Éramos alunas do 4º ano do Magistério.
Já éramos adultas, professoras, muitas já casadas, com filhos e resolvemos
montar a peça "Branca de Neve e os
sete anões" em homenagem às normalistas do 3º ano, pelo seu dia.
Eu dirigi esta peça, pois estava com o pé
imobilizado, eu seria um dos bichinhos.
Mas deu tudo errado!
A Efigênia era a narradora, entrava e saía de
cena quando era preciso.
No primeiro ato, em que a Madrasta (muito nervosa, pois tinha passado o dia
decorando o texto, enquanto as outras nem estavam aí, pensando saber tudo de
cor), fala com o espelho, sua coroa se
enrosca na cortina do palco e cai no chão. A Efigênia, toda solicita, pega,
disfarçadamente a coroa , e com as mãos atrás da cortina, tenta colocar a coroa
na cabeça dela. Mas toda vez que ela estava quase conseguindo, a Madrasta se
movimentava e plateia caía na gargalhada. A Madrasta não sabia o que estava
acontecendo e com cara de choro saiu do palco.
Depois entram os anõezinhos cantando:
" Eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou".
O local da peça ( o prédio antigo do
Colégio) tinha janelas destas antigas, de duas folhas. Um dos anões se enrosca
na janela e quando se solta a janela bate na cara do anãozinho de trás. Mais gargalhadas.
A plateia já estava chorando de tanto rir.
Pois bem, foi então tudo correndo normalmente...
A madrasta, agora bruxa e outra atriz, com sua risada estridente (Já ouviram a
risada da Marcinha Vizoto?), entra e dá a maçã à Branca de Neve, que era a
Erika Gonzaga. Ela teria que fingir morder a maçã, mas a doida mordeu mesmo um
baita pedaço. Fez a cena do desmaio e lá ficou, deitada no chão, com o pedaço da maçã na boca.
Os anõezinhos apavorados, os bichinhos
pulando (aquela bagunça engraçada) e a Branca de Neve tentando conter a risada.
Não conseguia mais segurar. Pois bem, ela levantou, pediu desculpa ao público e
cuspiu o pedaço de maçã que parou lá na plateia. O público se debulhava de rir.
E chega a grande hora do despertar da
Branca de Neve pelo príncipe que seria a Tetê Martins.
Ela,
com uma linda roupa de príncipe entraria, toda maquiada (até barba ele tinha, pois cortaram o cabelo de
alguém e colaram no rosto dela).
Então, na hora certa ela, ou o Príncipe,
entraria atrás da plateia, cantando ou
declamando, não lembro-me bem. Expectativa...
Na hora H, a doida da Tetê, entra
cavalgando feito uma doida num cavalinho de pau que até empinava e usando uma mascara
horrível. Nestas alturas ninguém mais ouvia nada de tantas gargalhadas. O príncipe
beijou a Branca de Neve, fazendo as maiores caretas e ela despertou chorando de
tanto rir...
O mais interessante é que a plateia
toda e também nossas professoras, pensaram que tudo aquilo fazia parte da peça.
Estavam ali presentes alguns
convidados de fora, diretores, supervisores, delegado de ensino, etc... Todos
adoraram, é claro.
Recebemos vários convites para fazer esta
apresentação em cidades vizinhas, pois acharam a "Comédia"
maravilhosa.
É evidente que, apesar de sermos um
pouco doidas, tínhamos juízo suficiente pra saber que tudo o que aconteceu ali
foi sem querer, ficou engraçado, mas repetir
seria impossível...
Nunca mais vou me esquecer deste dia.
Quanta saudade!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por dar a sua opinião.
Elogie, critique, mas faça isso com educação.
- Comentário com palavras de baixo calão será excluído.