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19 de outubro de 2011

What about life? - Patrick Reis

A gente nasce e como quem não quer nada, vai crescendo e crescendo. E depois de aprender a andar, a comer, e falar, tentamos, com nosso pouco conhecimento começar a viver...

Aos 10 anos não sabemos nem quem somos, nem o que ainda queremos... Só sabemos que brincar já está se tornando uma coisa de 'criança', mas mesmo assim, escondido [ou não] ainda pegamos aqueles brinquedos velhos para, mesmo sem perceber, tentar resgatar um pouco daquele tempo bom de 'criança'...

Aos 17, queremos sair loucamente pro mundo e fazer o que nos der na telha... Tá bom, daí tudo se resume a liberdade ou rompimento de regras, mesmo que as regras sejam para o nosso bem... Nossa casa parece não nos caber mais e o que mais temos vontade é de sair com uma mochila nas costas e o mundo nos pés...

Aos 23 temos medo, e talvez um pouco de frustração... Afinal, o que nos tornamos?! Era realmente isso que eu queria que eu fosse há 5 anos?! Talvez sim, talvez não... E pode ser que nessa idade você perceba que seus pais não querem te controlar, só cuidar de você, mesmo de longe...

Daqui pra frente, são apenas expectativas e observações, pois meus números param por aí...

Aos 30 você tem a certeza que sua casa era o melhor lugar do mundo [mesmo que seja tarde pra ver isso] e você resolve fazer aquela visita inesperada aos seus pais... E descobre que ficar sentado à mesa, olhando a vida da família acontecer é mais prazeroso que passar noites intermináveis em baladas

Aos 40, talvez você já seja pai ou mãe, marido ou mulher... Talvez [nessa nossa sociedade moderna] esteja se casando ou se casando de novo, talvez esteja se divorciando... Talvez esteja vivendo o primeiro amor, afinal a vida começa aos quarenta, não?!

Aos 50 e poucos, aquele medo que eu falei dos vinte e três se tornam mais reais [e mais dolorosos] porque aqueles que te embalavam no colo talvez estejam agora se esvaindo pelos dedos... E os minutos que lhes restam talvez seja em uma cama, e nessa hora eu digo pra você largar tudo e permanecer em inércia ao lado deles, porque quando a situação era inversa, eles não pensaram duas vezes se isso seria o melhor... E talvez, depois disso tudo você ainda sinta a maior dor que qualquer ser humano pode sentir... A despedida...

Aos 65 você pode ter se aposentado, pode estar morando na praia ou nas montanhas... E seus filhos já começarão a ter filhos, e você receberá o título de avô ou avó... E terá de fazer doces, contar piadas e brincar [mesmo que a dor na coluna seja insuportável]... E um dia quem sabe, seus netos lhe dirão que você é mais legal que os pais deles, porque não cabe mais a você as broncas... Isso é papel dos pais, poxa...

Aos 80 sua vida vai ficando mais monótona ou não... A expectativa de vida aumentou, então anime... Você ainda poderá estar praticando esportes e vendo seus netos entrarem na faculdade... E tudo vai bem, obrigado...

Aos 90 e poucos... As coisas vão ficando mais transparentes e o movimento de tudo parece ser mais rápido... E talvez nessa hora você pense: O que foi feito de mim, meu Deus? Mas talvez tenha chegado a hora de não mais olhar pro futuro sempre incerto, mas sim olhar pra trás e ver quanta coisa boa você deixou pelo caminho...

E nessa hora seu filho vai estar do seu lado, cuidando de cada esquecimento seu, de cada lágrima que você derramar por não saber para onde está indo... E talvez seja só nessa hora que você vai sentir que tudo que você viveu valeu a pena, porque só quando perdemos algo sabemos o quão importante ela foi pra gente...

Eu não sei nada da vida, e muito menos do que será feito de mim daqui pra frente... Eu sei que voltar pro começo é algo impossível, portanto parto daqui pro futuro esperando chegar aos 90 e sentir o prazer de olhar pra trás e ver que eu soube viver a vida do jeito que ela merecia ser vivida!!!

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