Certa canoa invejosa
Fazia pouco do rio...
Só pensava no oceano,
Queria ser um navio!
Naviosinho, veleiro
Sempre a singrar, a singrar...
Ouvindo as queixas da lua
Conversando com o mar!
Pensando assim a canoa
Sonhou que era um navio;
Mar à fora, lentamente,
Nem se lembrava do rio!
Ia singrando... singrando...
E as ondas sempre dormindo...
O céu azul, estrelado,
Mar da bonança sorrindo!
Veio depois a tormenta!
A lua esmaeceu...
As ondas logo acordaram
Pois o mar se enfureceu!
O pobre naviosinho
Foi afundando... afundando...
E o furacão lhe dizia:
Adeus navio! Até quando!
Nessa agonia, a canoa,
Estremeceu... acordou...
Beijou o rio dizendo:
Só quero ser o que sou.
Também a gente, na vida,
Quer imitar a canoa...
Ambiciona grandes mares,
Mas não sai duma lagoa.
Um comentário:
Legal, nem consigo mensurar em tempo quando foi que li essa poesia de meu Avô pela última vez.
Valeu Fati!
Marquinho Noronha
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