhece-lo.
Grande homem.. grande pessoa.. Bairro Can-CAN FOI O BERÇO DELE... e Brasópolis sua casa.. Saudações aos remanescentes do nosso querido padre do lindo Bairro Can-Can
A.Noronha e Cintra
Que historia linda!
Padre Luiz,tio do meu grande amigo Marquinho Pastel.
saudades!!!!!!
Saudades de Tio Luiz ....
Tio Luiz era padre, professor e escritor. Deixou vários livros de poesias onde retrata, entre outras coisas, a sua infância, sua família, a escola e seus professores ....
Seria muito bom se você pudesse publicar alguns de seus poemas em seu blog...
Lúcia Faria
Gostaria de ter um livro dele, mas não tenho. Onde será que posso encontrar, Lúcia?
Um de seus poemas se chama Mãe
Mãe feliz sacrário que envolveu a vida,
Toda envolta em riso, toda envolta em sonho;
Da esperança, agora, qual feliz guarida,
Tem na alma o brilho de um sofrer risonho.
Vão-se os dias seus no singrar da sorte;
Vão passando em busca de quem deu atento.
Vai levando em punho sem temer a morte
Seu brasão de mãe num feliz tormento.
Sua vida, ó mãe, é um cruel trajeto
Num traçar de dores, de sorriso e afeto.
Tendo n'alma o espinho mostra ao mundo a flor.
No cristal dos olhos, nos olhares seus,
Vejo a imagem terna de um olhar de Deus
No mistério imenso de seu puro amor
Tio Luiz foi um grande missionário.
Como conta minha mãe, D. Sebastiana, irmã de Pe. Luiz, desde muito cedo ele já tinha o desejo de ser padre. Tentou ir para Pouso Alegre, mas na época, a família não tinha como manter os custos do seminário. Veio embora e um dia olhando para a foto de Pe. Afonso, disse para sua mãe: mãe, eu queria ser um grande pregador como ele, mas como não posso, um bom religioso já está bom, não é?
Tempos depois aos 22 anos,teve a oportunidade de ir para a Congregação Salesiana; estudou e quando já estava na fila para o diaconato, achou melhor esperar mais um pouco, pois dizia que a missão de ser padre era nobre demais; ficou trabalhando no seminário até que chegou o dia que resolveu: estou pronto, quero realmente ser padre. Quando já exercia o ministério,disse: realmente minha vocação era ser padre!
AH QUE SAUDADES TIO LUIZ ;O SR FOI UM EXEMPLO TANTO DE FE QTO DE HUMILDADE
Grande pe luiz Ignácio Bordignon ,meu colega no Instituto Teológico Pio XI ,esportista ,sempre alegre , prestativo e amigo mineiro como eu.
Saudoso Padre Bordignon !!!
Sou o Eduardo de Americana -Sp
Sou grato por tudo que nos ensinou, um padre muito devoto de Nossa Senhora, Dom Bosco e Domingo Savio.
Adorava futebol, aliás um excelente técnico
Entrei no oratório com 8 anos e hoje estou com 41 anos,
parece que foi ontem, me lembro de muitas conversas, ensinamentos e muita descontração.
Hoje o Padre mora no céu!!
Até um dia!!!
Eduardo Penaquioni (Edu como me chamava)
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