6 ANOS LEVANDO AS NOTÍCIAS DA TERRINHA QUERIDA

AQUI, FÁTIMA NORONHA TRAZ NOTÍCIAS DE SUA PEQUENA BRAZÓPOLIS, CIDADE DO SUL DE MINAS GERAIS.

E-MAIL DE CONTATO: fatinoronha@gmail.com

24 de agosto de 2010

Homenagem a Noé Pereira Serpa - Juliana Renó Serpa de Carvalho


No dia 24 de agosto de 1916 nascia em Luminosa uma pessoa muito especial que seria lembrada e imortalizada por muitos brazopolenses não somente por seus feitos, mas pela sua generosidade. Falo do meu querido e saudoso avô Noé Pereira Serpa que hoje completaria 94 anos.

Noé Pereira Serpa não foi somente o comerciante que recebia com muita educação e atenção os clientes da sua loja Arca de Noé, localizada na parte de baixo de sua residência, como era costume da época, tampouco o homem político, prefeito de Brazópolis durante a década de 1960 e que contribuiu para significativas melhorias da cidade. Ele foi sobretudo um pai zeloso, um avô, bisavô, trisavô amoroso e um homem bondoso que sempre ajudava os necessitados, nunca negando comida ou ajuda financeira às pessoas simples e humildes (às vezes nem sempre tão simples assim) que subiam as escadas da sua casa para pedir auxílio.

Guardo com muito carinho as boas lembranças que tenho do vô Noé, como era chamado por seus netos e bisnetos. Quando chegávamos de São Paulo, lá estava ele esperando para nos receber com grande efusão, entusiasmo e muitos beijos. E nas despedidas eram choros, o habitual dinheirinho "para o doce" e a saudade da casa alegre e cheia de netos. Lembro dos discursos que ele fazia à mesa após o almoço e o jantar, reminiscências de sua vida política, às vezes um pouco exaltados, o que fazia preocupar as filhas e a vó Francisca, mas que sempre terminavam com sua risada bonacheira. Agradava muito os netos e bisnetos, comprando-nos guloseimas e nos dando sempre um "trocadinho para o sorvete".

Um fato que me marcou durante a nossa convivência foi uma "aventura" que fizemos. Ele chegou de carro, mal entrou em casa e chamou meus irmãos e eu para um passeio. Embora tivesse já ultrapassado significativamente os 80 anos, ele ainda dirigia seu Ford Belina Del Rey pelas ladeiras de Brazópolis e nos levou ao Pesqueiro Piraquara, onde passamos metade da tarde a pescar e passear. Quando chegamos em casa, por volta de umas 7 horas da noite do mês de julho e, portanto, quando o sol se põe mais cedo, lá estavam as mulheres da casa preocupadas com nosso "sumiço" repentino.

Há 6 anos ele partiu para o Paraná (para onde ele sempre dizia que iria um dia) deixando muitas lágrimas e saudade aos que ficaram. Ele foi se encontrar com minha avó Francisca e com todos os outros parentes e amigos que o esperavam de braços abertos na nova morada onde não existe sofrimento, dor, ódio e inveja
Seu legado principal neste mundo foi o amor, a dignidade e a sabedoria que fazem dele uma pessoa querida e sempre viva na memória de todos.

Vô, feliz aniversário!

Uma homenagem de sua neta Juliana, sua filha Marlene e de todos os outros filhos, netos, bisnetos e genros.

10 comentários:

Lívia disse...

Alem de um avô seloso, ele e vovó eram exemplos de que por mais que os anos passem um verdadeiro amor nunca morre...lembro de que todos os dias de manhã ele era o primeiro a acordar, preparava o café e levava na cama para a vovó.
Sempre chorava ao lembrar o dia em que a pediu em casamento..Amor que ele ensinou a todos nós da familia dele.Te amo Vô Noé!

Lívia disse...

escrevi zeloso errado...vixi.rs
mais oq eu nunca esqueço são os discursos politicos em seu escritório embaixo da escada, as paredes cobertas por calendários, fotos de ex-presidentes e sua coleção de jornais...e sua preocupação em ver todos bem!São tantas hsitórias q eu poderia ficar aqui horas contando...Sua presença faz muita falta..

Larissa disse...

Sim, vô Noé foi sinônimo de Amor. Me lembro nos dias que ele nos deixou a casa dele estava cheia de visitas. Era costume comer na sala de jantar, porem como eramos muitos, meu tio Bayardo sugeriu que nós fossemos todos almoçar na mesa maior, na sala, assim ficariamos todos na mesma mesa. Foi quando eu notei que o vô Noé estava lacrimando. Dei um toque pra vó Marli e perguntei porque.
Ela respondeu que foi a primeira vez que estavamos comendo naquela mesa desde que a vó Francisca tinha partido. Isso me fez entender que o vô Noé “ainda é” um sinônimo de Amor, pois no dia que ele nos deixou, ele estava chorando de saudades da vovó com quem ele foi casado por 65 anos. Foi no seu ultimo dia com nós ele ainda estava apaixonado e vibrando com amor. Feliz Aniversário vô Noé, manda abraços pra vó.

Unknown disse...

Querida Juliana
Você nos emocionou com a homenagem que prestou ao seu avô.Parabéns.
Com afeto de seus pais Marcelo, Marlene

Fátima Noronha disse...

Sempre gostei de "fuçar" o passado das pessoas e de nossa Brazópolis.Acho que dá pra notar isso aqui no meu blog.
E pra contar histórias era com ele mesmo.
Quantas vezes ele me contou coisas interessantes e engraçadas.
Ficava horas "entrevistando" o Seu Noé!Tenho muitas histórias que ele me contou. Um dia contarei algumas delas aqui...
Sinto não conversado mais com ele...
Amigo, que sua festa aí no Céu seja bem animada!
Sentimos sua falta!

La Nostra Italia disse...

Agradeço a Fátima pela oportunidade de prestar nossas singelas e sinceras homenagens àquele que nos deixou uma lição de vida e amor, o nosso eterno vô Noé.
Que ele seja um exemplo para todos nós.
Um feliz aniversário de todos que o amam!

Amanda Fróes disse...

Fikei sabendo através das primas que hoje seria o aniversário do Vô Noé, porém não estou aqui para desejar-lhe um feliz aniversário, pois, já não está mais entre nós, estou aqui para pedir que olhe por todos nós, que nos proteja e que a sua passagem seja feita da forma mais proveitosa. Amamos você e a Vó francisca...

Unknown disse...

A Lívia tem razão, se fôssemos contar todas as histórias que ouvimos e presenciamos durante todos os anos que convivemos com o Vô Noé (os feriados, fins de semana, festas, Natais, Anos Novos, etc, etc...)escreveríamos um livro.
O texto da Juliana lembrou bem dos muitos momentos de confraternização ocorridos em sua casa. Foram tantas as conversas no alpendre, jogos de dama e baralho na sala, sem falar nas discussões sobre política (que era o que ele mais gostava). Lembro-me também que dormíamos todos, Juliana, Lívia, Marcelinho e eu (a Larissa ainda era muito pequena), na saleta, onde as conversas rolavam a noite toda. Enfim, cresci naquela casa da praça, aquela que todos sabiam onde era e conheciam o seu dono, grande parte dos momentos mais agradáveis e felizes da minha vida foram vivenciados lá.
Ainda guardo na memória a imagem da Vó Francisca e do Vô Noé sentados, sempre um ao lado do outro de mãos dadas.
Um Feliz Aniversário Vô Noé, pois o corpo (matéria) pode ser mortal, mas sua alma não.

Eloisa Menezes Serpa disse...

Lindo, lindo , lindo....
Eu tambem tenho as minhas histórias inesqueciveis com o Tio Nóe...
Que antes de partir fez questão de vir ate aqui pra se despedir de mim.
Beijaozao no coração desse tiozão que jamais esquecerei.
Elô Serpa

Larissa Serpa disse...

Eu bisneta do Noé Pereira Serpa que para mim não existia o ‘Bis’ sempre foi o Avô, pois agradeço a Deus por ter me dado á oportunidade de ter conhecido esta pessoa adorável e amável.
Lembro-me quando ele estava na janela do quarto dele declamando um poema, sempre me deparava com esta cena e com este mesmo poema ‘’ que eu me lembre’’, que com poucos anos de idade aprendi este poema e tive a felicidade de algumas vezes me juntar a ele e declamar esse poema que tanto demonstra o seu carinho por Brazópolis. O vô Noé me ensinou poema, me contou histórias que me lembro até hoje e me ensinou uma oração que oro até hoje,(sei que todos os familiares guardam uma lembrança pois nenhuma pessoa passava 10 minutos com ele sem uma aprendizagem).Tantos acontecimentos e tantos momentos junto dele, que ficaram eternamente gravadas em minha memória, o carinho pela esposa, filhos, netos, bisnetos, familiares e até mesmo pessoas que não eram parentes.
Momentos...quando eu estava morando com ele e com minha avó Marli Serpa (sua filha), quando minha avó estava ocupada para pegar a cervejinha dele e ele me chamava de pamonha ou de Aninha (minha mãe), me chamava assim por esquecer o meu nome, mas mesmo assim eu ia com um grande sorriso e prazer de atende-lo para ir buscar na geladeira aquela famosa cervejinha antes do almoço e antes do jantar.
Quando escutávamos o carro da pamonha o nosso sorriso se abria para descer e ir comprar.
Bom falei um pouco da minha convivência com o vô Noé que sinto falta, que de vez em quando olho pro lado e se vejo um idoso sinceramente me dar vontade de abraçar para descontar a saudade que tanto sinto, sei que aprendi muita coisa com ele e tenho orgulho por ser Serpa, tenho orgulho de falar sou Neta do Noé Pereira Serpa. Sei que sua presença jamais será esquecida. BeijOS meu Avô curta o Paraná e Mande BeijOs para avó Francisca, pois aguardo meu momento para poder te visitar e permanecer contigo.
Beijos te amo de sua Neta Larissa Serpa

Postar um comentário

Obrigada por dar a sua opinião.
Elogie, critique, mas faça isso com educação.
- Comentário com palavras de baixo calão será excluído.