CIRANDA - Pedro Carteiro - Can-Can – agosto de 1973

Carta postal. Dentro um misturado de alegria, doce amor, lágrimas, rebeldia, paz, saudades...

Pega tudo carinhosamente. Pelas suas mãos vigorosas perfilam envelopes, jornais, revistas, telegramas...

Separa por rua os pacotes, coloca-os em seus braços e sai levando mensagens...

Tudo é mensagem. Concordo com você!

Dentro de sua calça caqui, sua camiseta branca, sobressai seu rosto, de expressão marota demonstrando sempre a alegria tranqüila de servir.

Você é o carteiro a quem todos esperam ansiosamente.

É você que nos faz bailar de alegria ou chorar desesperados.

Ao entregar uma carta, notamos que seus olhos tentam captar nossas expressões.

Se é alegre... com um risinho maroto nos pergunta:

_ “Gostou?”.

Ou então, se é triste, junta sua tristeza à nossa.

Pessoa calma, honesta, vive pela esposa e pelos filhos. Estes pimpolhos pelos quais não mede sacrifícios.

Que seja você o mensageiro, leve a todos os pais brasopolenses, mesmo aos que hoje se encontram distantes de nossa “terrinha”, a nossa mensagem de amor e gratidão.

Ainda mais para aqueles que sofrem pela incompreensão de seus filhos.

Pelos viúvos que sozinhos batalharam, fazendo de seus filhos homens de bem.

Pelos pais velhinhos, abandonados, para que encontre no próximo um filho que os ame, quando alguém de sua própria carne os rejeita.

Seja você, Pedro Carlos da silva (Pedro Américo), nosso querido Pedro Carteiro, o nosso mensageiro da paz e da compreensão, que através de sua simplicidade dá exemplo de amor.

Aceite o reconhecimento dos Cirandeiros.