6 ANOS LEVANDO AS NOTÍCIAS DA TERRINHA QUERIDA

AQUI, FÁTIMA NORONHA TRAZ NOTÍCIAS DE SUA PEQUENA BRAZÓPOLIS, CIDADE DO SUL DE MINAS GERAIS.

E-MAIL DE CONTATO: fatinoronha@gmail.com

20 de abril de 2010

LEMBRANÇAS - AS BARRAQUINHAS NA PRAÇA

“Uma das coisas de que mais sinto saudades em Brazópolis é das inesquecíveis barraquinhas.
Lembro-me bem da primeira vez que participei, foi em 1939. Era para ajudar na construção do Hospital São Caetano. Eu pertencia à Barraca Cigana e a outra era a Holandesa. Lembro-me da Isolina, irmã da D. Jorgina, vestida de cigana, olhando a sorte das pessoas. A decoração das barracas era feita no maior capricho. Eram duas barracas por ano que competiam, sempre montadas na Praça da Matriz. No meio das duas barracas adversárias, tinha a barraca central, onde eram apresentados os shows, ficavam os jurados e o locutor que animava o povo.
As garotas de cada barraca, vestidas com trajes típicos, cantavam, dançavam, declamavam e também saíam pela praça convidando os presentes para irem para as suas barraquinhas, onde eram servidas comidas deliciosas. As meninas também vendiam o “correio elegante” que era um sucesso.
A competição entre as barracas era muito acirrada. As pessoas que pertenciam às barracas adversárias, durante esse período, ficavam sem se falar, tamanha a rivalidade. As barraquinhas duravam 2 meses, mas muitos meses antes já se programava o que íamos fazer, o que íamos apresentar. Tudo no mais absoluto sigilo.
Lembro-me bem do Zé do Tronco, que presidia uma barraca e da D. Ivone Murad que presidia a outra. Os dois defendiam a suas barracas com unhas e dentes. Traziam até mesmo grandes atrações de outras cidades para se apresentarem aqui.
As barracas faziam paródias de músicas de sucesso da época para se insultarem. E depois que acabavam as barraquinhas, todos voltavam a ser amigos novamente.
Tinham também barraquinhas de jogos, o mafuá, que era o lugar onde ficavam expostos os prêmios que seriam sorteados.
Outro ano que me marcou muito, foi quando participei da Barraca da Aviação, as outras eram a Barraca da Marinha, a Havaiana, Húngara, Mexicana, Psicodélica e outras que não me lembro agora.
Quase toda a população da cidade participava, a praça lotava e todos na maior animação.
Foi uma pena que tudo isso acabou, mas quem sabe um dia volta.”
Entrevistada:
Judith Gomes F. Minchetti
Professora aposentada.
(este relato fez parte do trabalho “Lembranças de Brazópolis”, elaborado por ocasião do centenário da cidade)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por dar a sua opinião.
Elogie, critique, mas faça isso com educação.
- Comentário com palavras de baixo calão será excluído.