Este mês meu
filho, portador de necessidade especial, completa 27 anos, data em que por
ignorância odiei um santo e me tornei um inferno em vida.
Vitimado
pela insegurança, e pelo não reconhecimento do arrependimento, tornei-me
joguete da nostalgia e depressão, perdendo a liberdade de crer, face ao estado
sombrio em que me envolvi.
Esqueci que
era meu filho, e busquei por estranho caminho, a oração de despedida por torcer
que uma patologia de bom grado o levasse.
Os seus
olhos de encontro aos meus, mostrava de forma carinhosa o poder maior de Deus
de saber perdoar, e a cada instante ele me perdoava; eu não buscava enxergar
porque meu ódio era maior que qualquer momento de paz ou fé.
Após o
primeiro ano, senti em meu coração que meu filho era a jóia mais preciosa que
entrou em minha casa, e que o ourives por mais especialista, não conseguia
reproduzir ou lapidar, em forma de santo a beleza do meu especial.
Passei a
crer que nosso filho era como uma árvore de madeira nobre numa floresta; uma
árvore que talvez não crescesse tão rápido quanto às outras árvores, mas com
certeza produzia em seu amor uma madeira extremamente valiosa.
Hoje meu
filho é feliz por nos mostrar a felicidade; embora consiga realizar menos
coisas e viva num mundo menor do que as minhas filhas saudáveis, ele com
certeza é mais feliz em sua “cabana" do que as filhas em seu “castelo”.
Meu filho
exala o hálito de amor, pois com sua simplicidade nos trouxe harmonia, nos
mostrou que as alegrias são para serem cantadas, as lágrimas devem ser
guardadas, as cruzes por mais pesadas devem ser levadas, e a estrada que
caminhamos tem o seu poder de força.
Meu filho é
belo, é amor sobre forma imbatível, pois muitos têm os seus, e perdem no
caminho da dor por acidente ou drogas, perdem por desejos maléficos que o mundo
por maldade lhes ensina após o nosso portão.
Meu filho
transmite a paz nas minhas batalhas diárias, rejuvenesce o dia de minha intensa
incerteza, me faz sonhar acordado e ter a verdadeira virtude de viver feliz.
Meu filho traz a confiabilidade de cada momento me fazer compreender que a
pequena cruz que cruzou o nosso caminho não pesa nem um pouco com relação a
sofrimentos de tantos.
Parabéns ao
nosso Léo, que por suas ações de cada dia, nos mostra que a felicidade às vezes
não necessita de camisa ou trajes a rigor, mas da fantástica ação do amor.
Dr. Rafael
Holanda
Médico
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