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11 de junho de 2011

Começa em BH a 12ª edição do Festival Internacional de Teatro de Bonecos

Companhias de 10 países apresentam 18 espetáculos adultos
e para crianças em palcos e praças
Thaís Pacheco - Estado de Minas

Claudio Perez/Divulgação
A montagem chilena Chef, da Cia Viaje Inmovil, que abre o festival, usa técnica de teatro de objetos e tem narrativa com forte carga política
Onze dias ininterruptos de um grande festival internacional de teatro. Seis teatros. Praças públicas e o Parque Municipal como cenários. Dezoito espetáculos de 16 companhias de 10 países. São esses os números da 12ª edição do Festival Internacional de Teatro de Bonecos, que começa amanhã em Belo Horizonte.

O evento ainda traz intervenção, uma oficina de construção de bonecos em escala humana e o mascote, que já andou por aí. Batizado de Nico, o boneco de 1,80m de altura, manipulado por duas pessoas, tem causado impacto. “Pela primeira vez personificamos o mascote, sem saber que a gente estava perdendo uma grande atração”, brinca Lelo Silva, coordenador artístico do evento e um dos fundadores do grupo Catibrum. Ele conta que os adultos se divertem mais que as crianças. Abraçam, beijam, esfregam nariz com nariz, oferecem comida e até contam segredos a Nico.

E foi para esse público que o festival pensou sua seleção de espetáculos e atividades. “Queríamos propostas ousadas, que instigassem o público. Isso nos levou aos espetáculos adultos”, resume Lelo. Ele conta que essa busca pelo provocador não é nova, mas no processo do festival deste ano, por ter encontrado tantas possibilidades, o evento optou por dar relevo ao tema.

“Está superlegal. Conseguimos propostas ousadas que vão deixar o público fora do ar, buscando significados para o que estão vendo”, avalia. Entre os grupos mais instigantes, na avaliação do curador, estão os belgas da Cia Point Zero, que apresentam o espetáculo Trois vieilles, com conceito gótico, e os chilenos da Cia Viaje Inmóvil, discutindo violência e diferenças sociais na peça Chef.

Mas isso não significa que as crianças estão de fora. “Existe o público infantil. Quem assistiu à primeira edição do festival, há 12 anos, era uma criança de 12 e hoje um adulto de 24. Continuamos formando público”, garante Lelo Silva. Para as crianças há espetáculos específicos. Outra opção são aqueles classificados como de censura livre.

São sete grupos brasileiros, dois sul-americanos, seis europeus e um asiático. O fato de receber mais grupos de fora e de continentes mais variados, para Lelo, é consequência natural do festival em sua trajetória de 12 anos. “Sempre tentamos diversificar a questão dos continentes para mostrar a produção cultural mundial”, lembra. A escolha depende da qualidade dos espetáculos assistidos durante o ano em vários festivais no Brasil e no exterior, em diálogo com a temática da edição.

Além das qualidades, diferentes temas e das origens culturais e geográficas, outra característica relevante do evento é o uso de toda a gama de técnicas de manipulação. Confira as explicações de Lelo Silva para algumas das técnicas que fazem parte da programação do Festival Internacional de Teatro de Bonecos de Belo Horizonte.
Espetáculos e companhias

Armatrux, a banda (Armatrux, Belo Horizonte)

Bonecos gigantes de Brazópolis (Oficina Roda Terra, Brazópolis/MG)

Cidade azul (Cia. Truks, São Paulo)

Chef(Cia Viaje Inmóvil, Chile)

El enmazcarado (Cia. El ChonChón, Chile/Argentina)

Histórias da carrocinha (Cia. A Caixa do Elefante, Porto Alegre)

Louça Cinderella (Cia. Gente Falante, Porto Alegre)

Hand stories (Yeung Fäi, China)

Keskusteluja (Cia Ville Walo & Kalle Hakkarainen, Finlândia)

Marina, a sereiazinha e Marina (Cia. PeQuod, Rio de Janeiro)

Princípio do espanto e Pés descalços (Morpheus Teatro, São Paulo)

Pulcinella 500 anni portati bene! (La Casa di Pulcinella, Itália)

Sota mínims (Cia La Cònica, Espanha)

Teatro delusio (Cie. Familie Flöz, Alemanha)

Trois vieilles (Cie. Point Zero, Bélgica)

Troubles (Cie. Gare Centrale, Bélgica)
É bom saber
Técnicas utilizadas no teatro de bonecos
Manipulação direta – Quando intérpretes manipuladores pegam em partes do boneco diretamente. Inspirada do Bunrako (teatro de bonecos japonês). Os bonecos são manipulados diretamente sobre uma mesa ou balcão.
Teatro de objetos –Manipulação direta, porém não se usa o boneco como caracterização humana. Os objetos é que são os personagens e os atores podem ou não aparecer.

Luva – É o que chamamos de fantoche. É um boneco de manipulação direta, mas o manipulador o “calça” como luva.
Varas – Técnica asiática milenar em que uma vara atravessa o boneco, sendo sustentada por uma tipoia. O manipulador fica embaixo dos bonecos.
Silhuetas –A silhueta feita pela Cia El ChonChón é como uma manipulação de varas, porém com bonecos bidimensionais. Eles são chapados.

Luva tradicional chinesa – É a origem da luva. A maior diferença está no virtuosismo dos chineses, que cultivam essa arte há séculos, passando-a de pai para filho.

Luva tradicional italiana – O que muda, em relação aos chineses, são as histórias e a maneira de manipular.

Manipulação de imagens –Manipulam projeções gravadas. Tecnologia a serviço das artes cênicas, com mistura de artes circenses e recursos modernos.
Sombras – Objeto usado na sombra. São silhuetas ou objetos tridimensionais atrás de uma tela. Entre luz e a tela está o objeto. Técnica que remonta à pré-história.

Bonecos habitáveis – Bonecos gigantes, tradicionais do carnaval, em que atores ficam dentro do boneco.

Máscaras – Existe desde a Grécia antiga. Aproxima muito o boneco da linguagem do teatro de animação. Exige um desempenho muito maior do ator.
Manipulação de objetos e atores – Não há bonecos. São atores que utilizam objetos para a dramaturgia.

Festival Internacional de Teatro de Bonecos
Amanhã, às 21h, Chef, com Cia Viaje Inmóvil (Chile), no Teatro Isabela Hendrix, Rua da Bahia, 2.020, funcionários. Também às 21h, Trois vieilles, da Cie Point Zero (Bélgica), no Teatro Marília, Avenida Professor Alfredo Balena, 586, Centro. A programação completa, valor do ingresso e endereços estão no www.festivaldebonecos.com.br. Informações: (31) 3411-2103.

3 comentários:

Anônimo disse...

E aí Gustavo, perguntei para a Fátima a respeito da perda do patrocínio da Petrobras.A Fátima falou pra vc esclarecer isso.

Fala pra gente, estamos muito preocupados.


Maria Marta

Anônimo disse...

Olá Maria Marta,ficamos felizes pela sua preocupação, isso mostra como somos queridos e admirados. Ontem fizemos um grande desfile no Parque Municipal de BH com mais de 3.000 pessoas dentro da programação do Festival Internacional de Bonecos, foi um sucesso. Definitivamente nossos bonecões se tormaram referencia em Minas Gerais, graças à estas apresentações no festival (2004,2010e 2011) e às apresentações dentro do Programa Petrobrás Cultural em 2009-2010.Este programa possibilitou a apresentação dos bonecões em 53 cidades de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro. A duração do programa foi de um ano e infelizmente não fomos contemplados nas edições seguintes, pois se tranta de um incentivo via Lei Rouanet (insenção fiscal). Sempre temos este projeto aprovado pelo ministério da cultura, mas temos dificuldades de captar estes recursos entre o empresariado, poucos sabem praticar a palavra MECENATO. Por este motivo a Petrobrás criou este programa e os governos criaram os Fundos de Incentivos, mas é bom deixar claro que nos dois casos o dinheiro é do contribuinte. A Associação Oficina Roda Terra foi criada em 2004 exatamente para fazer gestão cultural nas esferas municipais, estaduais, federais e internacionais. Continuamos trabalhando para dignificar nossa rica cultura e contamos com o apoio de todos.
Gustavo Noronha - Bonequeiro ex-integrante do Giramundo - BH (1988-2002), coordenador o projeto GPTo - Cataguases/MG (2002-2005), coordenador do programa de Capacitação em Teatro de Animação (2007-2008)e bacharel em arquitetura e urbanismo pela UFMG (1999).

Anônimo disse...

Mecenato é um termo que indica o incentivo e patrocínio de artistas e literatos, e mais amplamente, de atividades artísticas e culturais. O termo deriva do nome de Caio Mecenas (68 a.C. - 8 a.C.), um influente conselheiro de Otávio Augusto que formou um círculo de intelectuais e poetas, sustentando sua produção artística.
Fonte(s):
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mecenato

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