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15 de março de 2012

Biografia e crônica de Carlos Expedito Noronha

UM MOÇO FALA DE SAUDADE – Carlos Expedito Noronha
"Atenção garotada! Grande noite de Santo Antônio  no Tijuco Preto! Venham de todos os pontos, parentes ou não, à festa que tem fogueira, bomba, foguete  e balão!
Gente grande também venha aquecer a sua mão na chama que vem da lenha e conforta o coração! É na festa que se atesta que a nossa idade não muda!
Com início marcado para a hora que chegar a primeira criança, o professor Antônio Noronha vai realizar uma festa em homenagem a Santo Antônio. Muitos balões foram confeccionado com o melhor papel de seda da Casa Campos Silva. Um carro de lenha das Anhumas está pedindo uma chama  para virar braseiro. Há uma infinidade de fogos, destacando a chuva-de-prata e as lágrimas de cor.
Cada criança receberá a sua “ração de barulho” composta do seguinte: três foguetinho, três rodinhas, salta-moleques, busca-pés e estrelinhas. A queima de fogos de artifício ficará a cargo de pessoas especializadas. A cada meia hora subirá um balão  A cada minuto choverá prata. Ao término da festa será uma grande  queima de rodinhas presas a um arame. Centenas delas, em evolução, numa esteira muito colorida.
Venham todos! Gente grande e miúda! É na festa que se atesta que nossa idade não muda!
Se algum menino ficar desapontado agora, quando eu disser a verdade, saiba que mais triste eu fiquei. A festa já acabou. Há quase 20 anos subiram os balões, arderam as achas de lenha, rodopiaram as rodinhas, caíram lágrimas de chuva de prata. A festa já passou. Restam as lembranças, das melhores que tenho, daquela festa de Santo Antônio, organizada por meu tio junto ao estaleiro de Manuel Clementino, a um canto da praça desnivelada – praça igual a vida da gente.
Agora chega outro Santo Antônio. O que vou fazer da minha saudade? Não sei. Talvez escreva a um amigo, mentindo que estou feliz..."
Crônica publicada no jornal “Brazópolis” em 1955
Dados extraídos  do livro “Escritores de Brazópolis” de Isa Faria Guimarães.

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