Não discuto os desígnios da vida,
Se cruel ela tornou-me um desgraçado,
Se minh'alma, afinal, desiludida,
Esconde-se num corpo mutilado.
Nada lamento, enfim, se esta ferida,
Como uma cruz, em mim, fardo pesado,
Magoa-me de forma indefinida,
Tornando-me infeliz, traumatizado.
Tudo aceito, sem mágoa, sem rancor,
Resignado com a própria dor,
Sem revoltar, jamais, com o teu sofrer.
Só não conformo, oh! Deus! é esta descrença,
Que me trás desencanto e indiferença,
Matando-me a alegria de viver.
Um comentário:
Que lindo soneto! "Só não conformo, oh! Deus! é esta descrença"; verso assim é para deixa a alma do leitor que sou, em estado pleno de reflexão. Minha descrença se estende em tantos ramos que mau sei distinguir o que é fiapo de esperança ou semente a germinar por dias melhores. Só não posso ser indiferente a visão de amanhã que brilha no olhar das crianças, nem indiferente ao lirismo que flui em seus versos, nobre Poeta Zezé Noronha. Parabéns!
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