Não há nesse mundo coisa melhor do que risada solta que solta lágrima.
Observe crianças brincando. Há mais seriedade no menino-caminhoneiro ou na menina-dona-de-casa, do que em adultos, reais caminhoneiros e donas-de-casa. Mas seriedade é uma coisa, solenidade é outra. Pra brincar, seja sério, nunca solene. E para viver? Ah, aí, que tal uma pitada de humor? Ela quebra qualquer solenidade. Não tem nesse mundo coisa melhor do que rir onde não pode. Dentro de igreja e em velório, nem se diga! – são os campeões no quesito.
É ridículo levar-se muito a sério.
Não ter humor é não ter humildade, lucidez, leveza. O sujeito demasiado cheio de si, certamente, é demasiado enganado sobre si. O excesso de seriedade é sempre suspeito e inquietante: deve haver alguma ilusão ou fanatismo. O que faltou ao Eclesiastes para dizer o essencial foi só a tal pitada de humor.
Mas é bom não confundir humor com ironia. A ironia ri do outro, tenta se fazer valer. O humor ri de si, procura se abolir. A ironia é pesada, o humor é leve. A ironia fere, domina. O humor cura, liberta.
Podemos gracejar de tudo: do fracasso, da morte, da doença... Um paciente com câncer me dizia: “Nasceu um carocinho aqui e continua pagão por falta de nome!” Outro, quando soube que o câncer era uma célula que apronta confusão com as outras, batizou o dele com o nome de uma tia velha que brigava com a família inteira. Negação da realidade? Os chatos-de-plantão que me perdoem, mas a realidade não merece ser tão considerada. Ela sequer sabe direito o que é! O que chamamos de Eu é esse conjunto de ilusões que nos estrangula. Ao dar-de-ombros a ele, ele passa a se chamar espírito.
Podemos rir de tudo, mas é preciso que a esse riso se acrescente a alegria. Uma piada de judeu nunca terá graça na boca de um antissemita. O riso não é tudo e não desculpa nada. O humor pode rir de tudo, com a condição que primeiro ria de si.
Freud se divertia com essa piada de um anúncio americano: Por que viver, se você pode ser enterrado por apenas 10 dólares? Quando nos interrogamos demais sobre o sentido da vida, ficamos doentes, porque (na real) ele não existe concretamente, como um pedaço de queijo no meio do pão. E é com isso que o humor se diverte. O humor é triunfo do narcisismo, sim, mas sobre o narcisismo, triunfo que reduz o Eu só ao tamanho que lhe cabe.
Humor ... Amor ... Sorrir ao pensar em quem amamos é amar duas vezes. Sabe aquela pessoa de quem é impossível se lembrar sem sorrir, sem ficar leve e livre? Então, essas, a gente sabe que ama. O restante, apenas suporta.
“Prometes ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença...?”
Não seria demais inserir uma nota-de-rodapé aos votos matrimoniais incluindo a constância no bom humor. Casamento consegue resistir a muita coisa. Mas a mau humor, ah, isso sim é pedir demais!
Não ter humor é não ter humildade, lucidez, leveza. O sujeito demasiado cheio de si, certamente, é demasiado enganado sobre si. O excesso de seriedade é sempre suspeito e inquietante: deve haver alguma ilusão ou fanatismo. O que faltou ao Eclesiastes para dizer o essencial foi só a tal pitada de humor.
Mas é bom não confundir humor com ironia. A ironia ri do outro, tenta se fazer valer. O humor ri de si, procura se abolir. A ironia é pesada, o humor é leve. A ironia fere, domina. O humor cura, liberta.
Podemos gracejar de tudo: do fracasso, da morte, da doença... Um paciente com câncer me dizia: “Nasceu um carocinho aqui e continua pagão por falta de nome!” Outro, quando soube que o câncer era uma célula que apronta confusão com as outras, batizou o dele com o nome de uma tia velha que brigava com a família inteira. Negação da realidade? Os chatos-de-plantão que me perdoem, mas a realidade não merece ser tão considerada. Ela sequer sabe direito o que é! O que chamamos de Eu é esse conjunto de ilusões que nos estrangula. Ao dar-de-ombros a ele, ele passa a se chamar espírito.
Podemos rir de tudo, mas é preciso que a esse riso se acrescente a alegria. Uma piada de judeu nunca terá graça na boca de um antissemita. O riso não é tudo e não desculpa nada. O humor pode rir de tudo, com a condição que primeiro ria de si.
Freud se divertia com essa piada de um anúncio americano: Por que viver, se você pode ser enterrado por apenas 10 dólares? Quando nos interrogamos demais sobre o sentido da vida, ficamos doentes, porque (na real) ele não existe concretamente, como um pedaço de queijo no meio do pão. E é com isso que o humor se diverte. O humor é triunfo do narcisismo, sim, mas sobre o narcisismo, triunfo que reduz o Eu só ao tamanho que lhe cabe.
Humor ... Amor ... Sorrir ao pensar em quem amamos é amar duas vezes. Sabe aquela pessoa de quem é impossível se lembrar sem sorrir, sem ficar leve e livre? Então, essas, a gente sabe que ama. O restante, apenas suporta.
“Prometes ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença...?”
Não seria demais inserir uma nota-de-rodapé aos votos matrimoniais incluindo a constância no bom humor. Casamento consegue resistir a muita coisa. Mas a mau humor, ah, isso sim é pedir demais!
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