No teste da OAB Estado melhora índice de desempenho em exame, fica em quinto lugar no país e põe quatro universidades entre as 20 primeiras, mas duas faculdades mineiras não aprovam ninguém. Duas faculdades tiveram índice zero de aprovação.
Minas é o quinto estado em aprovação no último exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com índice de 27,63% de aproveitamento, atrás da Bahia (30,64%), Santa Catarina (29,9%), Rio Grande do Sul (28,78%) e Rio de Janeiro (28,27%). Os mineiros podem se orgulhar de ter quatro instituições de ensino entre as 20 que mais se destacaram na prova. São elas as universidades federais de Minas Gerais (UFMG), de Juiz de Fora (UFJF) e de Viçosa (UFV) e a Estadual de Montes Claros (Unimontes). Mas o estado também tem razões para se preocupar com a qualidade do ensino, já que duas faculdades tiveram índice zero de aprovação no exame (veja lista abaixo) e 14, aproveitamento inferior a 10%, todas particulares.
A lista com o desempenho das instituições de ensino no 5º Exame Unificado da Ordem foi divulgada ontem, pela OAB. Segundo a entidade, 106,8 mil candidatos fizeram o teste, dos quais 26.010 foram aprovados e vão receber a carteira que permite aos bacharéis em direito trabalhar como advogados. Minas teve 11.312 estudantes na prova e pouco mais de um quarto deles foi aprovado. Em todo o país, as universidades federais do Espírito Santo e de Pernambuco lideram o ranking de desempenho, com índice de 80,8% e 78,57%, respectivamente.
A UFMG aparece na terceira colocação, com aprovação de 77,89%. Para a diretora da Faculdade de Direito da instituição, Amanda Flávio de Oliveira, o bom resultado na prova da OAB é resultado da tradição, da inquietude intelectual dos estudantes, de um corpo docente de alto nível e da abertura aos novos fatos e fenômenos na vida contemporânea. “O prestígio é fruto da qualidade. Sempre estivemos entre os melhores do país e, mais do que isso, nossa nota é cada vez mais alta”, disse. A Faculdade de Direito da UFMG, fundada em Ouro Preto, completa 120 anos em 2012. A cada semestre, são cerca de 120 formandos.
Na avaliação do presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, apesar de o índice de aprovação ainda estar longe do ideal – apenas 30,64% no país –, houve um significativo avanço em relação aos exames anteriores. Na penúltima edição da prova, 88,2% dos bacharéis em direito inscritos foram reprovados e, em anos anteriores, a taxa já havia chegado perto dos 90%. “O exame de ordem é termômetro para aferir a qualidade do ensino jurídico brasileiro e, como tal, serve de referência para a comunidade acadêmica, não apenas a jurídica, no sentido de oferecer subsídios para melhor qualificar os futuros profissionais de direito", declarou Ophir.
Mau desempenho
Os dados divulgados pela OAB acendem o sinal de alerta sobre a qualidade dos cursos oferecidos em algumas instituições de ensino particulares de Minas. Duas delas, as faculdades de Direito de Carangola (FDC) e a de Ciências Sociais Aplicadas de Extrema (Faex), tiveram índice zero de aprovação. A Faex, no Sul de Minas, que teve 19 inscritos no exame, argumenta que teve desempenho superior ao da edição anterior e que está “se adaptando às exigências da OAB” para alcançar melhores resultados.
A Faculdade de Ciências e Tecnologia de Unaí (Factu) se disse surpresa com os índices satisfatórios e listou ações para reverter o quadro, como contratação de novos professores e modernização da biblioteca e da estrutura física da instituição. As outras oito instituições com os piores desempenhos no exame em Minas foram procuradas pelo Estado de Minas, mas não se pronunciaram.
O MELHOR E O PIOR
AS 10 INSTITUIÇÕES DE MINAS COM MAIOR ÍNDICE DE APROVAÇÃO NA OAB
Instituição Índice de aprovação
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 77,89%
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) 76,12%
Universidade Federal de Viçosa (UFV) 69,57%
Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) 66,67%
Universidade Federal de Uberlândia (UFU) 64,52%
Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) 56,67%
PUC Minas (Coração Eucarístico- BH) 55,05%
Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam) 48,65%
PUC Minas (Avenida Brasil – BH) 46,8%
Faculdade de Direito Milton Campos (FDMC) 46,64%
AS 10 INSTITUIÇÕES DE MINAS COM PIOR ÍNDICE DE APROVAÇÃO NA OAB
Instituição Índice de aprovação
Faculdade de Direito de Carangola (FDC) zero
Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Extrema (Faex) zero
Instituto Belo Horizonte de Ensino Superior (Ibhes) 3,7%
Centro Universitário do Triângulo, de Araguari (Unitri) 5%
Faculdade de Direito de Itabira (FDI) 5,41%
Fac. de Ciências Jurídicas Prof. A. Deodato de Vespasiano (FCJPAD) 6,9%
Universidade José do Rosário Vellano, de Poços de Caldas (Unifenas) 7,14%
Faculdade de Sabará (Soecs) 7,69%
Faculdade de Ciências e Tecnologia de Unaí (Factu) 7,89%
Faculdade São Francisco de Piumhi (Faspi) 8,57%
Memória
Estado perde 1.314 vagas
Em meados do ano passado, o Ministério da Educação determinou o fechamento de quase 11 mil vagas em cursos de direito do Brasil. Em Minas, o corte atingiu 20 faculdades e universidades, que perderam 1.314 vagas para o segundo semestre letivo de 2011. A medida cautelar do ministério atingiu cursos com notas 1 e 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPC), cuja escala vai de 1 a 5. Esse indicador é uma referência de qualidade que leva em conta o rendimento dos alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o antigo provão, além de variáveis como a titulação dos professores, a infraestrutura da instituição e os recursos didático-pedagógicos para aprendizagem. As notas 1 e 2 são consideradas insatisfatórias; a nota 3, razoável; e 4 e 5, boas. Em Belo Horizonte, quatro instituições foram afetadas. Mas os cursos de direito não são o único alvo do MEC. Em dezembro, a punição para graduações com nota vermelha em avaliações do governo federal levou ao fechamento de 8.581 vagas no país, sendo 989 delas em Minas. Os cortes atingiram cursos de medicina, biomedicina, fisioterapia, odontologia, enfermagem, farmácia, nutrição, fonoaudiologia, educação física e serviço social. A medida foi aplaudida por entidades de classe, como os conselhos regionais e federais que regulamentam as profissões, mas foi criticada por especialistas em educação, que questionam os critérios usados pelo MEC.
( texto extraído do jornal o Estado de Minas)
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