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8 de maio de 2012

"Branca de Neve": Peça encenada pelas alunas do 4º Magistério em 1986


Éramos alunas do 4º ano do Magistério. Já éramos adultas, professoras, muitas já casadas, com filhos e resolvemos montar a  peça "Branca de Neve e os sete anões" em homenagem às normalistas do 3º ano, pelo seu dia.

 Eu dirigi esta peça, pois estava com o pé imobilizado, eu seria um dos bichinhos.


Mas deu  tudo errado!
 A Efigênia era a narradora, entrava e saía de cena quando era preciso.
No primeiro ato, em que a Madrasta  (muito nervosa, pois tinha passado o dia decorando o texto, enquanto as outras nem estavam aí, pensando saber tudo de cor),  fala com o espelho, sua coroa se enrosca na cortina do palco e cai no chão. A Efigênia, toda solicita, pega, disfarçadamente a coroa , e com as mãos atrás da cortina, tenta colocar a coroa na cabeça dela. Mas toda vez que ela estava quase conseguindo, a Madrasta se movimentava e plateia caía na gargalhada. A Madrasta não sabia o que estava acontecendo e com cara de choro saiu do palco.

Depois entram os anõezinhos cantando: " Eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou".
O local da peça ( o prédio antigo do Colégio) tinha janelas destas antigas, de duas folhas. Um dos anões se enrosca na janela e quando se solta a janela bate na cara do anãozinho de trás. Mais gargalhadas. A plateia já estava chorando de tanto rir.

Pois bem, foi então tudo correndo normalmente... A madrasta, agora bruxa e outra atriz, com sua risada estridente (Já ouviram a risada da Marcinha Vizoto?), entra e dá a maçã à Branca de Neve, que era a Erika Gonzaga. Ela teria que fingir morder a maçã, mas a doida mordeu mesmo um baita pedaço. Fez a cena do desmaio e lá ficou, deitada no chão,  com o pedaço da maçã na boca.

Os anõezinhos apavorados, os bichinhos pulando (aquela bagunça engraçada) e a Branca de Neve tentando conter a risada. Não conseguia mais segurar. Pois bem, ela levantou, pediu desculpa ao público e cuspiu o pedaço de maçã que parou lá na plateia. O público se debulhava de rir.
E chega a grande hora do despertar da Branca de Neve pelo príncipe que seria a Tetê Martins.

Ela,  com uma linda roupa de príncipe entraria, toda maquiada (até  barba ele tinha, pois cortaram o cabelo de alguém e colaram no rosto dela).
Então, na hora certa ela, ou o Príncipe, entraria atrás da plateia,  cantando ou declamando, não lembro-me bem. Expectativa...
Na hora H, a doida da Tetê, entra cavalgando feito uma doida num cavalinho de pau que até empinava e usando uma mascara horrível. Nestas alturas ninguém mais ouvia nada de tantas gargalhadas. O príncipe beijou a Branca de Neve, fazendo as maiores caretas e ela despertou chorando de tanto rir...

O mais interessante é que a plateia toda e também nossas professoras, pensaram que tudo aquilo fazia parte da peça.

Estavam ali presentes alguns convidados de fora, diretores, supervisores, delegado de ensino, etc... Todos adoraram, é claro.

Recebemos vários convites para fazer esta apresentação em cidades vizinhas, pois acharam a "Comédia" maravilhosa.

É evidente que, apesar de sermos um pouco doidas, tínhamos juízo suficiente pra saber que tudo o que aconteceu ali foi sem querer, ficou engraçado, mas  repetir seria impossível...

Nunca mais vou me esquecer deste dia.

Quanta saudade!!!

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