POEMA: ATEU - Zezé Noronha

Vá! Peregrino de estranha crença.
Em busca da verdade incompreendida;
Tu que plasmado foste na descrença,
E já nem crês, talvez, na própria vida.

Razão não encontraste que o convença,
Nem encontrarás, por certo, em tua lida;
Mas sempre avante nesta luta imensa,
Pois a esperança não será perdida.

Se não achares nunca a solução,
Para o ser ou não ser da criação,
Que torne tua existência definida.

Entre no Campo Santo, e neste horto,
Tu que na vida foste, quase um morto,
Na morte hás de encontrar razão pra vida.