Início dos 60, domingo de carnaval, à
tarde, um grupo de cinco rapazes de Itajubá resolveu tomar umas cervejinhas no
Bar do Zé do Tronco, em Brazópolis.
Estavam num jipe Willis da fábrica
de doces Vera Cruz, dirigido pelo Chiquinho Valente, filho do Sr. Manoel
Valente sócio daquela empresa; mais o Renato Carneiro (da sorveteria), mais o
João Corrêa (que há pouco nos deixou) e o Evanir Alkmim (do Hotel Alkmim ).
Com o jipe estacionado em frente ao
bar do Zé do Tronco e ao lado do Clube Recreativo, três tomavam cerveja dentro
do bar e dois zanzavam pela praça, apreciando as meninas.
Lá pelas tantas, desfilou pela
praça, (esclarecido mais tarde), uma jovem Senhora carioca em trajes bem
avançados para a época. Um dos rapazes lhe fez um ligeiro elogio. A mulher era
esposa de um Juiz ou Promotor, recém transferido para aquela Cidade.
Mais tarde, com todos os cinco
rapazes sentados em torno de uma mesa no interior do bar, o Sr. Zé do Tronco,
que conhecia as famílias de todos, gritou: Fujam que está vindo uma guarnição
da Polícia para prende-los por desrespeito a esposa do Juiz ou Promotor. Depois
vocês acertam a conta.
Quando a Polícia surgiu na Praça, o
Jipe já estava ligado e alguns só conseguiram pular para dentro já na esquina
de baixo, com os Policiais correndo atrás.
O jipe saiu de Brazópolis pela
estradinha de terra da máquina de arroz e disparou em direção a Itajubá.
Passado o susto e já chegando em
Piranguinho, os idiotas resolveram parar no Bar do Sr. Lico, para mais umas
cervejinhas, agora acompanhadas pelo famoso pastel.
Após mais ou menos 1 hora, saíram
todos com a próxima parada definida para Itajubá.
Surpresa!! A estradinha que existia
atrás da Barraca Vermelha estava bloqueada pela Policia.
Tinha uns oito amarelos, chefiados
pelo Sargento Tiãozinho. O pau comeu solto a base de cassetete. Tiraram os
cintos, os sapatos, as camisas de todos, e os conteúdos dos bolsos.
E de volta para Brazópolis. Silêncio
total, com os cinco deitados no piso de uma kombi.
A chegada à delegacia foi triste. A
metade da população estava esperando, e os cinco seguindo em fila indiana para
a cela.
Antes de serem colocados na cela, o
carcereiro molhou todas as paredes e o piso com um esguicho. Isso já era umas
18.00 horas. Não se podia sentar e nem encostar.
No Baile do Clube de Brazópolis, ali
pelas 02:00 horas da manhã, o Sr. Ari, gerente da Casa Dois Irmãos, soube da
história dos meninos de Itajubá que estavam presos. Curioso, ele deixou a sua
família no Clube e foi até à Cadeia para ver se conhecia algum dos detentos.
Simplesmente conhecia todos.
Ralhou com todos e foi atrás de um
advogado para tentar liberar os rapazes. Com muito custo, o Juiz, que também
estava no Clube, foi até lá; fez o Boletim e os liberou com a recomendação de
nunca mais pisarem em Brazópolis.
Chegaram a Itajubá quando estava
encerrando o baile no Clube Itajubense.
Ah! o quinto elemento era eu.
O Gilbertinho Faria e o Dr. Aldo, só
escaparam dessa porque estavam recolhidos no Carnaval (pertenciam ao TLC) no
retiro da Juventude Católica, no Colégio das Irmãs. Muita sorte...
3 comentários:
Fátima,
Exceto o motorista, creio que todos eramos "di menor". Já lá vão quase 50 anos. Vou sempre em Brasópolis e há 40 anos casei com uma Brasopolense.
Abraço
Edson
Então hem, seu Edson, "di menor" e já estavam na cerveja e mexendo com a mulher dos outros? rsrsrs
Parabéns pelo texto. Amei!
Abração
Se o motorista não era "di menor", o fato ocorreu após 1963, pois o Chiquinho Valente serviu o exército comigo de 13/07/1964 a 05/05/1965, somos da classe 1945. Teve um dia que peguei carona com ele e nunca vi cara doido para dirigir, ele gastou 10 minutos de Itajubá à Brazópolis (e não é exagero meu).
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