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1 de agosto de 2011

Cidades mineiras disputam título de local de nascimento de personalidades políticas

Por Daniel Camargos

Publicação: 31/07/2011 07:08
Atualização: 31/07/2011 08:40

Bom Despacho e Pitangui "brigam" por Olegário Maciel, que comandou a administração mineira de 1930 a 1933

Artur Bernardes, Wenceslau Braz, Olegário Maciel e Benedito Valadares são políticos com atuação destacada na primeira metade do século passado. Que eles são mineiros, não há dúvida. Porém, em qual cidade eles nasceram é uma questão polêmica, que opõe radicalmente localidades e cria um imbróglio que só as velhas raposas da política mineira poderiam dirimir. Grande parte das dúvidas se deve às emancipações e aos desmembramentos das cidades, ocorridos depois do nascimento desses políticos.



Nos livros de história está cravado que Artur Bernardes é natural de Viçosa, na Zona da Mata mineira. O político foi presidente de Minas Gerais e do Brasil. Criou um séquito, chamado de “bernardistas”, e marcou época na história da República Velha. Deixou um legado na cidade e é considerado o responsável pela fundação da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Mas Bernardes também é ligado à história da pequena Cipotânea, cidade de 6,5 mil habitantes. “No livro de tombos, que registra os batizados, consta que ele nasceu aqui”, garante o padre Rogério Venâncio Resende.



O professor aposentado Adair Moreira também tem certeza do local de nascimento de Bernardes. Ele conta que seu avô José Gomes Moreira foi amigo de infância do então garoto Artur e que o futuro presidente se mudou para Viçosa quando tinha 5 anos, em 1880. A essa época, Cipotânea era apenas um distrito de São Caetano do Xopotó, que por sua vez pertencia à cidade do Alto do Rio Doce. O pai de Adair e filho de José Gomes Moreira, Levindo Moreira das Neves, com 103 anos, foi o primeiro prefeito depois da emancipação de Cipotânea, em 1953, e é testemunha do local de nascimento de Bernardes, repassando as histórias de pessoas que conviveram com o ex-presidente nos primeiros anos de vida.



Distante 90 quilômetros de Cipotânea, Viçosa ostenta na praça principal a Casa Artur Bernardes, museu com objetos e arquivos do ex-presidente reunidos na propriedade em que Bernardes morou. A coordenadora da casa, Helena Fortes, não tem dúvida. “Ele nasceu em Viçosa. Tem tudo aqui registrado”, afirma. Além disso, a casa e a ligação do ex-presidente com a cidade são argumentos fortes para sustentar o nascimento de Bernardes em Viçosa. O professor Adair apresenta, porém, outro argumento para defender o nascimento em Cipotânea: “A ponte de ferro, principal atração da cidade, foi construída durante o governo de Artur Bernardes na Presidência, de 1922 a 1926. “A família dele se mudou para Viçosa porque lá já era uma cidade constituída”, explica Adair.



Coincidência



Na linha do tempo, antes de Arthur Bernardes vieram os presidentes Delfim Moreira e Epitácio Pessoa – por sinal, eles nasceram em Cristina, no Sul de Minas, e em Umbuzeiro, na Paraíba, respectivamente –, que governaram o Brasil entre 1918 e 1922. Os dois sucederam a Wenceslau Braz, que compartilha com Bernardes a dúvida sobre o local de nascimento. Eleito presidente em 1914, Wenceslau Braz derrotou Rui Barbosa e foi um dos pilares da sustentação da política do café com leite, como era chamada a alternância de poder entre mineiros e paulistas no período denominado de República Velha, que compreende o início da República, em 1889, e a Revolução de 1930.



Coladinhas uma na outra, Itajubá e Brasópolis, no Sul de Minas, disputam o posto de berço de Wenceslau Braz. Enganam-se aqueles que relacionam o nome de Brasópolis a uma referência direta ao filho mais ilustre. O topônimo é mera coincidência e tem como origem a homenagem ao coronel Francisco Braz Pereira Gomes. Na segunda metade do século 19, quando o ex-presidente nasceu, o local era distrito de Itajubá, chamado de São Caetano da Vargem Grande.



Desse detalhe nasce a confusão, com cada uma das cidades puxando o ex-presidente para seu lado. A secretária de Cultura e Turismo de Itajubá, Fábia Izidora, não tem dúvida de que Wenceslau nasceu em sua cidade. “Foi no distrito de São Caetano da Vargem Grande, que, com a emancipação, virou Brasópolis. Mas à época pertencia a Itajubá”, argumenta. A certeza é tanta que no mês que vem será inaugurada uma ala no museu da cidade com objetos do ex-presidente. “São abotoaduras, bengalas e uma série de documentos”, conta Fábia. Além disso, a cidade rende uma série de homenagens a ele, com nomes de edificações públicas, como a escola estadual e o tombamento histórico da casa onde ele morou.



Já a secretária de Cultura de Brasópolis, Maria Elizabete Gomes Faria, lamenta que o Solar dos Brás, casa em que o ex-presidente nasceu e que foi durante anos sede da escola, tenha sido demolido. “É o filho mais ilustre da cidade. Ele nasceu no distrito que deu origem a Brasópolis”, sustenta Elizabeth.
 
Fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2011/07/31/interna_politica,242501/cidades-mineiras-disputam-titulo-de-local-de-nascimento-de-personalidades-politicas.shtml
 

5 comentários:

Anônimo disse...

Ano que vem o Grupão completará 100 anos, em 2014 fará 100 anos que morreu o Cel. Francisco Braz e que o Wenceslau chegou à presidencia da republica e o que nossa cidade fará para comemorar???????????? nem um museusinho, nada??? então, acho que ele proprio gostaria de ser itajubense.............

Fátima Noronha disse...

Na verdade Wenceslau Braz tomou posse como presidente em 1914 e o Grupão fez 100 anos em 2007. Ano que vem, 2012, o prédio do Grupão é que fará 100 anos.

Anônimo disse...

Se formos seguir a lógica de Itajubá os nascidos no Brasil antes da independencia são todos Portugueses. É uma questão de descidir quem tem mais poder. Onde ficamos nesta história? Onde estão nossas referencias?

Anônimo disse...

Não temos nem um Museu de Oficios para preservar a memória dos cidadãos comuns e já estamos reinvidicando um espaço para apenas um cidadão!

Anônimo disse...

Lamentar não é função publica.

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