Wenceslau Braz Pereira Gomes nasceu em 26 de fevereiro de 1868. Era filho de Francisco Braz Pereira Gomes e de Isabel Pereira dos Santos. Nascido na então São Caetano da Vargem Grande, hoje Brazópolis. Seu pai era o chefe político da cidade.
Estudou no tradicional Colégio Diocesano de São Paulo nos anos de 1881 a 1884 e obteve o diploma de bacharel em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1890. De volta a Minas Gerais, foi advogado e promotor público em Monte Santo e foi prefeito da cidade destacando-se na sua administração por ter introduzido o sistema de abastecimento de água na cidade. Presidiu a Câmara Municipal de Jacuí, e a seguir foi deputado estadual.
Entre 1898 e 1902 foi secretário do Interior, Justiça e Segurança Pública do Estado. Elegeu-se então deputado federal (chegando a líder da bancada mineira na Câmara dos Deputados) em 1903. Em 1909 assume a Presidência de Minas Gerais onde fica até se candidatar à vice presidência da república.
Em 1 de março de 1910, Wenceslau Braz é eleito vice-presidente da república, tendo Hermes da Fonseca sido eleito presidente derrotando Rui Barbosa. Em 1913, seu nome foi proposto como medida reconciliatória entre Minas Gerais, São Paulo e os outros estados, como candidato à sucessão de Hermes. Logo de início teve de combater a Guerra do Contestado (crise herdada do governo anterior) e, após debelar a revolta, mediou a disputa de terras entre os Estados do Paraná e Santa Catarina, tendo sido um dos fatores a dar origem ao conflito. Wenceslau Braz definiu em 1916 os atuais limites entre Paraná e Santa Catarina. Em 20 de outubro de 1916, os governadores dos dois estados, assinaram, no Palácio do Catete, um acordo que fixava as divisas entre aqueles estados, o qual foi aprovado pelo Congresso Nacional.
Selo brasileiro com a efígie do presidente Wenceslau Braz.
Enfrentou também diversas manifestações militares, entre elas a Revolta dos Sargentos (1915), que envolvia suboficiais e sargentos.
Chegou à presidência da república depois de ter sido vice do presidente Hermes da Fonseca (1910-1914). Foi indicado para a sucessão presidencial na política do café-com-leite, que se caracterizava pelo revezamento de paulistas e mineiros no comando do país. Candidato único, governou de 1914 a 1918.
Wenceslau definiu seu governo como o "Governo da pacificação dos espíritos", que buscou o entendimento nacional depois do conturbado governo de Hermes da Fonseca. Em seu governo ocorrem os chamados "3 G": A Grande Guerra, (como se chamava, na época, a Primeira Guerra Mundial), a Gripe Espanhola, e as Greves de 1917.
Promulgou o primeiro Código Civil brasileiro, que entrou em vigor em 1 de janeiro de 1916 e que foi a primeira lei a grafar o nome Brasil com a letra S.
O torpedeamento de navios brasileiros, em 26 de outubro de 1917, por submarinos alemães, levou o Brasil a entrar na Primeira Guerra Mundial. Os navios brasileiros à procura de submarinos alemães travaram a sangrenta Batalha das Toninhas, confundindo essa espécie de boto com seus inimigos, mataram dezenas deles.
Devido às dificuldades em importar produtos manufaturados da Europa durante o seu mandato, causadas pela guerra, Wenceslau Braz incentivou a industrialização nacional, porém de forma inadequada, já que o país ainda era essencialmente agrícola, e o governo necessitava de armamentos bélicos que requeriam uma indústria mais sofisticada que a do Brasil de 1914.
Wenceslau morreu em 15 de maio de 1966, em Itajubá, com 98 anos, sendo o mais longevo de todos os presidentes brasileiros e o político que permaneceu mais tempo na condição de ex-presidente da república.
É homenageado por meio de três cidades, uma em Minas Gerais, oura em São Paulo e no Paraná.
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