Brazópolis
Ó minha terra querida
que não esqueço jamais,
onde vivi com meus pais
o melhor da minha vida.
Ah, se eu pudesse voltar
aqueles tempos tão lindos
que de prazeres infindos
vivia a vida a sonhar
Da primeira namorada,
do verde das suas matas,
das noites de serenatas.
do romper da madrugada.
Dos dois sinos da Matriz,
das noites de São João,
Da subida do balão
das fogueiras que já fiz
Do nascer do lindo sol,
da saudosa pescaria,
das noites de boemia,
dos jogos de futebol.
Ah, se eu pudesse voltar
aqueles tempos felizes
livre das cicatrizes
que agora me veem magoar,
Então jamais me ausentasse
dessa terra que amo tanto,
e não teria esse pranto
de saudade em minha face.
História de
Dico Faria
Primeiro ocupante da cadeira número vinte e
um da Academia Itajubense de Letras. Benedito de Faria e Souza, era mais
conhecido como “Dico Faria”. Ele nasceu em Brazópolis, em 16 de junho de 1911.
Filho de Francisco de Faria e Souza (Chico João) e D. Benedita Pinto Faria (D.
Bidote). Passou a infância em Brazópolis-MG, foi comerciante, militar e depois
que foi para Itajubá-MG, ele passou a jogar futebol e era um exímio nadador.
Dico Faria quando residiu em Itajubá,
vestiu e defendeu a camisa do Yuracan Futebol Clube, bem como do Clube Futebol
da Fábrica de Armas. Gostava da noite, na noite fazia seus poemas, tocava piano
e o seu violão. Ele tem uma trova muito interessante que ele fala: “Todos nós
temos na vida um desejo a realizar, mas a meta preferida nem todos vão
alcançar”. Era um exímio trovador, fazia trovas interessantíssimas. Ele fala de
uma trova sobre a questão racial: “Nesse país colorido repete-se antiga
pilhéria, dizia que o pobre sofrido vai se livrar da miséria”. Eram trovas de
cunho social enorme.
Ele veio a falecer em 26 de novembro de
2003. Calou-se o poeta, caiu a pena, perdeu-se o mais puro e velho
representante do romantismo. Na Academia Itajubense de Letras, aquele que
sempre a exaltou e somente a engrandeceu. O poeta das suas remininências,
talvez um dos últimos poetas românticos.
Panegírico
de Paulo Roberto Tavares Pereira, membro da Academia Itajubense de Letras.
Um comentário:
Obrigada Fati, pelo carinho. bjs a todos
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