No Sítio São Camilo, em Brazópolis o produtor Sérgio Di Petta ainda colhe pouco, mas já conseguiu formatar um método de cultivo.
No Sítio São Camilo, em Brazópolis, as alcaparras são colhidas diariamente. A planta, que nasce de forma espontânea no Mediterrâneo, está em produção no Brasil graças à persistência do engenheiro Sérgio Di Petta, que há dez anos estuda, de maneira empírica, a viabilidade do cultivo da alcaparreira no País e é o pioneiro na pesquisa de características botânicas da planta.
Ex-produtor de leite, Di Petta cultiva também eucalipto e pode se considerar autodidata no plantio de alcaparras em terras brasileiras, pois não há registro de pesquisas ou cultivos por aqui.
A produção no Sítio São Camilo é pequena - há quatro anos 30 plantas rendem cerca de 10 quilos de alcaparras por safra -, mas o objetivo principal do engenheiro não é comercializar o produto, mas difundir o que aprendeu sobre a alcaparreira para outros agricultores.
As sementes que deram origem aos arbustos foram herdadas da sogra do engenheiro, que as guardou por anos.
Aqui, porém, todo o trabalho é feito na base de testes e experimentos. O produtor fez a primeira semeadura em julho de 2000, em sementeira contendo areia lavada de rio. Após tratamento contra fungos, umidade e insetos, 30% das sementes germinaram. As primeiras mudas demoram de três a quatro anos para começar a produzir.
As alcaparras são colhidas diariamente, pelo próprio produtor ou por um funcionário do sítio. Os botões são colocados diretamente em um pote de vidro com sal grosso. Neste pote ficam por 30 dias e depois são lavadas e é feita a troca do sal. De tonalidade verde na hora da colheita, ganham uma cor marrom-clara esverdeada após 10 a 15 dias de curtimento.
A alcaparra do Sítio São Camilo é de qualidade e a técnica de curtimento é a mesma adotada na Itália, apenas usando sal grosso, sem vinagre.
Com a iniciativa em Brazópolis, o cultivo pode ajudar a promover o agroturismo entre pequenos produtores, principalmente em regiões de clima mais ameno, já que a planta gosta de frio e terra seca.
Di Petta não recomenda o cultivo em vasos, mas em canteiros com solo bem drenado. Para favorecer a drenagem, ele usou pedaços de cal, areia e tijolos.
O regime de chuvas no sul de Minas não favorece plantas que amadurecem na primavera e no verão - caso da alcaparreira. Para evitar que a chuva prejudique a qualidade dos botões florais e a raiz da planta, Di Petta instalou coberturas plásticas.
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